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Condenado por “racha” que matou seis em Mogi é preso no Espírito Santo

Um alerta feito por meio do Disque-Denúncia 181 levou a polícia do Espírito Santo a prender, nesta semana, um homem condenado a mais de 40 anos de prisão, acusado de ter causado a  morte de seis pessoas, durante um “racha”, em Mogi das Cruzes, em 28 de setembro de 2013. Ele se encontrava foragido naquele […]

18 de fevereiro de 2023

Reportagem de: O Diário

Um alerta feito por meio do Disque-Denúncia 181 levou a polícia do Espírito Santo a prender, nesta semana, um homem condenado a mais de 40 anos de prisão, acusado de ter causado a  morte de seis pessoas, durante um “racha”, em Mogi das Cruzes, em 28 de setembro de 2013. Ele se encontrava foragido naquele estado. Além das mortes dos jovens entre 13 e 18 anos, o acidente com o veículo que era usado nas corridas irregulares ainda deixou outras duas pessoas feridas.

Segundo informações do delegado Júlio César, chefe da Superintendência Interestadual e de Capturas (Sepic), ao site Espírito Santo Hoje, tratava-se de Paulo Henrique de Oliveira Motta Batista, de 35 anos, que foi encontrado no bairro Parque Jacaraípe, na região serrana daquele estado, após o recebimento da denúncia anônima, por telefone.

“Nós recebemos o disque-denúncia dizendo que ele estaria trabalhando e morando nos fundos de um lava-jato em Jacaraípe, utilizando o nome falso e que teria cometido o crime em Mogi das Cruzes, São Paulo. A pessoa sabia do fato em si, o que nos possibilitou identificar, mesmo com ele usando nome falso”, detalhou o delegado.

O acusado pelo crime se encontrava em um imóvel na avenida Jacaraípe, proximidades do local apontado, que era, na verdade,  uma oficina e não de um lava-jato. Ele vivia com uma garota e, segundo os policiais, não esboçou qualquer resistência à ordem de prisão.
Segundo o delegado, Paulo Henrique usava o nome falso de Luiz Paulo.

Ainda segundo a polícia, ele está condenado a 40 anos e oito meses, pena que deveria estar sendo cumprida desde setembro de 2022, quando ocorreu o seu julgamento, quase dez anos após o crime.

Fuga

De acordo com a polícia do Espírito Santo, o acidente em Mogi das Cruzes ocorreu na madrugada de um sábado.

O acusado de participar da confusão que resultou nas mortes teria se apresentado à polícia na segunda-feira seguinte para escapar do flagrante. 

Quando os policiais mogianos conseguiram a decretação de sua prisão preventiva pela Justiça, ele já havia fugido. O outro motorista que participou do crime foi preso. 

Segundo o delegado Júlio César, o condenado disse que “fugiu com medo de morrer, pois oito pessoas haviam sido atingidas pelo acidente causado pelo ‘racha’ e seis delas morreram”.

O rapaz disse que não parou para ver o acidente, porque o carro por ele conduzido, um Palio, não atingiu diretamente as vítimas e que, por isso, foi embora.  

Segundo o ES Hoje, o chefe da Polícia Civil do Estado, José Darci Arruda, afirmou que somente o fato de o acusado haver participado da corrida já teria feito com que ele respondesse por “causa de evento”. “Ele deu causa e também responde. A pena dele, por isso, foi severa”, assegurou o policial.

O outro carro que participou da corrida ilegal, um modelo Monza, teve o condutor preso em 2013 e condenado a 48 anos de cadeia. Reginaldo Ferreira da Silva reconheceu ter ingerido bebida alcoólica.

“Agora é a vez de Paulo responder e pagar pelo crime”, finalizou o policial, lembrando que na época do julgamento do caso, Paulo, já foragido, também foi acusado de fraude processual, porque tentou retirar o pára-choque do veículo que conduzia no momento do acidente.

A prisão do condenado foi informada à Justiça de Mogi das Cruzes, que poderá solicitar a sua transferência para cumprimento da pena na região.

O acidente

Naquela manhã de sábado, dia 28 de setembro de 2013, Mogi das Cruzes acordou assustada com as primeiras notícias sobre a morte de seis jovens que se encontravam nas proximidades da avenida Japão, na altura do Conjunto Residencial Santo Ângelo e que foram atingidas por um carro em alta velocidade.

O  Monza que era conduzido pelo pedreiro Reginaldo Ferreira da Silva, de 41 anos, descontrolou-se ao ser tocado, durante um “racha”, pelo Palio dirigido por Paulo Henrique de Oliveira Motta Batista e acabou atingindo e matando seis jovens e ferindo outros dois, antes de capotar e ficar praticamente destruído (veja foto acima).

O caso aconteceu no começo da madrugada daquele sábado, quando os jovens estavam reunidos, fumando narguilé, junto à avenida.

Segundo testemunhas do caso, Reginaldo trafegava com seu Monza quando foi provocado para uma disputa de velocidade por Paulo Henrique, no Palio. No momento em que ambos estavam em altíssima velocidade, o Palio teria tocado o veículo do oponente, que se desgovernou e acabou capotando, depois de provocar a tragédia que enlutou a cidade..

A velocidade permitida no trecho da avenida Japão onde ocorreu o acidente era de 50 km/hora, mas o velocímetro do Monza, que travou no momento da tragédia, apontava que o veículo estava a 120 km/hora.

Reginaldo Ferreira da Silva, de 41 anos, foi preso em flagrante. Segundo a Polícia Civil, ele não tinha habilitação. Quatro passageiros que estavam no veículo no momento do acidente contaram que ele havia consumido bebida alcoólica antes de assumir o volante. A polícia o indiciou por homicídio doloso.

O motorista do Palio fugiu após o acidente e se apresentou à polícia apenas na segunda-feira. Paulo Henrique voltou a se evadir antes que fosse decretada sua prisão preventiva e somente nesta semana foi preso. Ele foi julgado à revelia e condenado.

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