Familiares e amigos de Nataly fazem protesto e bloqueiam avenida em Jundiapeba
Um grupo de familiares e amigos da transexual Nataly Lily, de 23 anos, que está desaparecida desde o último dia 12, realiza protesto no final da tarde desta segunda-feira (21), em frente ao Motel Mogi (antigo Paraná), na avenida Lourenço de Souza Franco, em Jundiapeba, acesso entre Mogi das Cruzes e Suzano. A via foi […]
Reportagem de: O Diário
Um grupo de familiares e amigos da transexual Nataly Lily, de 23 anos, que está desaparecida desde o último dia 12, realiza protesto no final da tarde desta segunda-feira (21), em frente ao Motel Mogi (antigo Paraná), na avenida Lourenço de Souza Franco, em Jundiapeba, acesso entre Mogi das Cruzes e Suzano. A via foi interditada em ambos os sentidos pelos manifestantes por volta das 18h20, complicando o trânsito no trecho, bastante movimentado neste horário de pico.
Uma equipe da Guarda Municipal de Mogi chegou ao local por volta das 18h50 e logo recebeu reforços, porém os manifestantes – que “buscam justiça para Nataly”- se recusavam em liberar a avenida. Em seguida foram acionados agentes da Polícia Militar (PM) e da Ronda Ostensiva Municipal Urbana (Romu) – fortemente armados – que conversaram com os participantes.
Um motorista chegou a furar o bloqueio, atropelando um dos manifestantes, que teve escoriações na perna. Outros condutores optam por fazer a conversão proíbida utilizando o canteiro central.
Vestidos com camiseta branca, os participantes do ato carregam cartazes pedindo “justiça” por Nataly.
Às 19h10 a ocorrência era acompanhada por três viaturas da PM e sete da Guarda Municipal de Mogi. Em diálogo com os protestantes, as equipes liberaram uma faixa em cada sentido.
A multidão começou a se dispersar por volta das 19h30. Participantes percorreram a via a pé, de forma pacífica.
“Este é o lugar onde ela foi vista pela última vez, por isso viemos para cá”, contou o irmão dela, Nelson Fortunato Domingos, para a reportagem.
O caso
A família acredita que Nataly tenha sido baleada durante um programa sexual, com base em relatos de uma amiga, também transexual, que a acompanhava no dia do desaparecimento.
Um boletim de ocorrência foi registrado. A Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP) informou que realiza diligências a fim de localizar o paradeiro da vítima.
O pai de Nataly, Nelson Domingos, procurou a delegacia para registrar o desaparecimento. Ele disse ter apurado que a filha foi contratada para um programa sexual com a amiga, também transexual. Elas receberam adiantado e foram informadas de que seria em um sítio.
Chegando ao local, ainda segundo o registro policial, as duas foram baleadas. A amiga de Nataly, mesmo ferida, conseguiu deixar o sítio e pedir ajuda, na região da avenida das Orquídeas. Ela foi socorrida e encaminhada ao Hospital Luzia de Pinho Melo, no Mogilar.
A irmã da amiga de Nataly também foi à delegacia. Ela contou que a irmã foi baleada no pescoço e no braço, e disse que quando chegaram no sítio havia mais dois homens. Um deles passou a acusar Nataly de ter agredido um familiar dele.
Em seguida, segundo consta no boletim de ocorrência, as duas foram baleadas. Ainda assim, a amiga conseguiu fugir e viu que Nataly estava desacordada. Ela não soube informar onde o caso aconteceu.
Buscas
Os familiares realizaram buscas com a polícia em uma região de mata na última quinta-feira (16) e encontraram o local do crime, que foi confirmado pela amiga de Nataly. “A polícia encontrou a marca de sangue, que eles tentaram apagar, mas não encontrou o corpo. A minha esperança como pai é a de que tem que achar com vida ou sem vida, tem que achar de qualquer jeito”, disse Nelson.
Na sexta-feira (12), o Corpo de Bombeiros esteve em uma área conhecida como Areião, após receber a informação de o corpo de Nataly Lili poderia estar em um lago, mas nada foi encontrado.
Amigos e familiares continuam o trabalho de buscas, mesmo sem o auxílio do Corpo de Bombeiros ou da Polícia.