Quando se registra um pico de 15 macas esperando leitos, não cabe remendo. A situação está batendo na zona de perigo. A mira é o no cidadão doente, que pode morrer ou ter grave sequela
Pacientes de Mogi enfrentam filas de espera por vagas hospitalares (Divulgação/Hospital Municipal)
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Quando se registra um pico de 15 macas esperando leitos, não cabe remendo. A situação está batendo na zona de perigo. A mira é o no cidadão doente, que pode morrer ou ter grave sequela
Pacientes de Mogi enfrentam filas de espera por vagas hospitalares (Divulgação/Hospital Municipal)
Ultravoláteis, efêmeras e desagregadas, pautas de interesse da população, sobretudo as de temas específicos, como saúde, educação e até violência se perdem em meio à linha de tempo que deveria conter uma queixa, o escrutínio público, o debate e busca de soluções coletivas. Essa situação diz muito sobre o caos instalado pela falta de leitos hospitalares em Mogi das Cruzes e cidades do Alto Tietê. A opinião pública, que tem força de provocar reação de prefeitos, deputados, vereadores e governadores, é enfraquecida pela descentralização da atenção e rapidez da circulação da informação. Alguém ficou esperando 12 horas por um hospital. O atendimento a uma criança mordida por uma cobra atrasa. E assim vai.
Em manchete recente, O Diário detalhou o ônus da falta de leitos hospitalares, um assunto que, para alguns, está envelhecido, caducou.
Antes fosse: nesta semana, a Prefeitura de Mogi das Cruzes, por nota, confirmou a realidade gravíssima. Em determinado período, 15 macas com 15 pacientes que necessitavam de vaga em hospital, ficaram “presas” nas Upas enquanto corria a dolorida e morosa procura por uma vaga para internação.
Os pacientes estavam em situação estabilizada, garantiu a Prefeitura.
Relatos de cidadãos que aguardam por uma transferência da Santa Casa de Misericórdia para outro hospital aparecem em reclamações e queixas na imprensa e em redes sociais.
A nossa reportagem “Com 1,5 mil vagas na rede pública do Alto Tietê, pacientes enfrentam filas de espera em hospitais” reuniu e deu voz a quem vive o drama de acompanhar um pai, mãe ou filho que precisa de um exame ou procedimento específico, somente oferecido em um hospital.
O Alto Tietê não tem como acelerar o deslinde desse impasse porque faltam leitos para atender à população regional que segue crescendo todos os anos - embora, o Censo Populacional 2022 tenha dito que não.
A família reclama, o governo municipal ou estadual responde protocolarmente. Após isso, vem o apagamento, esquecimento. Correm as horas e o que havia sido divulgado como a melhoria do diálogo com Central de Regulação da Oferta de Serviços de Saúde, a CROSS, não se efetiva.
A regionalização da CROSS tem sido apontada como meio de se mitigar o que colapsa o sistema, que é a falta de leitos para todos. Tomara que não tarde. Quando se registra um pico de 15 macas esperando leitos, não cabe remendo. A situação está batendo na zona de perigo. E, neste caso, está na mira o cidadão em risco de morte, sequela grave ou que ficará ainda mais tempo ocupando vaga até se recuperar.
De volta ao início desta reflexão - outras vezes, já passamos por isso. Lembram-se das filas de macas na porta do PS do Luzia, algum tempo antes da pandemia? Pois é, o tempo passou. O Luzia restringiu a porta de acesso ao Pronto-Socorro para racionalizar a demanda. Para onde foi a fila de pacientes? Essa fila está nas Upas (felizmente, agora, são 3, o que ameniza o drama).
Manter e zelar por essa memória coletiva é missão para a sociedade civil organizada. Manter essa memória em tempos de infodemia (excesso de informação) pode para curar cidades vítimas de gestões públicas inconsequentes, incompetentes e negligentes. Por último, a falta de leitos não é obra do dia para noite.
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