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Corpo de mulher é encontrado em estrada vicinal no Paraguai

A Polícia Nacional do Paraguai encontrou um cadáver em uma estrada vicinal em Pedro Juan Caballero na madrugada deste domingo (17). Segundo informações preliminares, a vítima é uma mulher. O corpo foi achado com o seguinte bilhete, escrito em português: “Matei 3 meninas inocentes, fique de exemplo pjc”. Policiais investigam se o crime tem ligação […]

17 de outubro de 2021

Reportagem de: O Diário

A Polícia Nacional do Paraguai encontrou um cadáver em uma estrada vicinal em Pedro Juan Caballero na madrugada deste domingo (17). Segundo informações preliminares, a vítima é uma mulher. O corpo foi achado com o seguinte bilhete, escrito em português: “Matei 3 meninas inocentes, fique de exemplo pjc”.

Policiais investigam se o crime tem ligação com a chacina ocorrida em 9 de outubro na mesma cidade, que faz divisa com a brasileira Ponta Porã (MS). Na ocasião, quatro jovens foram mortos. De acordo com a polícia paraguaia, o corpo encontrado neste domingo pertence a uma jovem de 23 anos, que seria sobrinha da pessoa que organizou o atentado.

De acordo com o boletim de ocorrência, a vítima mulher foi localizada por volta das 0h30 e foi morta por disparo de uma pistola de calibre 9 milímetros. Segundo a perícia, ela estava usando calça jeans e blusa marrom de manga comprida, e tinha uma tatuagem no peito.

O corpo foi localizado depois de a polícia receber uma denúncia anônima. Os policiais foram até a Colônia Vista Alegre, a cerca de 1,5 mil metros da rodovia Py05, e encontraram o corpo com os braços na altura da cabeça. Havia um ferimento de arma de fogo no lado direito da cabeça.

Chacina

Três das vítimas do atentado na casa noturna eram estudantes de medicina no Paraguai, e uma delas era namorada do possível alvo da ação criminosa: Osmar Vicente Álvarez Grande, de 32 anos, mais conhecido como “Bebeto”. Ele foi morto com 31 tiros.

Além de “Bebeto”, foram mortas as jovens Haylee Carolina Acevedo Yunis, de 21 anos, filha de Ronald Acevedo, governador de Amambai, no Paraguai; Kaline Reinoso de Oliveira, 22; e Rhamye Jamilly Borges de Oliveira, 18.

Inicialmente, a suspeita da polícia paraguaia era de um acerto de contas entre traficantes, uma vez que Bebeto tinha uma dívida com traficantes na região. Na última quinta-feira (14), entretanto, a Polícia Nacional do Paraguai levantou novas hipóteses para o crime.

Segundo a polícia, um triângulo amoroso pode explicar parte dos assassinatos ocorridos nos últimos dias na fronteira entre Brasil e Paraguai. Uma operação policial na Penitenciária de Pedro Juan Caballero flagrou o traficante Faustino Román Aguayo Cabañas, de 44 anos, em uma cela cercada de luxos, acompanhado de sua namorada, Mirna Keldryn Romero Lesme, de 22. A jovem foi casada com um ex-agente federal paraguaio morto em dezembro do ano passado e teria namorado também “Bebeto”.

A operação ocorreu um dia após o anúncio de uma força-tarefa com investigadores brasileiros e paraguaios para apurar os crimes que vitimaram ao menos nove pessoas na fronteira desde sexta-feira. Preso desde maio e acusado de chefiar uma operação criminosa que movimentou ao menos três toneladas de drogas em 2019, segundo a polícia, Cabañas é suspeito de ser o mandante da chacina do fim de semana. A ligação dele com os outros quatro homicídios, porém, não foi confirmada.

Dono de lavanderia

A trajetória de “Bebeto” na fronteira ainda está sendo reconstituída pela polícia. Ele seria o dono de uma lavanderia em Pedro Juan Caballero, onde uma operação conjunta das polícias de Brasil e Paraguai prendeu, em março, 14 supostos integrantes de uma facção criminosa paulista.

Um dos detidos na ocasião foi Weslley Neres dos Santos, 35, o Bebezão, tratado como um dos líderes do bando na fronteira dos dois países. Pedro Juan Caballero, no Paraguai, e Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, são tratadas como “cidades-gêmeas” por formarem uma das maiores conurbações — quando ficam difusos os limites entre duas cidades —da América Latina.

Um chefe da Polícia Rodoviária Federal na região de Ponta Porã (MS) relatou ao GLOBO que “Bebeto”, em fuga, passou uns meses na Bolívia. O comportamento fez com que suspeitassem que poderia estar passando informações para policiais. Ele teria voltado recentemente à região de Pedro Juan Caballero para trabalhar no tráfico.

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