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Delegado de Salesópolis está entre suspeitos de extorquir dinheiro de traficantes

Um dos seis policiais presos preventivamente em operação realizada por promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), com apoio da Polícia Militar e das Corregedorias da Polícia Militar e da Polícia Civil, é o delegado Eduardo Peretti Guimarães, que atua em Salesópolis.Também foram presos outros três policiais civis e dois […]

23 de setembro de 2022

Reportagem de: O Diário

Um dos seis policiais presos preventivamente em operação realizada por promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), com apoio da Polícia Militar e das Corregedorias da Polícia Militar e da Polícia Civil, é o delegado Eduardo Peretti Guimarães, que atua em Salesópolis.Também foram presos outros três policiais civis e dois militares, além de traficantes de Mogi das Cruzes e São Paulo.

Por meio de nota, a Secretaria de Segurança Pública destacou que as corregedorias das polícias Civil e Militar prestaram apoio ao Ministério Público. Além disso, informou que serão adotados procedimentos administrativos relacionados aos agentes e que “não compactua com desvios de conduta e os casos são rigorosamente investigados”.

Reportagem do repórter Bruno Tavares, exibida pela TV Globo, identificou o delegado que atuou em Mogi das Cruzes. O MP, por meio de sua assessoria de Imprensa, confirmou a prisão dos agentes públicos e do delegado, mas não revelou a identidade deles.

Durante a ação do Gaeco na noite de quinta-feira (22) foram cumpridos 29 mandados de busca e apreensão e 22 mandados de prisão temporária em diferentes endereços da região e São Paulo.

Gravações reunidas pelos promotores de Guarulhos indicam que agentes exigiam remessas semanais dos traficantes. Além disso, a investigação demonstra que comerciantes com pendências na área ambiental também eram vítimas de extorção.

Essa investigação é desdobramento de denúncia feita em 2017, quando o delegado foi exonerado da Polícia Civil, após ser condenado por crime de concussão (quando um agente público utiliza a autoridade do cargo para obter vantagens pessoais). No ano passado, no entanto, em uma ação judicial proposta por advogados que defendiam o delegado junto à Vara da Fazenda Pública de Mogi das Cruzes, a autoridade foi reconduzida aos quadros da Polícia Civil (veja reportagem). O juiz Bruno Miano, na oportunidade, entendeu que havia irregularidades no processo de exoneração do autor.

Nesta semana, prisões decretadas pela 1ª Vara Criminal de Suzano são válidas por 30 dias. Policiais militares foram conduzidos ao Presídio Romão Gomes, na Capital, enquanto os três policiais civis foram levados à Corregedoria da Polícia Civil, na avenida Paulista. As apurações continuarão sendo feitas pelo MP e as corregedorias policiais.

Em nota divulgada sobre a operação, o Gaeco afirma que o grupo, que é formado por policiais militares e civis, atua na capital e em diversas cidades da região metropolitana.

Segundo os promotores, “os agentes, conhecendo os pontos de venda de drogas, passam a constranger os traficantes a efetuar o pagamento de propina, sob pena de prisão. Quando há um desacerto com os traficantes, os agentes invadem os locais e subtraem, mediante violência e grave ameaça, as drogas, as armas e as quantias que localizam”.

Por outro lado, a mesma “operação tem por objetivo a prisão dos indivíduos que exploram o tráfico de drogas e têm envolvimento com organização criminosa armada conhecida como Primeiro Comando da Capital”, trouxe a nota do Gaeco

O Diário  tentou, mas não teve acesso à defesa do delegado e está à disposição para atualizar a reportagem quando for contatato por representantes do agente público.

Salesópolis e investigação

Questionada sobre os desdobramentos das investigações e decisões, como por exemplo, a indicação de um novo delegado para atender a cidade de Salesópolis, a Secretaria de Segurança Pública respondeu que “as corregedorias da Polícia Civil e Militar prestaram apoio na operação realizada pelo Gaeco, grupo de atuação do Ministério Público, na manhã desta quinta-feira (22). Os quatro policiais civis foram encaminhados para o Presídio da Polícia Civil e a Corregedoria vai instaurar um procedimento administrativo disciplinar. Os dois policiais militares foram encaminhados para audiência de custódia”.

Além disso, o posicionamento trouxe que serão tomadas providências administrativas após a investigação das denúncias.

Por fim, a nota destaca “a pasta não compactua com desvios de conduta e os casos são rigorosamente investigados”.

 

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