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Homem acusado de agredir bolivianos com marteladas e matar um tem prisão decretada

Após ter prisão preventiva decretada há cerca de um mês, a Justiça decidiu pela prisão de Jefferson Almeida da Cunha, o ‘Índio’, apontado como autor da morte brutal do imigrante boliviano Juan Monastério Leon, de 39 anos, agredido a marteladas na madrugada de 14 de agosto, no Jardim Viviane, em Itaquaquecetuba. Ele também feriu gravemente outras duas […]

15 de setembro de 2022

Reportagem de: O Diário

Após ter prisão preventiva decretada há cerca de um mês, a Justiça decidiu pela prisão de Jefferson Almeida da Cunha, o ‘Índio’, apontado como autor da morte brutal do imigrante boliviano Juan Monastério Leon, de 39 anos, agredido a marteladas na madrugada de 14 de agosto, no Jardim Viviane, em Itaquaquecetuba. Ele também feriu gravemente outras duas pessoas. 

O crime ocorreu em uma noite de domingo, após uma festa da comunidade de imigrantes. Além de Juan Leon, que faleceu, a esposa dele foi agredida e um outro homem que acompanhava o casal precisou ser hospitalizado em estado grave. 

A prisão preventiva do acusado havia sido decretada no último dia 18 de agosto.

Ele agora será transferido da cadeia de Mogi das Cruzes para o Centro de Detenção Provisória (CDP) e deve responder por homicídio duplamente qualificado e duas tentativas de homicídio.

O crime chocou a comunidade boliviana que passou a residir e trabalhar em Itaquacetuba a partir da década de 1990 (confira mais abaixo).

A família de Leon estava em uma festa, em comemoração ao Dia do Comerciante, e foi agredida quando já deixava o local, segundo apurou O Diário. Havia chamado a atenção da Polícia o fato de documentos, celular e dinheiro não terem sido levados durante o ataque.

O crime teria sido motivado por uma discussão ocorrida ainda na festa. Jefferson Almeida da Cunha negou o crime. Na casa dele, foram apreendidos martelos – essa teria sido a ferramenta usada para agredir as vítimas.

Comunidade

Desde os anos 1990, Itaquaquecetuba passou a receber as primeiras levas de bolivianos que se espalharam por diversos bairros como a Vila Niceia e o Jardim Viviane I e II. Com o passar do tempo e a chegada de mais imigrantes, a organização em associações tem dado visibilidade à comunidade que, no último dia 6 de agosto, realizou uma grande festa dedicada à divulgação da cultura, dança e culinária boliviano.

David Salinas, de 43 anos, afirma que a vinda de imigrantes já foi mais consistente, em períodos de dificuldades econômicas e políticas na Bolívia. Porém, hoje, analisa ele, há uma maior estabilidade no país vizinho, onde o salário mínimo é quase o dobro do pago no Brasil – o problema, no entanto, é o alto custo de vida, o que ainda é fator de decisão para a mudança para estados brasileiros, como São Paulo, que possui uma das maiores comunidades de bolivianos.

A presença da comunidade em Itaquaquecetuba é tão forte que uma lei municipal aprovou, na cidade, o Dia da Bolívia, comemorado pela primeira vez no último dia 6 de agosto. A data marca a Independência na Bolívia, também chamado Dia da Pátria, conquista em 1825.

Segundo estimam lideranças desta comunidade, entre 13 e 14 mil imigrantes residem atualmente na cidade. 

Sobre a agressão aos bolivianos, David Salinas, que representa a associação União de Imigranças Bolivianos, que atua na defesa dos interesses da comunidade, ponderou que os imigrantes são vítimas de assaltos e outros crimes, “como todos os outros moradores de qualquer cidade brasileira”, e que, o caso do final de semana  é atípico. Ele comentou ainda que busca mais informações sobre essa ocorrência policial

Passado

Um dos últimos crimes de repercussão entre a comunidade aconteceu em 2019, antes da pandemia, quando um casal e o filho de 8 anos foi morto e encontrados, alguns dias depois, com os corpos esquartejados, na casa onde residiam, também em Itaquaquecetuba.

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