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Bolsonaro: acordo entre WhatsApp e TSE ‘é inaceitável e não será cumprido’

O presidente Jair Bolsonaro reclamou nesta sexta-feira da decisão do WhatsApp de implementar novos recursos no Brasil somente após as eleições de outubro. O adiamento da atualização é fruto de um acordo da empresa com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).  O WhatsApp anunciou na quinta-feira que vai lançar uma nova funcionalidade, chamada Comunidades, no próximo […]

15 de abril de 2022

Reportagem de: O Diário

O presidente Jair Bolsonaro reclamou nesta sexta-feira da decisão do WhatsApp de implementar novos recursos no Brasil somente após as eleições de outubro. O adiamento da atualização é fruto de um acordo da empresa com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

O WhatsApp anunciou na quinta-feira que vai lançar uma nova funcionalidade, chamada Comunidades, no próximo ano. O recurso vai possibilitar que administradores reúnam diferentes grupos sob um só guarda-chuva, ampliando o alcance de mensagens. O novo recurso, em fase de testes, pode facilitar a circulação de notícias falsas. Atualmente, os grupos de WhatsApp podem ter no máximo 256 integrantes. 
Bolsonaro participa de um passeio de moto com apoiadores em São Paulo nesta sexta-feira, num trajeto que vai da capital até Americana. No meio do caminho, ele parou para falar com outros motociclistas e afirmou que o acordo do WhatsApp com o TSE “não será cumprido”.
— E já adianto. Isso que o WhatsApp está fazendo no mundo todo, sem problema. Agora, abrir uma excepcionalidade para o Brasil, isso é inadmissível, inaceitável, e não vai ser cumprido, este acordo que por ventura eles realmente tenham feito com o Brasil, com informações que eu tenho até o presente momento — declarou. 

Na chegada a Americana, destino do passeio, Bolsonaro discursou para uma multidão de apoiadores e retomou o assunto. Ele chamou o acordo entre o WhatsApp e o TSE de “censura”.

— O WhatsApp passa a ter uma nova política para o mundo, mas uma especial para o Brasil. Censura, discriminação, isso não existe. Ninguém tira o direito de vocês, nem por lei — declarou.

Em janeiro, O Globo mostrou que especialistas brasileiros demonstraram preocupação acerca da nova funcionalidade, ao serem procurados pela empresa, no mês anterior, para uma pesquisa de mercado. Segundo eles, o Comunidades pode turbinar a disseminação de notícias falsas e ataques virtuais, já que o aplicativo está presente em 99% dos smartphones no Brasil, segundo levantamento da Opinion Box, e figura como principal fonte de informação dos brasileiros, de acordo com pesquisa realizada pelo Congresso em 2019.

A circulação em massa de mensagens com conteúdos falsos, especialmente em ambientes fechados, como o WhatsApp, foi apontada como uma ameaça às eleições de 2018, o que levou autoridades a se mobilizarem para evitar o mesmo cenário este ano. 

 No julgamento da ação que pedia a cassação da chapa que uniu Bolsonaro e o vice, Hamilton Mourão, sob a acusação de disparos em massa, o ministro Alexandre de Moraes, que presidirá o TSE ao longo do processo eleitoral deste ano, foi direto ao tratar do assunto: “Se houver repetição do que foi feito em 2018, o registro será cassado, e as pessoas vão para a cadeia”.

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