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ARTIGO

O papel de Mogi das Cruzes na história

'Hoje Mogi está presa no passado. Precisamos pensar numa cidade mais justa'

Rodrigo Valverde e Eros Nascimento
04/03/2023 às 08:46.
Atualizado em 04/03/2023 às 08:47

"Hoje Mogi das Cruzes está presa ao passado" (Arquivo/Diário)

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O papel de Mogi das Cruzes na história

'Hoje Mogi está presa no passado. Precisamos pensar numa cidade mais justa'

Rodrigo Valverde e Eros Nascimento
04/03/2023 às 08:46.
Atualizado em 04/03/2023 às 08:47

"Hoje Mogi das Cruzes está presa ao passado" (Arquivo/Diário)

Mogi das Cruzes precisa mudar sua forma de planejamento e se pensar como uma cidade vital para os próximos 40 anos, tendo como eixos (1) ser uma cidade de produção de novas tecnologias e conhecimentos através de uma universidade pública; (2) integrar sua malha ferroviária à malha metroviária através de transporte férreo com qualidade de metrô, inclusive expandindo-a para bairros como César de Souza; (3) trazer multinacionais e profissionais internacionais para a cidade, numa visão cosmopolita de município; (4) ter a melhor educação básica do Estado de São Paulo, preparando novas gerações para morar e trabalhar na cidade; (5) ser mais digital e aberta à inovação, incluindo banda larga gratuita para toda a cidade e cursos de inglês e espanhol complementares ao sistema educacional; (6) ter um curso de graduação em políticas públicas para formar gestores e burocratas que pensem a cidade para o futuro e reformem a ineficácia da máquina pública municipal.

Hoje o Plano Plurianual (PPA) não está à altura do tamanho da principal cidade da região metropolitana de SP. Não pensa no principal, que é criar condições macroestruturais que possibilitem o protagonismo do município. Se Mogi quer ser grande, precisa pensar como um município grande.

Vizinhos como São José dos Campos e Campinas possuem universidades públicas de ponta, como o ITA e a Unicamp, com estruturas que possibilitam empresas a reterem talentos localmente - e uma cultura de inovação. Enquanto isso, aqui, quando muito, lutamos para conseguir fornecer oficinas para formação de jovens – e com dificuldades. A essa altura, já deveríamos ter uma universidade pública referência no município, é injustificável que todo o ensino universitário da cidade dependa de poucas instituições privadas há décadas.

Hoje Mogi das Cruzes está presa ao passado. Quando inova digitalmente é para garantir a intrusão na vida privada dos cidadãos através de grandes panópticos que visam vigiar tudo e todos instalados nas praças públicas. O município parece não conseguir pensar numa estrutura comunitária de polícia que seja humana e democrática. A cidade, que poderia investir em garantir com que a periferia tivesse acesso ao mundo digital, da educação e do trabalho, prefere, ao contrário, vigiar e punir os mais pobres como se fossem cidadãos de segunda classe. Precisamos pensar uma cidade mais justa.

O município precisa se abrir ao mundo, trazendo profissionais de regiões como Ásia, Europa e América Latina para produzir novos conhecimentos, tecnologias e expandir o PIB per capita. Pensar seriamente em se desenvolver. É preciso mudar os termos do diálogo que temos sobre desenvolvimento local e pensarmos no longo-prazo de forma estruturante, assumindo o papel de protagonista que cada um de nós temos no município. Afinal, qual papel do município queremos transformar em realidade ao longo da história?

Rodrigo Valverde é advogado e foi candidato a prefeito; Eros Nascimento é mestre em Administração Pública

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