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EDITORIAL

Carnaval cinquentenário

A criação da Liga Independente das Escolas de Samba de Mogi aguça a atenção e dá esperança a quem gosta deste ziriguidum e torce pelo Carnaval de Mogi

O Diário
17/02/2023 às 17:59.
Atualizado em 17/02/2023 às 18:01

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EDITORIAL

Carnaval cinquentenário

A criação da Liga Independente das Escolas de Samba de Mogi aguça a atenção e dá esperança a quem gosta deste ziriguidum e torce pelo Carnaval de Mogi

O Diário
17/02/2023 às 17:59.
Atualizado em 17/02/2023 às 18:01

A maior parte das organizações e entidades sociais do Brasil não possui  mais do que 10 anos. A lógica se aplica também a empresas que possuem um índice de mortalidade igualmente assustador atrelado à insegurança financeira vivida em um Brasil que desde a década de 1970 viveu 14 planos econômicos lançados por governos que buscavam a estabilidade social.

Instalam-se num patamar de ainda maior exceção projetos culturais como os concretizados pelas escolas de samba de Mogi das Cruzes, Acadêmicos do São João, Estação Primeira de Braz Cubas (Brazcubão) e Unidos da Vila Industrial, que estão completando 50 anos de atividades. A verde e rosa dobrou a casa dos cinquenta em 2022. Ano que vem, será a vez da Brazcubão, e em 2026, a Vila. Ao lado desse trio, estão a Fiel, com mais de 25 anos, e a Guerreiras do Fogo, com 9.

A longevidade dessas agremiações mereceria zelo, proteção e a defesa da sociedade mogiana e do poder público - este último, segue cumprindo papel de algoz e salvador dos desfiles oficiais, a depender da proximidade das eleições municipais, o que é uma pena.
No país, a ligação entre as pessoas e o Carnaval mudou nos últimos 20 anos, com o resgate da festa de rua e dos blocos populares em capitais e cidades brasileiras - e a concentração das escolas em capitais. Mas, o gosto pelo festejo, pela música, esse não muda.
Na maior parte da região, a festa enfraqueceu. Praticamente, acabou (exceção de Guararema, que tem aposta no modelo de rua, familiar, e capitaliza público).

 Em Mogi, o Carnaval de 2020, quando não houve arquibancada e o público foi separado do miolo das escolas, por uma cordinha, como ainda se ressentem presidentes de agremiações, a presença do público reforçou o valor desse produto cultural que une e regionaliza comunidades e os seus bairros. 

Escola de samba tem torcida, lastro, memória. Por isso, a avenida Cívica não perdeu o público, mesmo com os jejuns antes da pandemia.
É por causa de toda essa colcha de elementos - escolas tradicionais e fortes, baterias e alas repassadas de pai e mãe para filhos e de avós para netos, famílias se mantendo, de alguma forma, em cargos de direção nos barracões, além da existência de quadras, mesmo com “senões” - que o lançamento da Liga Independente das Escolas de Samba aguça a atenção e dá esperança a quem gosta deste ziriguidum de ver o Carnaval de novo. A quem importa saber quem teve a melhor bateria, o grande casal de mestre-sala.

Nesse ano, o teste de fogo será o resultado das apresentações no CIP do Mogilar, de domingo a terça-feira, com a festa administrada pela Liga e a iniciativa privada. 

A Liga será comparada à Amesb. Pode ser que sim. Mas, a torcida nossa é para que os novos dirigentes façam diferente. Apartar o Carnaval do poder público será garantia para a continuidade no ano que vem, e no outro também. O poder público não investirá nada, nadica? Será um erro se assim o governo municipal agir porque o Carnaval tem aprovação popular e está inserido na Cultura a que toda a cidade deveria ter direito e usufruir.

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