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Foto com bolsonarista atrapalhou a eleição de Mauricio de Sousa na ABL

A derrota de nosso Mauricio de Sousa na recente eleição para a Academia Brasileira de Letras, no Rio de Janeiro, pode ter sido causada também por um fator muito além do prestígio e da dura campanha movida contra ele pelo seu principal adversário, o filólogo e jornalista Ricardo Cavaliére, que acabou vencendo a eleição para […]

11 de maio de 2023

Reportagem de: O Diário

A derrota de nosso Mauricio de Sousa na recente eleição para a Academia Brasileira de Letras, no Rio de Janeiro, pode ter sido causada também por um fator muito além do prestígio e da dura campanha movida contra ele pelo seu principal adversário, o filólogo e jornalista Ricardo Cavaliére, que acabou vencendo a eleição para ocupar a cadeira número 8 da instituição, que foi da escritora Cleonice Berardinelli, falecida em janeiro de 2022.

Segundo informa a “Coluna do Estadão”, do jornal O Estado de S. Paulo, uma foto de 2019, de Mauricio de Sousa ao lado da senadora bolsonarista Damares Alves (Republicanos – DF), à época ministra da Mulher, Família e dos Direitos Humanos, fez o escritor e desenhista perder apoio na disputa por uma vaga na ABL.

Diz a nota que foi apurado pela coluna junto a acadêmicos que “a imagem  voltou a circular por mensagens de WhatsApp perto da deliberação, no final de abril, quando apesar da forte campanha nas redes sociais, Sousa  recebeu apenas dois votos”.

A notícia não dá pistas de quem poderia ter espalhado a tal fotografia, mas é provável que possa ter sido mais uma jogada rasteira de concorrentes da candidatura de Mauricio que, desde sua inscrição, algumas semanas antes do pleito, passou a ser bombardeada, principalmente pelo seu principal adversário, Cavaliére.

Em entrevistas à imprensa, Cavaliére chegou a dizer que a candidatura do desenhista “não teria o que acrescentar à ABL”, além de afirmar que “gibi não é literatura”.

Seja lá por quais motivos, o certo é que Mauricio perdeu a eleição por 35 votos a 2, sendo apoiado somente pela atriz  Fernanda Montenegro e pelo escritor Paulo Coelho.

Mas o filho de Santa Isabel, que passou a maior parte da infância e juventude em Mogi das Cruzes, não perdeu a classe e, logo após o pleito, foi às redes sociais para agradecer “aos que me honraram com seu voto, acreditando na minha proposta para a ABL” e garantir que irá “continuar nessa ideia de trabalho e de aprender com os acadêmicos, assim como vem acontecendo na Academia Paulista de Letras”.

Ou seja, vai se preparar para, quem sabe, entrar em uma nova campanha mais cedo, com tempo suficiente de se apresentar a todos os futuros eleitores, mostrando sua proposta de atuação para, quem sabe, receber o número de votos suficientes para se tornar mais um “imortal”, como são conhecidos os integrantes da ABL. Algo que não teve tempo para realizar na eleição passada.

Aos 87 anos e esbanjando saúde, Mauricio terá, certamente, o seu lugar na ABL por seus próprios méritos, sem precisar recorrer a expedientes semelhantes aos que foram usados contra ele, no recente pleito.

A Academia Brasileira de Letras, inspirada na Academia Francesa e inaugurada em 1897, conta sempre com 40 acadêmicos – nem todos escritores – escolhidos pelos votos dos próprios “imortais”.

 

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