A insegurança é um problema da polícia, do prefeito, dos vereadores, da Justiça, do MP e da sociedade - a falta de pressão por resultados alimenta o crime
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A insegurança é um problema da polícia, do prefeito, dos vereadores, da Justiça, do MP e da sociedade - a falta de pressão por resultados alimenta o crime
O número de furtos e roubos registrados em Mogi das Cruzes em boletins de ocorrência mostra uma alta dos crimes, logo no início de 2023. Em 2022, o balanço anual também apresentou uma elevação considerável dos furtos (quase 40%) e das tentativas de homicídio, que subiram de 20 para 35, na comparação com 2021.
Em todo o ano passado, a cidade acompanhou aumento nos relatos de furtos e invasões em determinados bairros, assim como na região central. No balanço do período, não deu outra: foram oficializados 4,9 mil furtos - ou seja, 13 casos por dia.
Em janeiro agora, outra base de comparação que pode ser feita a partir do cruzamento dos dados da Secretaria de Segurança soma 720 furtos e roubos, e uma média de 23 BOs por dia - fora os prejuízos que sequer chegam às delegacias.
Atrai o fato de, mesmo com mais policiais e operações nas ruas - algo que já modula a chegada do governador Tarcísio de Freitas ao governo do Estado de São Paulo, não se notar recuo na violência urbana.
Em janeiro passado, na comparação com o mesmo período de 2021, as polícias Civil e Militar recuperaram mais carros na cidade (104% a mais), prenderam mais gente em flagrante (20%) e ampliaram o combate ao tráfico de drogas (92%).
Esses e outros dados, como a manutenção da média de estupros e a alta de roubos de carros, podem ser conhecidos na pesquisa mensal divulgada pela SSP - uma aliada na busca do entendimento sobre o que torna os dias violentos.
Foram 42 roubos de veículos em janeiro (16, em 2022), o que modela alta de 162%; furto de carros subiu de 36 para 88, ou 144%.
Um ponto a ser considerado como positivo é a desaceleração dos homicídios. Quais seriam os motivos que levaram a isso e que poderiam ser aplicados para reverter a manutenção e o aumento de outros crimes? Esse perfil mensal da segurança pública mereceria, na cidade, um fórum perene para discussão, avaliação e o encontro de medidas para prevalecer a cultura de paz, não de guerra - inclusive no trânsito.
A violência crônica instalada nos bairros e regiões centrais e até mesmo ao lado de delegacias e sedes das polícias Militar e Civil assume, perigosamente, um papel secundário na pauta dos assuntos que desqualificam a vida em Mogi das Cruzes.
Pior do que isso, o prejuízo arcado pelo cidadão que perdeu o carro ou teve a casa ou comércio invadido por ladrões não comove muito. Outro sinal do “cada um por si”. A violência física ou moral praticada é problema da vítima (isso, quando não dizem que ela é que não se cuidou). O maior erro da coletividade é banalizar esse estado flagrante de insegurança.
Esse é um problema da polícia, do prefeito, dos vereadores, da Justiça, do Ministério Público, e também da sociedade - a falta de pressão por resultados e mudanças alimenta o crime e retroalimenta um sistema que prende e solta (e mata), sem reintegrar a maior parte dos criminosos.
As políticas públicas para a segurança, infelizmente, não estão acabando com o desespero de se viver assustado, intranquilo e indefeso em nossa Mogi das Cruzes.
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