'Se houve falha na informação dos dados sobre a gravidade do caso dessa senhora, uma dúvida que surgiu, enfim, serve para mostrar que uma vida sob risco não pode depender apenas de um sistema que não capte a verdadeira situação dos pacientes'
Triste, para dizer o mínimo, o caso da paciente que morreu na Unidade de Pronto Atendimento – UPA do Rodeio em Mogi das Cruzes nesta semana. (Imagem: Divulgação)
Triste, para dizer o mínimo, o caso da paciente que morreu na Unidade de Pronto Atendimento – UPA do Rodeio em Mogi das Cruzes nesta semana.
A senhora de 77 anos chegou à unidade de saúde com infecção urinária, quadro de diabete alta e faleceu no último dia 07 aguardando por 30 horas uma vaga em hospital que pudesse lhe dar o devido tratamento e medicação.
Reportagem de O Diário mostrou este drama que infelizmente serve para ilustrar o quanto o sistema de gerenciamento do serviço de saúde do Governo do Estado, e obviamente a falta de leitos para internação comprometem o bem mais precioso que uma pessoa tem, a sua vida.
O Hospital Luzia de Pinho Melo é o maior exemplo do quanto o sistema de regulação de vagas e encaminhamento de pacientes não está funcionando.
A Central de Regulação de Ofertas de Serviços em Saúde – CROSS ou o chamado Sistema Informatizado de Regulação do Estado de São Paulo (Siresp), seja como for, deveriam cobrir as necessidades do cidadão, garantindo o acesso ao Serviço Único de Saúde – SUS/SP, mas especialmente em Mogi das Cruzes, após o Hospital Luzia “fechar” suas portas e não ter pronto socorro aberto, casos como este acontecem e sobrecarregam a Santa Casa da Cidade que vem tendo uma queda de braço com a Prefeitura, justamente em razão dos reflexos que o sistema provoca e a grande quantidade de pacientes.
Algo precisa ser feito, urgentemente, em especial em Mogi das Cruzes que vem recebendo pacientes de várias cidades do Alto Tietê sem que o Estado consiga resolver esta questão. A regulação de vagas por si só não é a solução, a solução é criar leitos na especialidade necessária e ampliar o serviço médico regional.
Não importa o nome que se dê para o serviço de atendimento e regulação de vagas e encaminhamento de pacientes, a quantidade de leitos para a população regional está deficitária e pessoas estão morrendo por isso.
Se houve falha na informação dos dados da gravidade do caso dessa senhora, uma dúvida que surgiu, enfim, serve para mostrar que uma vida sob risco não pode depender apenas de um sistema informatizado que não capte a verdadeira situação dos pacientes. Um jogo de empurra acabou surgindo para justificar o fato, mas de tudo isso, o que a população tem direito e cobra é que além dos gabinetes e interesses políticos eleitorais algo de concreto seja feito para evitar outra morte na fila.
Laerte Silva é advogado
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