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Desafios extremos: conheça a campeã mundial de strongman de Suzano

O strongman, ou atletismo de força, é um esporte ‘peso-pesado’. De fato, peso não falta na modalidade – ainda relativamente nova no país, mas que ganha popularidade – a qual exige força, resistência e agilidade dos participantes para cumprirem uma série de desafios extremos, levantando ou arrastando objetos maciços. É uma prática que começou muito […]

15 de março de 2022

Reportagem de: O Diário

O strongman, ou atletismo de força, é um esporte ‘peso-pesado’. De fato, peso não falta na modalidade – ainda relativamente nova no país, mas que ganha popularidade – a qual exige força, resistência e agilidade dos participantes para cumprirem uma série de desafios extremos, levantando ou arrastando objetos maciços.

É uma prática que começou muito associada ao universo masculino, mas essa mentalidade tem sido quebrada dia após dia. Uma das competidoras que contribui para isso, enquanto escreve a própria história em busca de “superar limites”, é Mônica Filippon Sato, de 48 anos, moradora de Suzano e atual campeã mundial de strongman (Static Monsters) Em julho, ela que já foi campeã brasileira, vai defender o título em Ohio, nos Estados Unidos.

Mônica representa o Alto Tietê em competições país afora, sendo atual detentora de recordes nacionais e sul-americanos de levantamento de peso em provas do strongman. Em entrevista a O Diário, ela fala sobre o início da carreira.

Força

“A palavra chave é superação”, conta ela, que começou no strongman aos 42 anos e deixa sua opinião, de pronto: “É um esporte para todas as idades”. 
A atleta comenta que, em 2018, frequentava uma academia de musculação em Mogi. “Um dos professores percebeu que eu sempre colocava um pouco mais de peso e me convidou para um treino específico de strongman. Eu fui e dali não parei mais. Todo domingo, me realizava e tinha vontade de fazer mais”, explica. 

Empolgada, ela já partiu para competição no mesmo ano. “A motivação nunca foi de apenas superar o adversário ou conseguir pódio, mas superar as minhas próprias metas. Até hoje meu objetivo é me superar”. De fato, ela conseguiu isso. 

No ano em que debutou, Mônica levantava na prova log lift (peça roliça, semelhante a um tronco de madeira) de 30 kg. No ano passado, em competição, bateu os 86kg. Para Ohio, a meta é chegar aos 90kg. 

“Neste período todo em que estou no esporte, passei por cirurgias e utilizei essa força de vontade para voltar,” diz.

As dificuldades existem, afinal, segundo conta ela, ainda se trata de um esporte pouco difundido no país. “O strongman chegou há pouco tempo no Brasil. Aproveito, sempre que alguém demonstra interesse, para explicar como funciona”, conta Mônica, dizendo que se sente feliz com o apoio que tem recebido de Suzano e de poder, de alguma forma, apresentar o esporte para mais pessoas. 

Questões de gênero não foram suficientes para pará-la. “Quando comecei, era uma das poucas mulheres que praticava o esporte. Tínhamos quatro atletas apenas no Brasil. É um esporte que já carrega o masculino no nome(strong ‘man’, homem forte em inglês), mas hoje tem sido feito um trabalho grande com o público feminino e alcançado muitas mulheres”. 

“Agora está sendo feito um trabalho para abrir mais categorias de peso. Com isso, se divide melhor. Já é uma competição mais justa para todas e a cada dia mais vem chegando mais mulheres”, garante ela. 

O strongman exige fazer coisas ‘doidas’, como levantar um ‘tronco’ de ferro ou uma bola enorme nos ombros. O que mais chocou Mônica foi participar da competição Arnold da América do Sul, na época o maior campeonato da modalidade. Trata se de um evento que é referência mundialmente. 

“Na minha época, o sonho de todo atleta era competir no Arnold. Eu tinha competido apenas uma vez, em uma disputa pequena, no Ceará. Quando cheguei lá, olhei e falei: ‘Meu Deus!’ Foi a coisa mais doida que já fiz; eu ainda era pequena e cheguei ao lado de ‘monstros”, brinca. 

As provas do Arnold são variadas. Numa delas, na versão norte americana, o participante precisa carregar nas ombros uma estrutura de 510 kg por 12 metros, por exemplo. 

Após pausa na pandemia, o evento retorna em 2022, porém, não é meta principal de Mônica. 

Esse posto fica para o campeonato mundial de julho. Mas, o que mais foi preciso para ela chegar lá? Os títulos explicam. 

A atleta de Suzano conta que foi campeã paulista e brasileira de levantamento de peso, em 2018, e é a atual recordista sul-americana nas classes “Apollon”, “Log Lift” e “Dead Lift”, tendo levantado, respectivamente, 250, 86 e 205 quilos. Além destes, a suzanense é a atual bicampeã sul-americana e campeã do “Static Monsters World Championships”, torneio mundial da classe, em 2021.

Toda essa trajetória resultou em um convite para participar da edição 2022 do evento que será realizado a partir do dia 23 de julho, na cidade de Columbus, estado de Ohio, nos Estados Unidos. 

Na última edição do torneio, em dezembro de 2021, por conta da pandemia da Covid-19, a atleta suzanense ergueu a maior quantidade total de peso na classe master feminina. Na soma de todas as provas, ostentou a marca de 336 quilos erguidos, 18,5 quilos a mais que a norte-americana e vice-campeã, Anna Tapper.
Recentemente Mônica foi recebida pelo prefeito de Suzano, Rodrigo Ashiuchi (PL), e o vereador Artur Takayama. “A cidade vem conquistando muitos êxitos na área esportiva, tanto de forma coletiva como individual. Sem dúvida, grande parte disso são os atletas como a Mônica, uma campeã mundial que orgulha o município com competência e perseverança”, comentou Ashiuchi.

E afinal, o que é o strongman? 

Arrastar um caminhão, levantar um carro ou erguer uma pedra natural de mais de 100 quilos e objetos que chegam aos 400 quilos. São atividades inimagináveis para muitas pessoas, mas não para um competidor ou competidora de strongman (“homem forte” em tradução livre). O esporte, definido como atletismo de força, conta com competidores com muita força e disputam quem consegue fazer mais repetições de um movimento ou completá-los em menor tempo. Essa foi a definição utilizada por O Diário, em reportagem do início do ano passado, que relembrou a trajetória de mogianos destaques na competição. 

Muito da construção do esporte no Brasil se deve a um morador de Mogi das Cruzes, Marcos Ferrari, que hoje é presidente da Confederação Brasileira de Strongman. Ele viajou para os Estados Unidos e Europa, anos atrás, para conhecer melhor as regras da modalidade. No Alto Tietê, outros nomes do esporte se destacam, como é o caso do mogiano Glauco Benigno de Sousa e do biritibano Tiago Aparecido, ambos com títulos nacionais e internacionais. 

O strongman, ou atletismo de força, é uma modalidade esportiva que exige muita força dos participantes. Técnicas, além da garra, são demonstradas em diferentes provas. 

Diferentemente do halterofilismo, que conta com a exibição física do corpo, ou do levantamento de peso básico, os equipamentos usados no atletismo de força não são padronizados. As regras são fixas para cada prova, mas cada campeonato utiliza provas diferentes. LEIA MAIS

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