Caso aconteceu em agosto de 2021, quando um homem de 23 anos matou uma mulher de 64 anos, com quem se relacionou por 10 meses.
Após ser localizado pela Polícia Civil, o autor do crime mostrou onde tinha deixado o celular e o cartão da vítima (Reprodução)
A 3ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo manteve júri realizado na Comarca de Mogi das Cruzes condenando Bruno Francisco dos Santos a 32 anos, 1 mês e dez dias de prisão pelo feminicídio da própria companheira, Heloídes Fernandes Gimenez Tavares. O crime aconteceu em agosto de 2021. Os dois ficaram juntos por 10 meses e a vítima era 42 anos mais velha que o então namorado.
Quando o crime aconteceu, o condenado tinha 23 anos. Heloídes – que era pensionista e modelo da 3ª idade – foi encontrada pela filha e pelo genro, já sem vida na casa em que morava, em Brás Cubas. Ela tinha ferimentos perfurantes na região da cabeça, nuca e peito. Foram subtraídos pertences da idosa, incluindo um celular e certa quantia em dinheiro.
Segundo testemunhos, o acusado e a vítima mantinham um relacionamento conturbado. Em juízo, o réu assumiu o crime, mas alegou ter agido em legítima defesa, hipótese afastada pela turma julgadora. “As provas carreadas aos autos dão conta de que tão-somente a vítima sofreu agressões e mesmo que a versão apresentada pelo réu fosse verdadeira, as provas pericial e testemunhal carreadas aos autos demonstraram a gravidade das lesões suportadas pela vítima, não se podendo, assim, albergar a causa de exclusão de antijuridicidade de legítima defesa”, registrou o relator do acórdão, desembargador Hugo Maranzano.
Também participaram do julgamento os desembargadores Ruy Alberto Leme Cavalheiro e Jayme Walmer de Freitas. A decisão foi por unanimidade de votos.
O Caso
Bruno Francisco dos Santos não tinha passagem pela polícia quando Heloídes Fernandes Gimenez Tavares foi morta. Entretanto, o Setor de Homicídio e Proteção à Pessoa (SHPP) passou a investigar o caso e encontrou, no celular do condenado, outros contatos de mulheres mais velhas que ele. O que apontava um padrão.
Antes do assassinato, Santos chegou a agredir a modelo, o que foi determinante para que ela colocasse um fim no relacionamento, que já era conturbado. Mas, no dia 19 de agosto de 2021, a vítima teria buscado o autor do crime para que ele passasse um tempo com ela. Entretanto, durante uma discussão, ela virou de costas e foi esfaqueada diversas vezes por ele, que saiu do lugar levando os pertences dela.
Mais tarde, naquele mesmo dia, a filha da vítima chegou à casa da mãe, onde a encontrou morta, embaixo de uma coberta e com sangue no rosto e na nuca. Heloídes ainda estava pendurada entre as quinas do sofá.
A Polícia e o Samu foram acionados no local. Depois, a Polícia passou a ouvir testemunhas e monitorar as contas da vítima. Em uma transação com o cartão dela, foi possível encontrar o ex-namorado. Ele estava na casa de familiares em Mogi e mostrou aos policias aonde tinha escondido o cartão e o celular da vítima.
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