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EDITORIAL

Governo de promessa cansa

'O desassoreamento do rio Tietê em Mogi, Suzano e Itaquá foi anunciado. O nó desse embrulho: não se sabe quando começa, mas chuvas fortes já começaram'

14/10/2023 às 08:05.
Atualizado em 14/10/2023 às 08:05

'O desassoreamento do rio Tietê em Mogi, Suzano e Itaquá foi anunciado. O nó desse embrulho: não se sabe quando começa, mas chuvas fortes já começaram' (Imagem: Arquivo O Diário)

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EDITORIAL

Governo de promessa cansa

'O desassoreamento do rio Tietê em Mogi, Suzano e Itaquá foi anunciado. O nó desse embrulho: não se sabe quando começa, mas chuvas fortes já começaram'

14/10/2023 às 08:05.
Atualizado em 14/10/2023 às 08:05

'O desassoreamento do rio Tietê em Mogi, Suzano e Itaquá foi anunciado. O nó desse embrulho: não se sabe quando começa, mas chuvas fortes já começaram' (Imagem: Arquivo O Diário)

O recorde de chuva registrado no início deste mês de outubro em cidades como Mogi das Cruzes, Itaquaquecetuba e Santa Isabel é um teste e tanto para os prefeitos que estão de olho na reeleição ou na eleição de seus apadrinhados em 2024. E também para o governador Tarcísio de Freitas que, em março deste ano, em visita a regiões alagadas no Alto Tietê prometeu intervenções para conter calamidades e perdas para as famílias que residem próximo de córregos e rios da Bacia do Rio Tietê. 

É uma corrida com resultado sabido: nem bem chegou o verão e alagamentos já assustam famílias. 

O aceleramento dos efeitos das mudanças climáticas e o El Niño, fenômeno que marca a primavera e o verão 2023, são o nosso presente, não ouvem promessas do gestor público. 

A promessa de limpeza do trecho do rio Tietê entre Itaquá, Suzano e Mogi das Cruzes anda, mas no papel. Nesta semana, em uma reunião, representantes do DAEE confirmaram a autoridades da região o investimento R$ 160 milhões no desassoreamento em três municípios. O nó desse embrulho: a obra será executada em 30 meses e começa no futuro.

 O excesso de chuva é para ontem. O noticiário deste início de outubro lança canhão de luz em direção aos prefeitos que podem enfrentar meses de bairros ribeirinhos alagados, como ocorreu entre dezembro e parte de março deste ano.

Sem calibrar as políticas de proteção hídrica e Defesa Civil - novamente, casas estão ameaçadas de desabar -, os governos do Estado e dos municípios do Alto Tietê não conseguirão responder uma demanda que atinge milhões de moradores pagadores de imposto e que vivem em bairros abandonados, vítimas da incúria e da negligência generalizadas.

A moradia em área de risco se prolifera nas maiores cidades do Alto Tietê. O descontrole da ocupação de terras baratas atende ao capital do voto. Prefeitos costumam pensar mais nos quatro anos seguintes do que na cidade como um organismo vivo, que segue a lei natural da causa e efeito.

Passa da hora de o Estado garantir anualmente recursos para o desassoreamento do rio Tietê. Esse jornal tem dado voz a lideranças e entidades que falam aos ventos sobre a morosidade em atacar a sujeira fixada no leito do rio. Só desassoreamento não acabará com o fantasma das enchentes. Mas é uma ação preventiva.

Basta olhar com pouco mais de atenção a chuva em estados do Sul e a seca no Norte. As cidades precisam mudar para reduzir riscos aos seus moradores. Não existe milagre dos céus. Em Mogi das Cruzes, em nove dias, choveu mais do que todo o mês de outubro de 2022.

Que o eleitor anote o que é prometido e entregue pelas atuais gestões. Cadê um calendário de limpeza anual, inclusive dos córregos? Quantas famílias afetadas pelas enchentes foram retiradas e encaminhadas para moradias melhores? Se não dá para construir mais piscinões, quais alternativas construtivas adotadas? O anúncio das obras de desassoreamento é pequeno refresco. Nem precisou chegar o verão para a chuva se tornar um pesadelo. Governo que faz só promessa, cansa, e não escapa da responsabilidade pelo desabrigo e, às vezes até morte do cidadão que é menor do que a força da natureza.

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