'Tomara que não chegue tarde de demais a iniciativa para salvar da ruína e desabamento, o Casarão dos Duque, que está muito perto de ser destruído em definitivo'
'O tempo dirá se a reação popular e política irá deter o desaparecimento de mais essa parte da história de Mogi' (Arquivo O Diário)
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'Tomara que não chegue tarde de demais a iniciativa para salvar da ruína e desabamento, o Casarão dos Duque, que está muito perto de ser destruído em definitivo'
'O tempo dirá se a reação popular e política irá deter o desaparecimento de mais essa parte da história de Mogi' (Arquivo O Diário)
A Prefeitura de Mogi das Cruzes teve, no passado nem tão distante assim, duas demandas semelhantes à proposta pela Câmara Municipal, nesta semana, para preservar um patrimônio histórico do abandono e destruição. Uma teve um final feliz e pioneiro ao entregar à comunidade o Museu Virtual da Educação de Mogi das Cruzes, o MUVE, no antigo Casarão da Coronel, em junho de 2020, na rua Coronel Souza Franco. Mesmo destino não teve o Casarão dos Barradas, na mesma via, que acabou no chão em um processo que até hoje corre sem desfecho ideal. Nesse segundo caso, um dos argumentos da gestão municipal para não levar a cabo à desapropriação e inclusão do bem no acervo patromonial da cidade, foram as dificuldades processuais e a falta de documentação e interesse dos antigos proprietários, que acabaram por revender o singular casario a terceiros.
Nesta semana, após novo ato de desagravo sobre a possibilidade de o Casarão dos Duque ruir sem a cidade conseguir não transpor as barreiras jurídicas e financeiras, a vereadora Inês Paz impulsionou proposta, aprovada pelos demais vereadores, para a Prefeitura desapropriar o imóvel e livrá-lo do golpe final, o desabamento.
A sugestão é pertinente, mas pode ter chegado tarde demais. As condições da antiga chácara em terreno cotado para abrigar um empreendimento imobiliário são as piores possíveis. O temor: não haver tempo hábil para salvar esse imóvel, que se torna lição sobre as pontas tortas dos ritos legais para se preservar um patrimônio de interesse notório - como é caso. O Diário noticia essa agonia que tem lances suspeitíssimos, como incêndios mal explicados e até a retirada de telhas que aceleram a derrocada da cobertura.
A administração e Comphap (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural, Artístico e Paisagístico de Mogi das Cruzes) se veem de mãos atadas para atingir tal objetivo. Sobrou burocracia e faltou de vontade política e social - Mogi, convenhamos, nas últimas décadas, teve poucas vozes firmes e interessadas, de verdade, em preservar o mobiliário arquitetônico da 13 ª cidade mais antiga brasileira. Por essas e outras, foram vitoriosos os recursos administrativos e judiciais de proprietários que postergaram o tombamento do casario até março de 2020, quando ele foi considerado como patrimônio municipal.
Mesmo com esse trunfo, a Prefeitura afirma não ter autorização para tocar intervenções que possam estancar a destruição do único exemplar de residência rural típica do século XIX, de taipa de pilão e testemunha do efêmero ciclo do café mogiano.
Ainda assim, a decisão dos vereadores é resposta bem-vinda à pressão popular exercida na DesVirada Cultural, realizada dias atrás, com o objetivo de protestar contra os rumos das políticas da cultura e, em especial, o desfazimento de raridades centenárias como o Casarão dos Duque. O tempo dirá se a reação popular e política irá deter o desaparecimento de mais essa parte da história de Mogi.
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