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Público de Corinthians x Internacional oferece retrato do avanço do futebol feminino

O clima começou a se formar cedo na região de Itaquera. Nos arredores da Neo Química Arena, o cheiro de churrasco e o grito dos ambulantes já se faziam presentes desde a manhã. Era dia de encher a casa para ver o Corinthians jogar. Uma antiga relação de amor que virou história neste sábado (24), durante a […]

27 de setembro de 2022

Reportagem de: O Diário

O clima começou a se formar cedo na região de Itaquera. Nos arredores da Neo Química Arena, o cheiro de churrasco e o grito dos ambulantes já se faziam presentes desde a manhã. Era dia de encher a casa para ver o Corinthians jogar. Uma antiga relação de amor que virou história neste sábado (24), durante a final do Brasileirão Feminino Neoenergia. Com 41.070 torcedores, a Fiel Torcida bateu o recorde de maior público de um jogo feminino de clubes no país e na América do Sul.

Uma marca impressionante, que vai demorar para sair da memória de cada jogadora do Alvinegro. Enquanto se esforçavam para atender os pedidos por fotos e autógrafos, as atletas do Corinthians tentaram explicar a importância do apoio da Fiel.

“Acho que não tenho nem palavras para descrever esse jogo e esse número. É muito emocionante. Depois do apito final escorreram lágrimas. É um sentimento forte”, disse Jheniffer, autora do gol que fechou a vitória na final.

“É bom estar em casa, ser abraçada novamente por essa torcida, conquistar mais um título com a Arena lotada, ver que o nosso projeto está crescendo ainda mais”, afirmou a goleira Leticia Izidoro.

Em campo, o Corinthians derrotou o Internacional por 4 a 1 e conquistou seu tetracampeonato do Brasileirão Feminino Neoenergia.

Por todos os cantos da arena, o que se via era o público típico do futebol feminino. Famílias, jovens e mulheres lotando as arquibancadas, empurrando o Corinthians e quebrando mais uma marca. O jogo delas é muito bem jogado e não carrega alguns dos vícios do futebol masculino, dentro e fora de campo. É isso que os torcedores têm começado a perceber ao abraçar cada vez mais a modalidade.

Na semana anterior, no jogo de ida e na decisão do Brasileirão Feminino Binance A-2, foi justamente esse o espírito que também se testemunhou nas arquibancadas.

“O futebol feminino pode propiciar isso para o torcedor. Não tem tanta pressão, você vem mais relaxado, traz a família”, analisou Aline Pellegrino, gerente de competições da CBF.

Ela ainda destacou o fato do Corinthians ter vendido seus ingressos para a final, o que mostra a maturidade do trabalho desenvolvido pelo clube.

“Muitas pessoas pensavam que a modalidade jamais encheria o estádio com ingressos pagos. Na ida, a entrada foi gratuita, mas também não há problema. São clubes e torcidas que estão em momentos diferentes. O Internacional é um grande clube e também vem fazendo um ótimo trabalho”.

Não foi à toa que o recorde foi quebrado pela torcida do Corinthians. Referência no desenvolvimento do futebol feminino no país, o clube é o maior campeão nacional e tem uma relação especial com a modalidade. Presidente do Timão, Duílio Monteiro Alves reforçou a necessidade de construir o futebol feminino como um todo e o papel que o Corinthians pode ter nisso:

“Nossa torcida é diferente em tudo. Junto com eles, vimos as brabas dando um show mais uma vez. Batemos o recorde de público do futebol feminino no Brasil. Ficamos muito contentes com essa conquista, com o crescimento da categoria, que é muito importante. O Corinthians trabalha para isso, não só para suas conquistas, mas para que tenhamos cada vez mais apoio na modalidade”.

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