"Já se observa nas entrelinhas, uma vez que a campanha oficial ainda não existe, uma coloração de promessas de solução para a economia e nova alteração de direitos trabalhistas"
"Já se observa nas entrelinhas, uma vez que a campanha oficial ainda não existe, uma coloração de promessas de solução para a economia e nova alteração de direitos trabalhistas"
O ano começou e as pesquisas sobre a intenção de voto para eleição do futuro presidente da República já aparecem como assunto nas rodas de conversa entre amigos. O resultado delas deve ser visto, por enquanto, de maneira relativa, e considerar alguns eventos envolvendo os pretendentes e ainda com meses de caça ao voto pela frente. No chavão convencional, trata-se de uma “fotografia do momento”.
No meio das posições das candidaturas uma piada se fez, isto é, na próxima eleição possivelmente teremos um candidato condenado pela Justiça, em disputa com o juiz que à época o condenou. A queda de braço entre o ex-presidente Lula e Sergio Moro, que por sua vez foi ministro do presidente Jair Bolsonaro, é somente uma pitada do que teremos pela frente e dos discursos inflamados que virão com acusações mútuas.
É um quadro estranho, mas na política brasileira onde ideologia partidária e foco no interesse público ficam para escanteio, muito há por vir dos pretendentes ao Palácio do Planalto. A expectativa é que saúde e economia dominem o debate, e muito ainda dependerá do sucesso da imunização da população brasileira contra a Covid, negada por Bolsonaro como doença grave e que transformou o cenário nacional, matéria que deverá ser o combustível para muito ataque ao mesmo.
Este um tema já politizado desde o ano 2020 e que seguirá na pauta, mas o Brasil tem muitas demandas importantes e não é apenas a vacina que será emergida no cipoal de discussões, a inflação e esta como decorrência dos preços dos combustíveis também elevará a temperatura.
Fato é que, seja por qual instituto de pesquisa for, hoje há uma polarização entre Lula e Bolsonaro, como nos velhos tempos de PT e PSDB, o que já desagrada muitos eleitores que querem maior conteúdo de propostas e não apenas embate de bandeiras partidárias.
Já se observa nas entrelinhas, uma vez que a campanha oficial ainda não existe, uma coloração de promessas de solução para a economia e nova alteração de direitos trabalhistas. Triste, contudo, que promessas feitas, como a elevação do limite da tabela de imposto de renda, aqui um exemplo de uma feita por Bolsonaro, sejam sistematicamente esquecidas. Também costumam ficar pelo caminho as promessas de reforma tributária, administrativa e política. Sendo assim, começando o ano eleitoral, com copa do mundo pela frente, todo cuidado é pouco com as promessas vazias.
Laerte Silva é advogado
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