Na semana em que fatos  e notícias dissecaram os muitos desafios para a construção de uma Mogi das Cruzes mais gentil e amiga, tecnológica e desenvolta, segura e qualificada, este jornal reafirma, neste espaço, temas caros para esta empresa de comunicação fundada há 65 anos com a missão de fazer um jornalismo de qualidade, baseado na gerência de um espaço de comunicação aberto ao debate, reflexão e divulgação de ideias com um objetivo claro, único: defender uma sociedade mais pacífica, igualitária e justa.

O teor de notícias desta edição e do decorrer da semana, em nosso site, nos faz lembrar marcas e o legado do fundador de O Diário, o jornalista Tirreno Da San Biagio, que completaria 90 anos neste 2022, e foi um defensor incansável e reconhecido de Mogi das Cruzes.

Do repertório de vida deste jornalista vale lembrar que, aos 80 anos, três antes de falecer, em 14 de outubro de 2015, foi ele próprio, máquina fotográfica em punho, registrar um dos mais graves acidentes ocorridos nas primeiras horas de uma manhã de sábado, na avenida Japão, quando seis jovens morreram. Ali, havia algo a ser registrado para não ocorrer de novo. Esse era o espírito.

O Diário vive uma forte e intensa transformação digital, com o avanço do processo que leva o que é notícia à palma das mãos do leitor, em um celular; mas orgulha-se de ter raízes fincadas na experiência editorial lapidada em mais de seis décadas corridas, onde procurou, além de valorizar o mogiano e suas tradições, discutir e lutar contra ameaças e erros que visavam mais embaralhar do que acertar as cartas regidas pelo poder público e a sociedade civil organizada.

Voltemos à semana: 1) a cidade ficou sabendo que poderá receber o sinal do 5G mais cedo, antes de junho de 2023, para melhorar o desempenho dos celulares; 2) levou a Londres um projeto para mudar a vida das crianças  com três anos, residentes em bairros onde as opções, para elas, são a escola ou a casa; 3) recebeu um atacarejo, após inaugurar dois grandes hipermercados; 4) soube da morte de uma mulher assassinada a pauladas pelo companheiro; 5) registrou lances da escalada da violência, como a manutenção de cinco jovens presos em um cativeiro; 6) viu a Câmara analisar um projeto que parece piada pronta ao propor o fim dos radares.

Espanta como em meio a tantos afazeres para se reduzir a fome, melhorar a educação e o emprego, há gente embolando o meio de campo, com medidas que, em nada, fortalecem a Mogi das Cruzes que tem urgências gigantescas, como aliar o crescimento da ocupação territorial com serviços públicos e privados que garantam a qualidade de vida num futuro que já chegou, como o trânsito caótico em certas vias não deixa mentir e a fila por leito e cirurgia na Santa Casa tanto apavora.

É uma pena que gente com voz e cargo não se espelhe em trajetórias de outros políticos e defensores de Mogi das Cruzes, como seu Tote, como era chamado Tirreno Da San Biagio. O que temos visto, ouvido e acompanhado não se coaduna com o voto dado pela população a quem deveria tratar do cargo e, sobretudo, da cidade, com mais zelo, respeito e responsabilidade.