Desmonte da Polícia Rodoviária impacta em fiscalizações. Mais do que isso, fere de morte a missão desse grupamento de desenvolver e realizar estratégias de segurança nas estradas
Asfalto na Mogi-Bertioga 'rachou' (Divulgação - Jonny Ueda)
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Desmonte da Polícia Rodoviária impacta em fiscalizações. Mais do que isso, fere de morte a missão desse grupamento de desenvolver e realizar estratégias de segurança nas estradas
Asfalto na Mogi-Bertioga 'rachou' (Divulgação - Jonny Ueda)
Em intervalo de 100 dias, o deslizamento de terra e árvores e o afundamento de parte da pista suspenderam o trânsito na rodovia Mogi-Bertioga (SP-98) duas vezes - em novembro, em pleno feriado de Finados, e na noite do último dia 19, após temporal histórico no Litoral Norte.
Fechamentos do trânsito, ali, são mais comuns entre outubro e fevereiro, meses chuvosos e úmidos. No último deles, além dos deslizamentos, o rompimento de uma tubulação mudou um pouco o que sempre foi mais comum, ou seja, os escorregamentos de pedras e árvores.
A última interdição durou 15 dias, afetando a vida de milhares de pessoas, a economia e o turismo das duas cidades interligadas pela estrada construída num projeto de Mogi das Cruzes, tocado pelo prefeito Waldemar Costa Filho há 40 anos. Dia 13 de maio, a Mogi-Bertioga aniversaria.
Desta última vez, o governo do Estado de Tarcísio de Freitas anunciou intervenção que promete refazer pontos do sistema de drenagem, além de muro de arrimo, em um período de seis meses - esse prazo indica a complexidade do que será exigido para realinhar as condições do lugar e assegurar a segurança dos usuários.
Valerá acompanhar os desdobramentos de informação de bastidores divulgada pelo jornalista Darwin Valente, de O Diário, logo após a reabertura parcial do caminho.
Na última terça-feira (7), responsáveis pelo Departamento de Estrada de Rodagem (DER) solicitaram um reforço da fiscalização feita pela Polícia Rodoviária aos caminhões de carga com virtual excesso de peso. Caminhões são constantes protagonistas em acidentes em curvas acentuadas da Serra do Mar.
A Mogi-Bertioga tem um ponto de pesagem de vistoria móvel no quilômetro 77. É proibida passagem de caminhão com peso bruto acima de 22 toneladas.
Naquele dia, não havia efetivo extra para atender ao pedido em cima da hora. Isso não surpreende quem acompanha o violento desmonte da Polícia Rodoviária, com o fechamento de postos, como o de Mogi das Cruzes, com a desativação da equipe de agentes.
O desaparelhamento do policiamento rodoviário, aliás, é flagrante em todo o Estado. Enquanto se aposta na fiscalização eletrônica, falta material humano que poderia dar conta não só de vistorias, mas no desenvolvimento e adoção de medidas estratégicas para tratar vulnerabilidades e irregularidades como a carga acima do peso. No Alto Tietê, só a Mogi-Guararema tem posto fixo de pesagem.
A realidade está aí. A perda de vidas nos últimos verões resulta da negligência e incúria do Estado, a quem compete zelar pela segurança das pessoas, e do poder de pressão da sociedade. Desastres naturais em resposta ao caos climático são uma parte significante dos riscos à vida do cidadão nas cidades.
O conjunto formado pela preservação do tráfego seguro e dentro do limite de peso e de velocidade ganhará protagonismo nessa matemática da busca de se minorar danos e mortes durante fenômenos da natureza que destroem casas, carros, estradas em minutos. O Diário já cobrou, várias vezes: os escorregamentos de toneladas de pedras na Mogi-Bertioga, até hoje, não fizeram vítimas fatais por um engenho do acaso. Por nada mais do que sorte e acaso.
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