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PARRÍCIDIO

Na prisão, "Pedrinho" matou o pai que havia assassinado a mãe dele com 21 facadas

Em entrevistas, serial killer contava que nasceu a cabeça ferida porque o pai, Pedro Rodrigues, chutou várias vezes a barriga da mãe ainda grávida

Eliane José
06/03/2023 às 12:01.
Atualizado em 06/03/2023 às 20:05

Pedro Rodrigues Filho, que figura como o maior assassino em série do Brasil, morreu aos 68 anos em frente à casa de familiares, na Ponte Grande (Reprodução/redes sociais)

A biografia de Pedro Rodrigues Filho, o Pedrinho Matador, encontrada em reportagens em jornais, revistas, televisões e, mais recententemente, no canal mantido por ele e em podcasts, começa com um nascimento traumático. O conhecido serial killer conta que nasceu em uma fazenda da cidade de Santa Rita do Sapucaí, em 29 de outubro de 1954, com o crânio machucado porque, em uma briga, o pai dele, Pedro Rodrigues, desferiu chutes na barriga da mulher grávida. A história não terminou aí. O pai matou a mãe e Pedro Filho vingou a morte dela, 20 anos depois, com 22 facadas, quando ambos estavam em uma prisão.

A vida do matador considerado um dos maiores serial killers do Brasil tem dados que se divergem, como a procura por informações sobre ele logo revela - em alguns locais, aparece a informação de que, ao matar o pai, ele teria comido parte do coração dele. Porém, em entrevistas dadas pelo assassino confesso como uma feita pelo jornalista Marcelo Rezende, da TV Record, ele não confirma esse fato.

Verdade é que Pedro Matador praticou o parrícídio - quando o filho matou o pai, a mãe ou algum parente, em 1974, um ano depois de ter sido preso pela primeira vez - ele permaneceu 42 dos 68 anos em presídios como os de Araraquara e Taubaté.

Nos anos 1970,  ele recebeu perdeu a mãe e conseguiu ir ao enterro, quando jurou vingança. O pai havia cometido um feminicídio - a matou com 21 facadas. De volta a prisão, ficou sabendo que o homicida estava no mesmo local, em uma área destinada a estupradores.

A Marcelo Rezende, ele falou sobre o assassinato do pai: "Ele deu 21 facadas na minha mãe, então dei 22", disse.

Já sobre o ato seguinte, que teria sido comer o coração do pai, ele não confirmou ao repórter: "O povo diz na internet que comi o coração dele. Não, eu simplesmente cortei, porque era uma vingança, não é? Cortei e joguei fora. Tirei um pedaço, mastiguei e joguei fora", afirmou.

Nesta mesma conversa, o assassino explicou que havia usado uma peixeira, apesar de ter, na cintura, um revólver surrupiado de um policial dentro da prisão - a arma, no entanto, segundo acrescentou, foi devolvida ao agente público. A faca havia sido feita dentro do próprio presídio.

A maior parte dos primeiros crimes tinha uma característica: foram a partir de golpes a faca ou do estrangulamento e quebra do pescoço da vítima.

Com o passar do tempo, apesar de dizer que não sentia remorso, ele afirmou que não tinha prazer em matar (algo que ele havia tatuado no corpo, quando era mais novo, e depois apagou).

Os detalhes dos crimes horrendos costumam ser alterados em uma varredura entre o que já foi escrito e falado sobre Pedrinho Matador que morreu executado por tiros na manhã de domingo (5) em Mogi das Cruzes, em frente a casa de familiares, na rua José Rodrigues da Costa, na Ponte Grande, um lugar para onde ele sempre retornava.

Sobre o nascimento dele, a marca da violência inscrevia o que seria a maior parte da vida do homem que circulou por bairros mogianos, da Capital e mais recentemente de Santos.

Segundo ele contava, o perfil violento do pai foi repetido por ele, já na infância, quando ele quase matou um primo após uma discussão.

Família

Antes tirar a vida do pai, o assassino começou a matar por causa de uma injustiça que teria sido cometida contra o pai pai pelo vice-prefeito da cidade de Alfenas. 

Pedro, o pai, teria sido acusado "injustamente" por um roubo. Pedrinho, o filho, matou o autor da demissão, à época, o vice-prefeito, e, algum tempo depois, também um outro guarda, que teria sido apontado como o responsável pelo furto que resultou. Esse episódio resultou nos dois dos primeiros assassinatos da ficha que possui centenas - ao menos 71 mapeados pela justiça brasileira. 

Livros e entrevista mostram o perfil de Pedro Rodrigues Filho. Um deles é o Serial Killers - Made In Brasil, de Ilana Casoy, onde é possível encontrar perfis de outros matadores profissionais. Nele, Ilana Casoy, criminóloga, roteirista e escritoras apresenta a trajetória dos assassinos em série do país, como Pedrinho Matador, Helinho Brasileiro, Cabo Bruno, Maníaco de Goiânia, além de outros.

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