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Acabou II

O País precisa de pacificação e respeito à todas as instituições. As Forças Armadas são importantes e deveriam reconhecer que eleição não é sua atribuição.

Laerte Silva
12/11/2022 às 07:10.
Atualizado em 12/11/2022 às 08:51

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Acabou II

O País precisa de pacificação e respeito à todas as instituições. As Forças Armadas são importantes e deveriam reconhecer que eleição não é sua atribuição.

Laerte Silva
12/11/2022 às 07:10.
Atualizado em 12/11/2022 às 08:51

Faltava o tão esperado relatório ou auditoria elaborado pelos militares para colocar uma pá de cal na discussão sobre as urnas. O ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, enviou esta semana ao Tribunal Superior Eleitoral o resultado dos trabalhos de fiscalização a que se submeteu para atender ao desejo do presidente Jair Bolsonaro (PL).

De pronto, o que se pode dizer é que o tão aguardado documento não apontou fraude alguma, ou seja, o combustível que se esperava para continuarem com os protestos pelo resultado das eleições não apareceu.

Posto isto, mais do que nunca o reconhecimento da derrota nas eleições, por parte de Bolsonaro, uma vez que até a transição de Governo já se iniciou, deveria servir para colocar um ponto final em uma discussão que na verdade não deveria sequer ter sido prolongada.

Várias instituições, além do Ministério da Defesa, acompanharam as eleições e não apontaram qualquer irregularidade. O relatório do Ministério da Defesa, se não encontrou irregularidade, deveria dizer, de uma vez por todas, que as urnas são confiáveis. Mas para isto faltou coragem, certamente porque neste particular os militares acabaram abraçando o projeto político de seu líder, o presidente.

Ora, depois de tanto alarde e tanta pressão sobre o sistema eleitoral, franqueado o acesso e nada encontrado, manter ainda que nas entrelinhas do relatório uma ideia de que não foi possível afirmar que não houve fraude é realmente algo que envergonha.

O País precisa de pacificação e respeito à todas as instituições. As Forças Armadas são importantes e necessárias para o país, e bem por isso deveriam reconhecer que eleição não é sua atribuição. O raciocínio é simples: se não é dado a uma corte judicial ter ingerência nos quartéis, por qual razão a caserna viraria fórum?

Bem, feitos os testes e passada a eleição, não há mais o que ficar sendo dito a respeito das urnas. Se havia ainda um campo de esperança para continuar criando factóides para não encerrar o assunto, isto é, para não aceitar o resultado da votação, o Ministério da Defesa com seu trabalho deu a senha.

Manifestações sempre devem ser feitas por quem assim desejar e tiver o seufoco, guardando-se o devido respeito também a quem pensa o contrário. O resultado eleitoral não foi o esperado ? Paciência, agora é fiscalizar quem ganhou. Acabou.

Laerte Silva é advogado

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