'Quando as grandes empresas dominam parte dos setores econômicos, se esvai a chance de os pequenos negócios prosperarem, crescerem e se tornarem médios e grandes. Exemplo prático é o das farmácias. Perdem o empresário e o consumidor'
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'Quando as grandes empresas dominam parte dos setores econômicos, se esvai a chance de os pequenos negócios prosperarem, crescerem e se tornarem médios e grandes. Exemplo prático é o das farmácias. Perdem o empresário e o consumidor'
O modelo adotado por parte das empresas brasileiras, que consiste em fazer o capital de giro em cima de atraso aos fornecedores, traz uma série de riscos e penaliza, em especial, os pequenos e médios empreendimentos. Esta política é usada principalmente pelas corporações que concentram um grande número de produtos e dominam o mercado, situação conhecida como cartel. Além dos prejuízos financeiros, a iniciativa impacta o desenvolvimento dos negócios, na competitividade e, consequentemente, na geração de empregos e renda.
A complexidade desta questão foi trazida à luz em análise recente do jornalista Luís Nassif, que usa o caso das Americanas como exemplo dos danos que este sistema causa. Dados do Sebrae apontam que cerca de 52% dos empregos com carteira assinada no Brasil são gerados por pequenas empresas. Além disso, elas atingem 86,5 milhões de brasileiros de forma direta ou indireta, ou seja, 40,4% da população - donos dos negócios, funcionários ou familiares.
Quando as grandes empresas dominam parte dos setores econômicos, se esvai a chance de os pequenos negócios prosperarem, crescerem e se tornarem médios e grandes. Um exemplo prático é o das farmácias.
Há pelo menos uma década vemos os pequenos estabelecimentos - muitas vezes passados de pai para filho - darem espaço para as grandes redes que chegam a concentrar duas bandeiras ou mais. Perdem o pequeno empresário e o consumidor, que poderia ter mais opções de consumo e preço.
O Brasil já teve experiências bem-sucedidas com modelos em que as grandes empresas buscavam aplicar noções de gestão para seus fornecedores, em particular os menores. Mas isso foi aos poucos substituído pelo sistema de ganho imediato, sem pensar em longo prazo, não dando chance para um desenvolvimento integrado entre as engrenagens da rede.
Quando falamos em crescimento da atividade econômica do País, para que ele desempenhe protagonismo no mercado é preciso pensar em todos que fazem parte da economia.
O Conselho Administrativo de Direito Econômico (Cade) - órgão que regula aquisições e fusões - é importante para coibir monopólios e precisa ser reforçado para evitar que o sistema de cartéis prospere. É necessário rever as políticas predatórias que ao invés de agregar para o desenvolvimento econômico e social, colaboram apenas para o enriquecimento de poucos favorecidos.
José Francisco Caseiro é empresário e diretor da regional do Alto Tietê do Ciesp/Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo)
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