Todas as sextas-feiras, cerca de mil pratos são servidos por grupo de voluntários que reside na região da Vila Estação e enfrenta dificuldades para preparar o alimento
Moradores da Vila Estação recebem prato de sopa preparado com doações desde 2006 em Braz Cubas (Redes sociais/Sopa Solidária)
Na mesma semana em que recente pesquisa mostrou o aumento da fome no Brasil - o risco de insegurança alimentar cresceu 30% entre 2019 e 2021 -, a educadora social e moradora da Vila Estação, Maria de Fátima Paulino, resolveu recorrer a O Diário para pedir ajuda: desde 2006, ela participa do projeto Sopa Solidária, que prepara e distribui um ensopado de carne, frango e macarrão a famílias e pessoas em situação de rua no distrito de Braz Cubas.
Desde 2020, quando o padre Francisco Deragil, da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, São Roque, de Braz Cubas, faleceu, ela começou a ver as doações diminuírem.
Por semana, são entregues cerca de mil pratos do alimento preparado com 10 quilos de macarrão, além de doações de restaurante e amigos de pé e pescoço de frango e costela.
Enquanto vê os ingredientes faltarem, Maria de Fátima constata o cresicmento da procura pela comida. Mesmo sendo semanal, ela afirma que muitas pessoas buscam o prato de sopa para reforçar a alimentação.
"Na pandemia, aqui, na Vila Estação, cresceu muito o número de famílias chefiadas por avós, que cuidam dos netos, além das pessoas em situação de rua, que vivem em Braz Cubas", conta.
As dificuldades para conseguir os legumes - batata, cenoura e outros - aumentaram após a morte do padre Deragil: "ele tinha o poder de articular a comunidade, infelizmente, o perdemos", lamenta a voluntária.
O aumento da responsabilidade dos avós, segundo ela, ocorreu depois da pandemia, quando "alguns pais e mães morreram, e mulheres foram abandonadas pelos companheiros".
Durante o auge da crise sanitária, ainda, o Sopa Solidário, mantido por um grupo de amigos, levou a sopa a família da ocupação do terreno na Vila São Francisco. Mas, antes, o projeto contava com uma pessoa que levava, de carro, a comida até essas famílias, o que não está acontecendo mais.
Quem vai buscar a sopa, vai até casa de Fátima, na rua Tietê, 16, na Vila Estação.
No local, preparam o alimento atualmente, os amigos Kelly Cristina, Lilian Torres, Maria do Patrocínio, João Luiz, Janaína, Ana Rocha, dona Dalva, Luzinete e Douglas.
A voluntária pede doações, que podem ser feitas no mesmo endereço, ou por depósitos de pix, na chave renatapaulino08735@gmail.com. Outras informações podem ser obtidas no telefone 9-5723-8151.
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