O que se sabe até agora sobre casos de infecção que levaram ao fechamento de uma fábrica na Bélgica
A poucos dias da Páscoa, a Ferrero tem feito recalls de produtos da marca Kinder em diversos países devido a casos de infecção por bactéria salmonella. A empresa Ferrero, que produz os chocolates da marca, informou que os casos são referentes a doces feitos em uma fábrica na Bélgica, e que os produtos vendidos no […]
Reportagem de: O Diário
A poucos dias da Páscoa, a Ferrero tem feito recalls de produtos da marca Kinder em diversos países devido a casos de infecção por bactéria salmonella. A empresa Ferrero, que produz os chocolates da marca, informou que os casos são referentes a doces feitos em uma fábrica na Bélgica, e que os produtos vendidos no Brasil são fabricados na América Latina e não sofreram risco de contaminação.
Leia, abaixo, o que se sabe até agora sobre os casos de infecção por salmonela devido ao consumo de chocolates Kinder no mundo.
Duas semanas antes da Páscoa, a fabricante de chocolates Ferrero iniciou um recall do Kinder Surprise, conhecido no Brasil como Kinder Ovo, no Reino Unido após um surto da bactéria salmonella no país. Na maioria dos casos, crianças foram infectadas.
O primeiro paciente estava no Reino Unido em 7 de janeiro de 2022, com uma data de amostragem de 21 de dezembro de 2021. Em meados de fevereiro, o Reino Unido relatou um conjunto de 18 casos a um sistema da UE.
Investigações lideradas pela Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido (UKHSA) encontraram uma suposta ligação entre casos relatados de intoxicação por salmonella e o Kinder Ovo.
Os itens alvo do recall foram fabricados em Arlon, na Bélgica, e estão sendo recolhidos em mais de dez países.
Um total de 156 casos de Salmonella Typhimurium monofásica foram relatados em 10 países da UE e no Reino Unido, de acordo com o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC) e a Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA). A maioria dos doentes têm menos de 10 anos e muitos foram hospitalizados.
Os casos foram registrados na Irlanda, Bélgica, França, Alemanha, Luxemburgo, Holanda, Noruega, Espanha, Suécia e Reino Unido.
Segundo os dados desta quarta-feira, o Reino Unido tem 65 casos confirmados, a França tem 25, a Irlanda tem 15, a Alemanha tem seis, a Suécia tem quatro, a Holanda tem dois e um paciente cada foi notificado no Luxemburgo e na Noruega. A Bélgica tem 26 casos prováveis, a Alemanha tem quatro e a Espanha tem um. Na Áustria, seis pessoas, incluindo cinco crianças de 3 a 6 anos, foram infectadas com a cepa do surto entre janeiro e março.
No geral, 88 de 101 pessoas doentes entrevistadas em 10 países relataram o consumo de vários produtos de chocolate Ferrero, principalmente ovos voltados para o público infantil.
A Ferrero informou que os Miniovos Kinder foram recolhidos na Austrália, México, Canadá, França, Reino Unido, Argentina, Suíça, Áustria, Alemanha, Benelux (Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo), Irlanda e Finlândia.
O recall do Kinder Surprise foi feito na Austrália, Áustria, Reino Unido, França, Suíça, Alemanha, Eslovênia, Itália, Suécia, Noruega, Bélgica, Dinamarca e Irlanda. Já os chocolates Schokobon foram recolhidos na Austrália, Áustria, Alemanha, Croácia, Eslovênia, Bulgária, Sérvia, Macedônia, Romênia, Bélgica, Canadá, República Tchéquia, Francia, Ilhas Francesas, Alemanha, Suíça, Grécia, Chipre, Hungria, Portugal, Espanha, Israel, Itália, Polônia, Estônia e CEI (Comunidade dos Estados Independentes).
O Brasil não importa produtos da marca Kinder fabricados na Bélgica. Os itens comercializados no país são produzidos na América do Sul, segundo a Ferrero. Portanto, não há necessidade de os produtos serem retirados das prateleiras, de acordo com a empresa.
A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), do Ministério da Justiça e Segurança Pública, no entanto, notificou na quarta-feira a empresa Ferrero do Brasil a prestar esclarecimentos sobre eventual risco de contaminação no país do chocolate Kinder Ovo, nome no Brasil do Kinder Surprise.
A companhia respondeu que recebeu a notificação oficial da Secretaria da Defesa do Consumidor para esclarecimentos em relação a casos de intoxicação por salmonella em produtos da linha Kinder na Europa e que está em contato com autoridades brasileiras para prestar as informações necessárias.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recebeu nesta quinta-feira um alerta, divulgado pela Rede Internacional de Autoridades de Segurança Alimentar (Infosan), sobre surto de Salmonella Typhimurium nos chocolates da marca Kinder e, segundo o aviso, o Brasil não está incluído na lista de países para os quais o produto foi distribuído.
A Anvisa recomendou, de forma preventiva, que consumidores que tenham ou pretendam adquirir chocolates da marca Kinder verifiquem no rótulo os dados do fabricante do produto, especialmente de Arlon, na Bélgica.
Segundo a empresa, o recall envolve produtos Kinder Surprise, Kinder Mini Eggs, Kinder Surprise Maxi 100g e Kinder Schokobons fabricados em Arlon, Bélgica.
A fábrica de chocolate Kinder de Arlon, na Bélgica, foi temporariamente fechada. Mais de 10 países recolheram os produtos das linhas Kinder Surprise, Kinder Mini Eggs, Kinder Surprise Maxi 100g e Kinder Schokobons das prateleiras.
Segundo Luís Arnaldo Pereira, médico infectologista e professor da Faculdade de Medicina de Petrópolis, A Salmonella Typhimurium monofásica é uma bactéria que é transmitida aos humanos através da ingestão de alimentos como carne e ovos contaminados.
— Ela pode causar quadros de diarréia, dor abdominal, vômitos, febre e desidratação, podendo em alguns casos evoluir com gravidade, principalmente em crianças e idosos — explica o especialista.
Como forma de prevenção, ele indica o reforço dos hábitos de higiene como limpeza das mãos antes de alimentar-se ou preparar alimentos, bem como lavagem de verduras e ingestão de alimentos bem cozidos.
Kasey Cooke, mãe de dois filhos, que mora no País de Gales, relatou que seu filho de três anos ‘parecia morto’ depois de ser hospitalizado com suspeita de envenenamento por salmonela por um ovo de Kinder. O pequeno Little Billy Way tinha o hábito de consumir o chocolate Kinder Surprise uma vez por semana.
Cooke disse que os médicos temiam que seu filho pudesse entrar em coma devido aos níveis perigosamente baixos de açúcar no sangue.