'Ficará mais caro, advertem lideranças regionais, entrar e sair de Mogi das Cruzes. Mesmo com um ponto de cobrança, a cidade perde com o pedágio'
Quando excluída do acesso à Dutra, Mogi das Cruzes rasgou uma estrada porque o isolamento imporia grave retrocesso na projeção de seu desenvolvimento econômico. Isso tem mais de meio século.
Pouco mais recente, quanto terras mogianas e produtivas, inclusive, foram inundadas para reservar água para as barragens atenderem a boa parte da Região Metropolitana de São Paulo, Mogi das Cruzes foi obrigada a buscar alternativa para receber indústrias e negócios porque perdeu área de seu território com objetivo nobre, mas limitante. Na região das represas, a legislação ambiental restringe quase tudo. Foi então que o bairro do Tabão se tornou ZUPI - Zona de Uso Predominantemente Industrial para que o município garantisse teto futuro ao empreendedorismo, trabalho e qualidade de vida às gerações seguintes.
Corte para o presente. Como no passado, o governo do Estado age para fulminar o potencial de expansão do emprego e divisas do município com a criação de um pedágio que irá, entre outras coisas, elevar o custo Mogi e reduzir exponencialmente o poder de competitividade de toda a cadeia de geração de renda: agricultura, comércio, indústria, prestação de serviços, tecnologia.
Ficará mais caro, como advertem lideranças do Movimento Pedágio Não, entrar e sair de Mogi das Cruzes. Mesmo com mudanças no projeto anterior, como a localização da cobrança, a cidade perde. Aliás, não vale fiar na palavra de governante do Estado. Hoje, o pedágio começa custando menos de R$ 2. Amanhã, pode subir.
Ao descumprir a promessa eleitoral e manter a ameaça de incluir Mogi das Cruzes na PPP/concessão do Lote Litoral e instituir a cobrança de pedágios na Mogi-Dutra, a gestão Tarcísio de Freitas repete o modus operandi do passado. Mira as contas do Estado, manda às favas os interesses do município.
Um pedágio em Mogi das Cruzes, qualifica, na verdade, a PPP, que terá de render dinheiro (com o dinheiro do usuário) para pagar investimentos, a maioria na Baixada Santista.
Nem é uma emboscada. O projeto antigo retalhado para atual que será discutido em audiência pública nesta semana, é claro: a insistência no pedágio em Mogi é por interesse financeiro. A cobrança do sistema free flow no quilômetro 44 da Mogi-Dutra projeta arrecadar 17% do total a ser recebido dos 16 pórticos de pagamento ao longo dos demais 213 quilômetros da concessão.
Felizmente, o mesmo empenho vivido no passado recente e em outras lutas como a do ‘Aterro, Não’ norteia o Movimento Pedágio Não, com entidades, lideranças políticas e sociais afinadas ao mesmo propósito: impedir a aprovação de um pedágio - muito próximo, aliás, dos demais existentes na Ayrton Senna.
A elevação do preço dos produtos para o consumidor é certeira - tudo o que entrar e sair da cidade ficará mais caro.
Tomara que o governador Tarcísio de Freitas não falhe, de novo, e cumpra a palavra de manter o diálogo com os mogianos. Argumentos não faltam à causa de Mogi que também pode lembrar ao Estado a espera, há mais de 15 anos, pelas melhorias prometidas ao Taboão. Empresas ali também moverão a economia do Estado.
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