O economista Javier Milei venceu Sérgio Massa com uma diferença de 11 milhões de voto: resultado foi de 55,7% a 44,3% votos
O economista Javier Milei é o escolhido pelos argentinos para presidir o país (Reprodução/redes sociais/Facebook)
O candidato de ultraliberal Javier Milei será o futuro presidente da Argentina pelos próximos quatro anos. Ele venceu com o apoio de 55% dos votos, 11 milhões de votos a mais do que Sérgio Massa, que reconheceu a vitória do adversário antes do término da apuração.
Em seus primeiros pronunciamentos, o vencedor evitou pautas liberais e evitou falas mais radicais como dolarizar a economia e fechar o Banco Central Argentino.
"Hoje começa a reconstrução da Argentina. É uma noite histórica para o país. Muito obrigado a todos que fizeram isso possível", disse em tom apaziguador, ao contrário do estilo polêmico e radical adotado durante a campanha. Ele Milei agradeceu a Mauricio Macri, ex-presidente do país, e Patricia Bullrich, terceira colocada no 1º turno.
À tarde, ontem, Milei disse que “tudo o que tinha de ser feito já foi feito” e a hora de as pessoas falarem tinha chegado, “apesar da campanha do medo”. O candidato da coalizão La Libertad Avanza disse que o momento era de esperança, para impedir o que chamou de “continuidade da decadência”.
Economista, na política há apenas três meses, Milei se caracteriza por ser um candidato antissistema num país abalado por uma grave crise econômica, onde a inflação chegou a 142,7% nos 12 meses terminados em outubro. Ele promete dolarizar a economia e extinguir o Banco Central argentino para acabar com a inflação, mas amenizou outras promessas no segundo turno, prometendo não privatizar a saúde e as escolas públicas.
Alçado à fama como comentarista econômico em programas de televisão, Milei se diz amante de cães e, segundo a mídia argentina, tem vários clones de um cachorro que viveu de 2004 a 2017. Embora tenha se aliado a políticos da direita tradicional no segundo turno, como o ex-presidente Mauricio Macri e a candidata derrotada Patricia Bullrich, o candidato vencedor atraiu o voto sobretudo dos mais jovens ao se posicionar contra aos políticos tradicionais, que chama de “a casta”.
Durante a campanha, Milei foi comparado a políticos como o ex-presidente norte-americano Donald Trump e o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro. O futuro presidente argentino define-se como libertário e anarcocapitalista e declarou-se defensor de ideias como a comercialização de órgãos e a livre venda de armas. Durante o segundo turno, criticou o papa Francisco, a quem chamou de comunista.
Trump foi um dos que comemorou a vitória de Milei, após a publicação dos resultados.
Brasil
Pelas redes sociais, antes mesmo da confirmação da vitória de Milei, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva parabenizou as instituições argentinas pela condução do processo eleitoral, bem como ao povo argentino pela participação "de forma ordeira e pacífica".
Ainda sem saber quem seria o vencedor, Lula desejou sorte ao próximo governo. "Desejo boa sorte e êxito ao novo governo. A Argentina é um grande país e merece todo o nosso respeito. O Brasil sempre estará à disposição para trabalhar junto com nossos irmãos argentinos". O presidente brasileiro ainda não se manifestou após a confirmação do resultado no país vizinho.
* com informações da Agência Télam
Nós usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao utilizar nossos serviços, você concorda com isso. Para mais informações leia a nossa termos de uso e política de privacidade .