Reportagens publicadas no final de semana ouvem os depoimentos de quem precisa escolher entre comer e pagar o aluguel em Mogi das Cruzes
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Reportagens publicadas no final de semana ouvem os depoimentos de quem precisa escolher entre comer e pagar o aluguel em Mogi das Cruzes
Tão fortes como os números mais recentes sobre o aumento da pobreza e da miséria em Mogi das Cruzes foram os relatos reunidos em reportagem publicada neste final de semana por O Diário a respeito das famílias que estão residindo em duas das áreas ocupadas irregularmente nos últimos anos e meses na região de Braz Cubas e Jundiapeba.
Famílias lideradas por mulheres vivem o drama de não ter como pagar o aluguel - uma situação que piorou com a pandemia como as informações reunidas pela Secretaria Municipal de Assistência Social revelaram na semana passada.
A parcela dos mogianos que vivem em situação de extrema pobreza e miséria cresceu e atinge um contingente de mais de 52 mil famílias em Mogi das Cruzes - algumas contas indicam que isso representa cerca de um terço ou um pouco mais do que isso da população da cidade.
Esse número assustador já havia sido identificado em reportagem realizado no ano passado por esse jornal. Desde lá, o recorte da fome e miséria tem acelerado porque as condições de trabalho informal que, de alguma forma, ajudavam a controlar esse fenômeno ainda não melhoraram.
O Diário, no domingo (17), mostrou que cerca de 2,9 mil famílias, que atendem aos critérios para receber o Auxílio Brasil, o antigo Bolsa Familia, não estão sendo contempladas com esse socorro federal que ameniza, mas não soluciona esse trauma social.
Nos relatos reunidos pela jornalista Mariana Acioli, as mulheres afirmam que o desemprego e o recebimento de recursos escassos obrigaram à opção entre fazer a compra da cesta básica ou pagar o aluguel. A alternativa tem sido manter o alimento à mesa dos filhos (veja vídeo produzido por O Diário).
Esses relatos costuram o tamanho do desafio social a ser enfrentados pelos gestores das três instâncias de governo - municipal, estadual e federal.
Por mais que o benefício social atenue a fome e as muitas dificuldades decorrentes da falta de trabalho e dinheiro, a espera por um teto popular vai perdurar por mais tempo. São muitas as pessoas que estão em ocupações irregulares e compartilham o mesmo pesadelo de esperar por uma ordem judicial para sair, com os filhos, dos barracos.
Alargando mais essa perspectiva, Mogi, São Paulo e o Brasil têm diante de si um problema considerado mais grave - sem escolaridade e oportunidades para gerar renda informal, por meio de bicos, essas famílias continuarão repetindo o ciclo de pobreza dos pais e avós.
Ainda que Mogi das Cruzes acene com mudanças com a regularização fundiária que prevê atender 5 mil famílias, as tentativas semanais de ocupação de terrenos flagrados pelos agentes públicos confirmam que a pressão por moradia segue latente na cidade que tem terrenos livres e passíveis de se transformar em ocupações, como a Vila São Francisco, tão duramente exemplifica.
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