Diário Logo

Notizia Logo

Tiradentes foi preso na casa de um mogiano, no Rio de Janeiro

A história que abre a coluna de hoje nada tem de folclore político. Trata-se de um verdadeiro achado histórico, garimpado por um jornalista, daqueles que, por aqui tendo passado, preserva as raízes mogianas em seu dia a dia.  Evaldo Novelini, hoje no Diário do Grande ABC, volta a ocupar este espaço com um delicioso caso […]

23 de janeiro de 2022

Reportagem de: O Diário

A história que abre a coluna de hoje nada tem de folclore político. Trata-se de um verdadeiro achado histórico, garimpado por um jornalista, daqueles que, por aqui tendo passado, preserva as raízes mogianas em seu dia a dia. 

Evaldo Novelini, hoje no Diário do Grande ABC, volta a ocupar este espaço com um delicioso caso do mogiano que acompanhou de perto as últimas horas de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. 

A coluna lembra a história como homenagem ao jornalista que praticamente nasceu pela segunda vez, ao passar por uma nova e delicada cirurgia  de troca de válvulas em seu coração. Já recuperado da complicadíssima operação, ele começa a preparação para o retorno ao batente, com planos para um livro resgatando a história de um grande empresário de São José do Rio Preto, que faleceu quando o avião em que viajava foi obrigado a realizar um pouso forçado nas selvas da Bolívia, onde ele ainda sobreviveu por algum tempo. 

Mas vamos ao caso:

“Foi na residência de um mogiano especializado em  trabalhar objetos em madeira, prata, ouro e pedras preciosas que o alferes Joaquim José da Silva Xavier, mais conhecido como Tiradentes,  foi preso na noite de 10 de maio de 1789, no Rio de Janeiro, então capital da colônia, sob acusação de trair a soberana Maria Francisca Isabel Josefa Antonia Gertrudes Rita Joana, ou simplesmente Maria I, rainha de Portugal e Algarves, ao liderar movimento sedicioso que pretendia tornar o Brasil independente, no episódio que passou à história como Inconfidência Mineira.

‘Domingos Fernandes da Cruz era paulista, da Vila de Mogi das Cruzes. Aos 64 anos, era solteiro e vivia só. Ele aceitou esconder em sua casa/oficina um oficial fugitivo  que nunca tinha visto antes, atendendo a um pedido de sua comadre Inácia (Gertrudes de Almeida) – a viúva explicou ao artesão que aquele homem havia curado sua filha’, revela o jornalista mineiro, Lucas Figueiredo, na monumental biografia O Tiradentes (Companhia das Letras, 532 páginas, R$ 79,90), que está nas livrarias.

Procurado pelos homens do vice-rei, dom Luís de Vasconcelos e Sousa, ele se homiziou no sótão do imóvel localizado na rua dos Latoeiros, tradicional ponto de funilarias.

No local, sem luz e cercado por montes de tralhas, ficou por quatro dias esperando a poeira baixar antes de voltar às Minas Gerais, onde pretendia deflagrar a revolução que nunca aconteceu, graças à traição do fedifrago Joaquim Silvério dos Reis.
Tiradentes, como se sabe, foi enforcado a 21 de abril de 1792, mas a semente da liberdade que plantou tornaria o País independente três décadas depois.”               

Veja Também