Nome já conhecido na região por projetos como o fute-tênis, Oscar Oliveira propõe a trena-laser e aguarda posição da CBF
(Foto: Eisner Soares / O Diário)
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Nome já conhecido na região por projetos como o fute-tênis, Oscar Oliveira propõe a trena-laser e aguarda posição da CBF
(Foto: Eisner Soares / O Diário)
De Zico a Ronaldinho Gaúcho, passando pelo Craque Neto, quantos grandes batedores de faltas do futebol brasileiro já perderam golaços por causa de erros da arbitragem na hora de regulamentar a conhecida ‘barreira’ adversária, ora perto, ora longe demais do ponto do chute e da bola?
Essa é uma das questões que intrigam a agitada mente do inventor Oscar de Oliveira, morador de Suzano. Nome já conhecido na região por projetos como o fute-tênis e que garante também ser o criador do ‘microchip na bola’ - ideia que lhe foi “roubada” e aplicada em todo o mundo.
(Foto: Eisner Soares / O Diário)
Há duas décadas, Oscar desenvolve uma trena a laser para o futebol – espécie de ferramenta para que os árbitros possam medir, com ajuda de um laser, a distância correta da barreira.
A regra oficial da Fifa estabelece que os jogadores adversários devam ficar a 9,15 metros do batedor da falta, mas, segundo ele, é “comum ver essa distância sendo de 7 a 11 metros”, já que “cada árbitro conta o espaçamento de acordo com as suas passadas”.
A barreira, como é formada normalmente, não está regulamentada na regra do futebol, que se limita a estabelecer a distância entre os jogadores adversários e a bola na hora da cobrança da falta. No entanto, tornou-se comum os jogadores se unirem em linha, no momento do tiro livre, direto ou indireto, para melhor proteção de seu próprio gol e para dificultar a vida do cobrador.
A ideia da trena a laser foi patenteada em 2021 por Oscar. A novidade, segundo ele, é que, nos bastidores, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) pretende levar a ideia adiante. Ele diz que já apresentou a proposta para a direção da entidade em meados do ano passado e, recentemente, disse ter recebido mais um sinal verde.
Ele explica que o processo é simples: “A marcação a laser é feita pela trena em 15 segundos. O árbitro se dirige até o local da barreira, aponta para a bola para fazer a medida e pronto: é só passar o spray para os jogadores não andarem” diz Oscar.
(Foto: reprodução / Barcelona)
O aparelho cabe no bolso, medindo apenas 10 centímetros. O invento substituiria o modelo atual de medição, com base nos passos contados.
“A posição que me passaram, na CBF, foi que a trena seria utilizada em um campeonato do País, em maio. O local não foi divulgado”. Resta aguardar para saber. “É tudo muito burocrático. Já tive um primeiro encontro e validaram na Comissão de Arbitragem, em 15 de setembro. O tempo passou, tenho feito contatos”, acrescenta o inventor suzanense.
Ele disse ter conversado com Fernando Sarney, vice-presidente da CBF e também membro do Conselho da Fifa. Os ‘chefões’ teriam aprovado a ideia. Ano passado Oscar esteve na sede da entidade, no Rio de Janeiro, onde conversou também com o chefe da comissão de arbitragem, Leonardo Gaciba.
“Fernando Sarney tem me dito que devo retornar lá. Vão fazer um relatório da reunião”, antecipa Oscar.
“Mês que vem está agendada a minha 2° ida a CBF para implantar o laser de forma experimental”, comenta para O Diário. Resta a ele aguardar. E sonhar.
Vale lembrar também que trena a laser já existe no mercado, sendo muito utilizada em áreas como a engenharia. “Eu patenteei e desenvolvi um projeto de trena específica, pensada para o futebol”, garante ele.
Oscar fala que não se trata de ‘automatizar o futebol’, que é sempre uma caixa de surpresas. O resultado da medida, se adotada, seria positivo para todos. Afinal “veríamos mais gols de falta e mais show”.
Ele também destaca que não seria um processo demorado, como por vezes é o polêmico Árbitro Assistente de Vídeo, o VAR.
Oscar, morador de Suzano, que já residiu e tem sua história também ligada a Mogi das Cruzes, é nome conhecido da região. Inventou (e também idealizou) um bocado de coisas. Entre elas, está o fute-tênis, uma espécie de tênis jogado com os pés. Ele é, acima de tudo, uma pessoa cheia de histórias.
“Cinquenta e nove anos; e na ativa”, comenta. “Eu nasci respirando esporte e estou até hoje fazendo esporte”.
A meta dele agora é resolver um problema de “100 anos no futebol”.
E ele jura, de pés juntos, que é possível ver muitos erros da arbitragem na hora da montagem de uma barreira.
“Estimo que os grandes batedores de falta do futebol poderiam ter feito 20% a 25% a mais de gols por causa da barreira mal colocada. Fiz até um dossiê, onde é possível ver imagens, do Ronaldinho Gaúcho batendo falta de 6 metros”, reclama, sem poupar palavras.
“Cada árbitro conta a distância da barreira de um jeito”, acusa.
Ele revela outro detalhe: “Quando a barreira está a 11 metros de distância fica mais fácil para o batedor”.
E conclui: “Com todo respeito, se o árbitro quiser sacanear durante uma partida, basta contar os passos diferentes na barreira, um detalhe que poucas pessoas percebem. Acho que o Brasil sairia na frente com essa inovação da treina a laser”, assegura.
Oscar começou a pensar no projeto do laser em 2001, quando observava tais falhas.
“Em 2000, quando eu sugeri a ideia do chip na bola, as pessoas me chamavam de doido. Vim com a ideia do ‘pega barreira’ em 1996, que foi um prelúdio para a trena-laser. Desde então ela tem sido trabalhada”.
O chip se refere ao sistema utilizado atualmente para saber se a bola ultrapassou a linha do gol. A ideia, segundo ele, foi amplamente utilizada, mas sem dar créditos ao criador, após ele ter levado o projeto para uma empresa alemã. Ele já chegou a reivindicar a autoria junto à CBF, mostrando documentos antigos. Hoje ele considera a causa como uma “briga perdida”.
Oscar está sempre criando coisas novas. Em 2018 ele foi o único da região a compor e participar do torneio de músicas da Seleção Brasileira para a Copa do Mundo da Rússia. Ele adianta, em primeira mão, que também trabalha na composição, para a Copa do Catar, de uma música que cita Neymar e a luta pelo hexa.
Regras
A CBF define ainda que quando três ou mais jogadores da equipe defensora formarem uma barreira, os jogadores da equipe atacante devem manter a distância mínima de um metro dessa barreira, até que a bola entre em jogo. Ou seja: nada de empurra-empurra.
Antes de a bola entrar em jogo todos os adversários devem encontrar-se:
•pelo menos a 9,15 m da bola, a menos que se encontrem na sua própria linha de meta entre os postes de meta;
• fora da área penal nas cobranças de tiros livres a favor da equipe adversária dentro de sua própria área penal.
• A bola deve estar imóvel e o executante não pode voltar a tocá-la antes de a bola tocar em outro jogador.
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