'Esse estado de insegurança alerta para falhas graves nas estratégias de policiamento preventivo e ostensivo (bandido age quando encontra facilidade) e de inteligência'
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'Esse estado de insegurança alerta para falhas graves nas estratégias de policiamento preventivo e ostensivo (bandido age quando encontra facilidade) e de inteligência'
O quarto registro de roubo a agências bancárias e carro-forte em cidades do Alto Tietê neste ano alerta todos os sinais de riscos a que trabalhadores e clientes, moradores e vizinhos de bancos estão sujeitos. A violência é a pior medida da vida em cidades grandes e também pequenas, como a pacata Salesópolis, que vai dormir sem saber se, durante a noite, granadas e quadrilhas aparecerão para levar o dinheiro das instituições financeiras que cumprem um papel importante na vida econômica e social de um município.
Na noite desta sexta-feira, o caso mais recente com o estouro de explosivos e tiros lançados ao ar - felizmente sem vítimas e reféns, como usados no grande assalto ocorrido, na mesma cidade e em situação semelhante, em 2018. Homens armados e em alguns carros invadem a pequena região central da cidade, explodem caixas e fogem. E, no caso, as agências estão a poucos metros de um posto policial que, diante do aparato criminoso, pouco ou quase nada pode fazer.
O mais grave dessa série recente ocorreu em Poá e terminou tragicamente em uma operação que precisa ser melhor explicada. A gerente Aline Silva morreu após ser mantida como escudo de um assaltante, também morto durante um confronto policial.
O estouro de um outro caixa eletrônico e de um carro-forte, na rodovia Mogi-Dutra, fecham os registros próximos uns dos outros neste ano. O dinheiro é reposto, tem seguro. A vida não.
Embora índices criminais venham caindo, a violência extrema, com morte e explosões que podem ter consequências imprevisíveis, sobressalta o morador, o turista, o cliente do banco.
Esse estado de insegurança alerta para falhas graves nas estratégias de policiamento ostensivo e preventivo (bandido age quando encontra facilidade) e de inteligência. Não é só isso.
A cada hora, surge algo mais pesado, como o atentado que teve três médicos mortos em um quiosque de praia, no Rio. O único sobrevivente foi um mogiano, o médico ortopedista Daniel Sonnewend Proença.
O Rio é um exemplo cabal da falha do estado em conter o crime organizado e os meandros que instituíram a milícia naquele estado.
Mas, o que tem o caso de Salesópolis a ver com isso? Ou a morte da gerente que, segundo testemunhas, fez de tudo para preservar os demais clientes e companheiros de trabalho? Tem o estado de medo. Paralisa o torpor vivido por quem tem alguma proximidade com esses casos. O que sentem os moradores da cidade-berço do rio Tietê quando vão dormir, sem saber quando e como poderão ser acordados.
Mudanças na segurança pública e em códigos de conduta pela preservação e valorização da vida são medidas necessárias para promover a paz na pequena, média e grande cidade.
E isso depende do prefeito, do governador, do juiz, do promotor, do deputado, do cidadão, da sociedade. Há uma preocupante paralisia diante de tanta violência. É preciso reconstruir a paz. Um homem usa como escudo uma jovem gerente. Ambos morrem. Um rival confunde um médico e mata os amigos dele. O quiosque reabriu pela manhã. O congresso médico não parou. São tempos sombrios.
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