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Game On: conheça o cenário mogiano de eSports

Nos últimos anos, o cenário competitivo dos eSports, ou ‘esportes eletrônicos’, cresceu em Mogi das Cruzes, ainda que de forma pouco acelerada, na comparação com a capital paulista, por exemplo. Atualmente são quase inexistentes os campeonatos próprios da cidade e a sensação é que falta união entre os jogadores. Mas, já surgem equipes dispostas a […]

5 de dezembro de 2020

Reportagem de: O Diário

Nos últimos anos, o cenário competitivo dos eSports, ou ‘esportes eletrônicos’, cresceu em Mogi das Cruzes, ainda que de forma pouco acelerada, na comparação com a capital paulista, por exemplo. Atualmente são quase inexistentes os campeonatos próprios da cidade e a sensação é que falta união entre os jogadores. Mas, já surgem equipes dispostas a reverter esse quadro, crescer na modalidade e levar o ‘nome’ de Mogi país afora.

Os eSports envolvem competições sérias, disputadas em games eletrônicos em que os jogadores atuam como atletas profissionais e são assistidos por uma audiência presencial ou virtual – muitas vezes na casa dos milhões. Hoje, parte das premiações também é milionária. A modalidade se tornou muito mais acessível nos últimos anos, mas teve os primeiros campeonatos ainda entre as décadas de 70 e 80, na época do saudoso Atari, que muitos leitores devem se lembrar. A tendência da cena, que ganhou um “boom” em meio a pandemia e o isolamento social, é continuar em alta.

Um exemplo de time nascido em Mogi que tem buscado se infiltrar neste meio é o ‘Mogizera e-Sports’. São jogadores aqui da cidade que se dedicam ao Fifa. Como o nome indica, trata-se de um jogo de eFootball – uma das categorias mais populares junto com os FPS e Mobas.

Um dos fundadores do clube pioneiro, Diego Marchesi, 22 anos, assistente de logística, conta que junto de seus companheiros, está disposto a representar o nome da cidade Brasil afora, e ajudar no crescimento das competições virtuais por aqui.

Porém, ele pontua que não vê crescimento dos esportes virtuais na cidade. “Se tem, não é divulgado. Mal aproveitado acredito”, diz, ao acrescentar também não ver campeonatos na cidade. “Se tivesse, com certeza gostaríamos muito de participar, e até mesmo ajudar a organizar”.

“A cidade em si não tem incentivo nesse meio. Temos vários jogos que dariam campeonatos divertidos e empolgantes de e-sports, como o próprio FIFA, NBA, Fórmula 1”, sugere.

“O Mogizera surgiu da vontade de levar a brincadeira um pouco mais a sério. Antes jogávamos em cinco pessoas: eu, Victor, Matheus, Felipe e Cadu. Quando começamos a ver a popularização dos campeonatos pensamos em entrar no cenário pra disputar pra valer”, relembra o fundador. “Corri atrás de todas as informações e chamamos mais amigos pra jogar, pois é necessário no mínimo oito pessoas para disputar campeonatos. Hoje temos 17 ‘players’ no time, todos mogianos, que era nosso foco”, conta.

O Mogizera também serve de incentivo para outros jogadores da cidade dispostos a entrar no cenário profissional, comecem a dar os primeiros passos.

Na avaliação de Diego, o time evoluiu, “cada um encontrou a posição que melhor se desenvolve o que ajuda muito”. Os treinamentos são semanais.

Apesar da escassez de times no município, ele não se deixa por vencido. “Espero muito que cresça. E estamos dispostos a ajudar nisto. Acredito que como eu e meus amigos, que tiramos um time do papel, entrando em campeonatos pagos e gratuitos, deve ter mais gente querendo fazer isso, com todos os jogos, mas não tem conhecimento nem informações deste movimento”, diz. Diego acredita que para melhorar o cenário, alguém influente teria que incentivar, divulgar ou criar algo, “nem que seja com a ajuda de todos os interessados”.

Em alta

Segundo a Istoé Dinheiro, das pessoas que acompanham futebol no País 24% têm de 10 a 20 anos. Entre as que assistem com assiduidade a algum torneio de eSports o percentual praticamente dobra: 43% na mesma faixa etária, de acordo com o relatório 2018 Global Esports Market Report, da Newzoo. Globalmente, o mercado movimentou US$ 1,1 bilhão em 2019, e deve se aproximar do US$ 1,5 bilhão este ano. 

Campeonato pioneiro terá segunda edição em Mogi

Se por um lado os campeonatos de eSports continuam escassos em Mogi, por outro, surgem a cada dia jovens dispostos a reverter esse cenário. É o caso de um grupo que organizou talvez o primeiro campeonato de League of Legends (LOL) – um jogo estilo Moba -, da cidade em abril último.

O evento experimental chegou a ter quase mil expectadores, com todos os participantes de Mogi. O nome escolhido para o campeonato foi justamente “A Melhor Equipe de Mogi”, uma pequena parcela do valor arrecadado foi oferecida ao time campeão, enquanto o restante foi utilizado para comprar alimentos, que foram doados ao Fundo Social. Agora, eles preparam a 2° edição do torneio e buscam mais profissionalismo e patrocinadores, além de tentar oferecer um prêmio maior – a pegada social está mantida.

O “A melhor Equipe de Mogi”, foi organizado por Lucas Demitro, 21 anos, Vinícios Ribeiro, 21 e Patrick Waizer, 19, e ocorreu quando a pandemia dava os primeiros passos. Em três dias de duração, as partidas que foram transmitidas na rede Twitch alcançaram aproximadamente 700 pessoas. “O eSports começa a caminhar na cidade, mas é visível que temos muitas pessoas engajadas nisso”, argumenta o organizador Lucas, que também realizava a locução das partidas.

“É uma questão de cultura da cidade, que tem um número menor de jogadores na comparação com São Paulo, mas eventos como esse ajudam a incentivam o eSports por aqui”, diz ele. Após uma recepção positiva no primeiro torneio, eles preparam a próxima edição, inicialmente prevista para acontecer ainda neste ano. “Por dificuldades achamos melhor acertar para o próximo ano e em breve teremos novidades, a ideia é poder oferecer um prêmio maior ao vencedor, e também manter as doações; A página do Instagram do grupo é @esportsmogi. (F.P.)

 

Destaque nas mídias 

A revista Istoé também destaca que veículos especializados na cobertura esportiva convencional não deixaram passar sem perceber. O site brasileiro da ESPN, por exemplo, tem cinco seções principais – Futebol, NFL, NBA, MMA e o eSports.

 

Premiações milionárias

Os gêneros de jogos mais comuns associados com esportes eletrônicos são os de RTS, luta, FPS, futebol e MOBA. Com suas premiações financiadas principalmente pelo público na compra de itens dentro do jogo, a final do The International de Dota 2 – um Moba – de 2018 rendeu para o primeiro lugar premiação 43% maior que o valor pagado pela Copa Libertadores da América de 2017[18] ao time campeão, ou seja, R$ 44 milhões. (F.P.) 

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