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Seccional quer unir forças para ações integradas no combate ao crime

Promover uma integração entre as forças de segurança, investir em inteligência para solucionar os crimes, modernizar a Polícia Civil e capacitar os funcionários que atuam nas delegacias para agilizar os registros de ocorrências. Essas são algumas das propostas de trabalho do novo delegado seccional de Mogi das Cruzes, Paul Henry Bozon Verduraz, 54 anos. Um […]

6 de fevereiro de 2022

Reportagem de: O Diário

Promover uma integração entre as forças de segurança, investir em inteligência para solucionar os crimes, modernizar a Polícia Civil e capacitar os funcionários que atuam nas delegacias para agilizar os registros de ocorrências. Essas são algumas das propostas de trabalho do novo delegado seccional de Mogi das Cruzes, Paul Henry Bozon Verduraz, 54 anos. Um dos seus principais desafios é trabalhar para reduzir os índices de criminalidade na região.

A Delegacia Seccional é responsável por Mogi e mais oito cidades do Alto Tietê: Salesópolis, Guararema, Biritiba Mirim, Poá, Suzano, Ferraz de Vasconcelos, Itaquaquecetuba e Mogi.

“O objetivo é unir forças para ‘ações inteligentes e integradas’. A ideia é modernizar a polícia para atacar com pontualidade os problemas e enfrentá-los um a um, porque só assim é possível derrubar os números. É preciso conhecer na palma da mão a cidade e região para aplicar o remédio necessário. Temos que criar setores especializados, modernizar a policia local e vamos fazer da mesma forma como fazer em Mogi”, afirma.

Para começar o trabalho na região, o delegado disse que é preciso conhecer toda a estrutura da Policia Civil instalada e tudo relacionado a sua área de atuação. Para isso, nos últimos dias, visitou os distritos policiais de Mogi e da região, conversou com delegados, se reuniu com os prefeitos, entrou em contato com comandantes da Polícia Militar e das Guardas Municipais, promotores s e juízes, entre outras autoridades da região para poder se informar sobre projetos e entender as questões que envolvem a segurança pública nos municípios.

“A impressão foi muito boa. É uma estrutura muito bem administrada”, reforçou ele, ao dizer que ainda não fez uma avaliação mais precisa sobre a questão da segurança em si. “Cada região tem os seus problemas peculiares. Por enquanto, pelo que pude analisar, acho que a segurança na região é razoável, em comparação como outros locais, mas acho que é preciso melhorar o atendimento”, comentou

Na opinião dele, a cidade está bem servida no que se refere a números de delegacias e de equipamentos de segurança, mas afirma que é preciso melhorar o atendimento à população. O seccional explica que um dos seus objetivos é reduzir o tempo para fazer os registros das ocorrências. Para isso, pretende aumentar o número de servidores que atuam nas unidades, capacitar e fazer um treinando dos funcionários para que ocorrências sejam registradas com mais rapidez.

Apesar da orientação das policias Civil e Militar sobre a necessidade de as pessoas fazerem os BOs, para que as autoridades disponham de informações sobre incidência de casos e possam planejar as estratégias de ação, muita gente deixa de ir às delegacias porque não quer ficar horas e horas esperando para registrar a ocorrência.     

“Queremos agilizar o atendimento, garantir mais fluidez nas ocorrências. Isso tem que ser aprimorado e é uma tendência. O governo está investindo em atendimento eletrônico para integrar os sistemas. Tudo está sendo desenvolvido rapidamente e quero capacitar os funcionários para que eles também possam orientar as pessoas sobre como proceder para registrar um BO eletrônico”, alega.

Outra meta é investir na parceria com a Polícia Militar (PM) e com a Guarda Civil Municipal. O seccional acredita que a atuação em conjunto entre as forças de segurança, com o uso de inteligência, pode ser muito eficiente para combater a criminalidade e garantir melhores resultados nas investigações e soluções de casos. O objetivo é unir forças e promover ações inteligentes e integradas”

Verduraz avalia como positivos os resultados de investigações e soluções de crimes, especialmente os crimes contra a vida, de responsabilidade do setor de homicídios, não apenas em Mogi e região, como em todo o país. “Os nossos índices se comparam aos do primeiro mundo. Temos um percentual de 90% de homicídios solucionados, com prisões e combate ao crime organizado e tribunal de crime, o que aumenta a sensação de segurança. Mesmo assim temos que investir em questões pontuais para melhorar sempre”, enfatiza.

Déficit de policiais

Um dos desafios do novo seccional é trabalhar com déficit de efetivo de delegados, investigadores, escrivães, além de problemas com falta de viaturas. Ele explica que o Governo tem dificuldades em realizar as contratações, e disse que apesar dos concursos que são feitos para manter os quadros da polícia, a situação é difícil. “Existe todo um esforço para que a demanda seja suprida, mas não é fácil conseguir preencher as vagas porque há muitos casos de licença e aposentadorias”.

O tema foi tratado durante reunião que aconteceu na semana passada com o prefeito Caio Cunha (PODE) e disse que existe disposição do Município em ajudar com efetivo da GCM e com estagiários para fazer o atendimento nas delegacias.

Projetos

O delegado detalha ainda que um dos seus compromissos é manter todos os projetos das cidades em pleno andamento, como no caso de Mogi, que estuda a proposta de intensificar os trabalhos de combate à criminalidade do município com a instalação de um Polo de Segurança em César de Souza, reunindo diversas unidades especializadas que serão preenchidas paulatinamente. Um dos objetivos é ampliar o atendimento às vítimas, com espaço exclusivo para as mulheres que sofreram violência, oferecendo atendimento semelhante ao da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM).

Outro recurso que ajuda na investigação, segundo ele, são as câmeras de monitoramento instadas pelas prefeituras nas cidades. ‘É preciso que os municípios façam a parte deles para ampliar o monitoramento nas ruas, com câmeras de qualidade na cidade. Vou cobrar isso dos prefeitos”, declara.

Na opinião dele, as questões mais preocupantes no que se refere a segurança pública é o combate ao crime organizado, que envolve o tráfico de drogas. “Nós temos que ter muita atenção com relação a isso para combater eficazmente o crime organizado, desde os pequenos traficantes até as organizações criminosas”, reforça.

Cabe observar que Mogi das Cruzes terminou o ano passado com aumento de diversas ocorrências, como os casos de roubos de veículos, com 271 casos em 2021, contra os 255 registrados em 2020. Os roubos de cargas aumentaram de 22 para 35. Latrocínio elevou de uma para quatro. O número de homicídios, no entanto, caiu de 26 para 16 no município nos períodos analisados, como revelam as informações divulgadas pela Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP).

Troca no comando

A nomeação do novo seccional, Paul Henry aconteceu no último dia 18 de janeiro. Ele tem 54 anos de idade e 30 de carreira. Nos últimos anos estava atuando no Departamento Estadual de Investigação de São Bernardo do Campo.

Verduraz ocupa o lugar do delegado Jair Ortiz, que atuou em Mogi por quase três anos e meio, e deixou a cidade porque foi promovido pelo comando da Polícia Civil do Estado para assumir a diretoria do Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior I (Deinter), que representa a região de São José dos Campos, no Vale do Paraíba, e também o Litoral Norte. 

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