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Lixo a céu aberto preocupa moradores de Mogi das Cruzes

O descarte irregular de lixo pode acumular água e ser foco de mosquitos da dengue

18 de março de 2024

Lixo próximo à estação de Jundiapeba | Reprodução.

Reportagem de: Vitor Gianluca

Beirando a marca de mil casos de dengue, Mogi das Cruzes é uma das cidades com o maior número de casos positivos para a doença do Alto Tietê. Em apenas 3 meses, a cidade registra 928. Com isso, o descarte irregular de lixo se tornou uma preocupação constante de moradores dos bairros do município, pois podem se tornar possíveis focos de mosquito do Aedes aegypti.

Em contato com O Diário, duas mulheres denunciaram locais distintos da cidade que estão tomados pelo lixo descartado pelos vizinhos de maneira irregular. O primeiro relato é de uma moradora da Vila Lavínia, que enviou uma imagem com uma quantidade preocupante de lixo descartado em um terreno próximo à Escola Municipal Benedito Ferreira Lopes, antigo CAIC, na rua José Secundino Leite.

Segundo o depoimento, o lixo se encontra em uma das ruas de acesso da escola há mais de três meses e é uma das ruas de acesso à escola, local onde diversos moradores do bairro transitam com as crianças. Na foto enviada pela denunciante, é possível ver até mesmo um vaso sanitário em cima dos descartes, local perfeito para acúmulo de água durante as chuvas recentes que a cidade enfrentou.

Lixo espalhado em terreno próximo à escola de Mogi das Cruzes | Reprodução.
Lixo espalhado em terreno próximo à escola de Mogi das Cruzes | Reprodução

A moradora diz que muitos vizinhos já foram contaminados com o vírus da dengue, inclusive, a própria mãe da denunciante. “É um verdadeiro depósito de lixo, nunca está limpo. Muitas crianças passam por ali diariamente. É algo preocupante, principalmente, em tempos difíceis, com as unidades de saúde lotadas”, afirmou.

O segundo relato é de uma moradora de Jundiapeba que flagrou vários sacos de lixo espalhados pela calçada, na avenida Dona Aurea Martins dos Anjos, próximo à estação ferroviária de Jundiapeba.

Lixo próximo à estação de Jundiapeba | Reprodução.
Lixo próximo à estação de Jundiapeba | Reprodução

A denunciante afirmou que caminha no local quase todos os dias e que os lixos estão na calçada sentido estação há mais de dois meses. Ela conta que a chuva tem espalhado os lixos do local, além de serem potenciais focos de mosquito da dengue.

O Diário entrou em contato com a Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes fora do horário de expediente e aguarda um posicionamento oficial da administração.

Atualização 11:23: Resposta da Prefeitura de Mogi das Cruzes

Em resposta a equipe do O Diário, a Prefeitura de Mogi das Cruzes esclareceu que o descarte irregular não se justifica, pois a cidade possui de forma permanente coleta de lixo domiciliar, coleta seletiva, ações como o Projeto Cidade Bonita (mutirão de zeladoria com carta de serviços completa, Operação Cata-Tranqueira, que recolhe objetos sem serventia), além de três Ecopontos para o descarte correto de inservíveis (Jardim Armênia, Parque Olímpico e Jundiapeba).

Além disso, foi orientado pela sede aos moradores que, ao flagrar este tipo de comportamento, é necessário entrar em contato com o Departamento de Fiscalização de Posturas, pelo telefone 153. Ao receber a denúncia, uma equipe é enviada para realizar a fiscalização.

“Por se tratar do maior município do Alto Tietê em área (712 km²), o auxílio da população é fundamental para coibir esta prática, somado ao fato de que para que a autuação seja feita é necessário o flagrante da prática. O valor da multa varia conforme o tipo de material descartado, variando de 20 UFM a 200 UFM (o valor por UFM é de R$ 230,35)”, destacou a nota.

Ao se referir aos casos de dengue, a Prefeitura disse que técnicos da secretaria de Infraestrutura Urbana trabalham em contato constante com o Núcleo de Prevenção e Controle de Arboviroses, que realiza ações permanentes de combate à dengue como visitas e mapeamento de bairros, atendimento de denúncias e o monitoramento dos locais onde há notificações de casos. Desde o início do ano, os técnicos estão intensificando os trabalhos nos bairros onde há casos confirmados da doença.

Ainda, de acordo com a sede, a responsabilidade sobre a manutenção de imóveis particulares é do proprietário. A verificação é realizada pelo Departamento de Fiscalização de Posturas. Constatada a irregularidade quanto à conservação do terreno, o responsável é notificado a fazer a limpeza com prazo de 30 dias para a execução do serviço, de acordo com a legislação municipal. Quando a determinação não é cumprida, o proprietário é multado e novamente notificado.

“Os dois pontos indicados na reportagem serão verificados e as providências serão adotadas conforme a natureza dos casos”, finaliza a nota.

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