São Francisco FC completa 60 anos em 2023; time é exemplo das muitas histórias da várzea mogiana e integra famílias. A equipe desenvolve projeto social no distrito de Braz Cubas
Na Copa Mogi Alabarce de Futebol 2023, as equipes entrarão em campo em busca de representar seus respectivos bairros (Foto: arquivo / PMMC)
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São Francisco FC completa 60 anos em 2023; time é exemplo das muitas histórias da várzea mogiana e integra famílias. A equipe desenvolve projeto social no distrito de Braz Cubas
Na Copa Mogi Alabarce de Futebol 2023, as equipes entrarão em campo em busca de representar seus respectivos bairros (Foto: arquivo / PMMC)
‘Resenha’ e ‘pelada’ são palavras mais do que associadas ao futebol de várzea, o futebol amador. Uma modalidade que possui características próprias, como a integração entre equipes e torcidas, sem perder a seriedade e intensidade. Na Copa Mogi Alabarce de Futebol 2023, as equipes entrarão em campo em busca de representar seus respectivos bairros e, principalmente, de olho na premiação, que chega a R$40 mil para o primeiro colocado. Nesse nível, o valor é um verdadeiro divisor de águas (confira os detalhes da competição abaixo).
Muitos desses times carregam histórias de décadas, que se misturam com o passado de Mogi. Esse é o caso do São Francisco FC, da Vila São Francisco, no distrito de Braz Cubas, que em 2023 completa 60 anos. O presidente do clube, Carlos Eduardo de Araújo, o ‘Edu Francisco’, conta que a equipe vem forte para brigar pelo título. Em sua avaliação, a Copa deste ano terá um nível muito superior à edição anterior.
A ‘Família Chicão’, como o time e seus membros são carinhosamente apelidados, está empolgada para a competição, refletindo os sentimentos que o futebol de várzea proporciona. O time, que começou onde hoje é o distrito industrial da Vila São Francisco, está sediado no campo ao lado do Parque Leon Feffer, onde desenvolve um projeto social com aulas de futebol gratuitas para a garotada.
“A minha família faz parte há anos”, conta Edu que relata ter “nascido no clube” e que assumirá, neste ano, também o posto de treinador. Seu pai, Francisco Antônio de Araújo, já falecido, foi um dos fundadores do São Francisco, um time tricolor que surgiu em 1963, e desde então o clube “nunca parou”.
A equipe foi uma das que demonstraram mais empolgação durante o lançamento da Copa Mogi Alabarce, na última segunda-feira (10). “Conseguimos levar um grupo de jogadores, familiares, minha família, amigos”, conta Edu. Durante a apresentação, o time aplaudiu cada menção feita a eles, o que não foi exclusivo dessa equipe. O representante elogia a organização da Copa. “A competição veio para ajudar e, principalmente, motivar. É um prêmio que todos desejam”, cita. Segundo ele, o impacto já foi sentido. “No ano passado, movimentou bastante o futebol amador, veio para dar um impulso”, relata. Com todo esse foco na várzea mogiana, ele acredita que o nível da competição deste ano será “muito mais forte”. “Tivemos muitos clubes brigando para entrar no ranking da Liga e ser um dos 32 selecionados. Os times se esforçaram para se organizar, eles querem o título”, diz.
Quem também está se fortalecendo é o próprio São Francisco FC. “Vamos brigar para ficar em primeiro”, garante o presidente. No ano passado, a equipe foi eliminada nas quartas de final, superada pelo Império FC, que se sagraria campeão, logo em seguida.
O time está se preparando para entrar em campo, mesclando jogadores da base com alguns mais experientes. A estreia será contra o Jundiapeba FC, às 16 horas de domingo (16). O jogo acontecerá no campo do São Francisco, onde também está localizada a sede da equipe.
A animação do futebol de várzea contagia outras pessoas. “O pessoal está apoiando. A maioria da torcida é daqui da vila, espalhada por Braz Cubas. Foi dali que tudo começou, participamos das competições da Liga, desde a base até a categoria mais velha, o campeonato de 50 anos.”
Edu será o treinador este ano e envolverá a família, inclusive a filha. O time tinha um campo antes na Vila São Francisco, espaço que acabou sendo cedido para empresas.
“Por isso, a Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes cedeu um novo espaço dentro do Parque Leon Feffer. Nós cuidamos da manutenção e administração, onde também temos uma escolinha para crianças de 8 a 16 anos, um projeto social.
Estamos lá desde 2004”, recorda Edu, que valoriza o passado da equipe e também tem muitos planos para o futuro.
A Copa
Cinco gramados, oito grupos e até 16 jogos simultâneos por dia, com 32 equipes disputando um único troféu, enquanto representam diversos bairros de Mogi e milhares de torcedores, com a expectativa de goleadas. Essa é a síntese da Copa Mogi Alabarce 2023, que tem início neste domingo (16).
Nesta segunda edição, o torneio - que surgiu com o objetivo de “dar voz à várzea mogiana” e colocar os melhores times do futebol amador de Mogi para competir por uma premiação de R$ 60 mil - foi lançado nesta segunda-feira (10), com a apresentação das equipes e o sorteio de chaves. Alguns times aproveitaram a data para mostrar presença e até pressionar adversários com comemorações.
O lançamento, porém, ocorreu em clima festivo, dando o tom do que a competição promete para as próximas semanas. Um dos assuntos mais comentados foi a intenção de manter a continuidade do evento. O secretário municipal de Esportes e Lazer de Mogi das Cruzes, Gustavo Nogueira, conta que a edição do ano que vem já está “acertada” (leia mais na página 21).
Dado o pontapé inicial, a primeira fase da Copa Mogi Alabarce começa já neste final de semana. As rodadas seguintes acontecerão nos domingos subsequentes, culminando nas oitavas de final, que serão realizadas aos sábados e domingos. A semifinal está prevista para o dia 27 de agosto. Já a aguardada final deverá ocorrer no dia 3 de setembro, um domingo, em meio às comemorações do aniversário de 463 anos de Mogi (1° de setembro).
Com entradas gratuitas, o público pode acompanhar todos os jogos de perto. Na primeira fase, as 32 equipes foram divididas em oito grupos, compostos por quatro times cada. As duas melhores de cada grupo se classificam para as oitavas de final. Os jogos serão realizados nos centros esportivos de Sabaúna, Braz Cubas e Biritiba Ussu, além do campo São Francisco, ao lado do Parque Leon Feffer. Já as rodadas eliminatórias, a partir das oitavas de final, acontecerão no Estádio Municipal Prefeito Francisco Ribeiro Nogueira, o Nogueirão.
Ainda não há favoritos claros, pois tudo pode mudar até o último momento. Nesta edição, as equipes tiveram mais tempo de preparação, seguindo a linha da edição anterior. Além de incentivar o futebol amador de Mogi - até então “um tanto esquecido”, nas palavras de representantes - a Copa funciona como uma “vitrine” que ajuda a revelar talentos mogianos. A várzea tem uma pegada única, de descontração, sem deixar de ser séria, e reúne um punhado de histórias de vida.
William Salles, presidente da Liga Municipal de Futebol de Mogi das Cruzes, ressaltou que a Copa Alabarce está à altura de “qualquer campeonato do tipo no Estado de São Paulo”. Ele enfatizou o valor do torneio para aqueles que acreditam no futebol amador.
O prefeito Caio Cunha (PODE) também dirigiu-se ao público, expressando sua esperança de ver estádios lotados. Ele defendeu que o futebol amador precisa ser valorizado, algo que até então era pouco visto em Mogi. O lançamento da Copa na última segunda-feira começou com palavras de agradecimento de Ronaldo Alabarce, representante da rede de supermercados Alabarce, principal patrocinadora do evento. Ele destacou os esforços para atrair mais patrocinadores e a alegria de poder dobrar o valor do prêmio distribuído este ano.
Detalhes
A Copa Mogi Alabarce de Futebol Amador 2023 é organizada pela Liga Municipal de Futebol de Mogi, com o apoio da Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer. A equipe vencedora receberá um prêmio de R$ 40 mil, enquanto o segundo colocado será premiado com R$ 12 mil. O terceiro lugar receberá R$ 5 mil, e o quarto colocado ganhará R$ 3 mil. Nesta edição, o formato “Copa do Mundo” será mantido. Na fase inicial, as equipes irão se enfrentar dentro de seus respectivos grupos, e as duas melhores de cada chave se classificam para as oitavas de final, quando terão início os confrontos eliminatórios.
O evento está mais sério. Conforme informado às equipes durante congresso técnico, a briga entre torcidas resulta em multa de um salário-mínimo, além de julgamento pelo CJD – Comissão Julgadora Disciplinar, com a possibilidade de perda dos pontos da partida. A briga generalizada entre jogadores pode render multa de até cinco salários-mínimos. Ou seja, as equipes precisam trabalhar a conscientização das torcidas, pelo bem de todos que vão aos jogos, entre outras diretrizes propostas para incentivar o ambiente familiar.
O Império Futebol Clube, grande campeão da edição anterior, está determinado a brigar pelo título mais uma vez. “Nós vamos voltar com mais força”, garantiu o presidente. Outros clubes também estão alinhando os planejamentos táticos.
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