Em 2016, as obras que revisaram o piso e o trânsito na avenida Tenente Onofre Rodrigues de Aguiar fizeram parte do projeto do novo Corredor Leste-Oeste, que deu a Mogi das Cruzes a avenida das Orquídeas, nova ligação entre os distritos de Braz Cubas e Jundiapeba.
Esse acesso ao Núcleo Industrial da Vila São Francisco era de paralelepípedo e ganhou asfalto em dois sentidos de direção, com duas pistas cada. Não foi planejado, à época, um canteiro central porque a ideia era justamente favorecer a circulação dos caminhões para a carga e descarga de matéria-prima e produtos nas empresas daquele trecho. Hoje, com a mudança no perfil de uso, essa avenida exige mais atenção do governo municipal.
A Tenente Onofre Rodrigues de Aguiar tem um crescente tráfego de veículos porque se transformou em uma alternativa para os motoristas que cruzam a cidade, entre a Vila Industrial, Braz Cubas e Jundiapeba, e dali a caminho de Suzano.
Tragicamente a rota virou destaque, desde o final de semana com o grave acidente ocorrido na madrugada de domingo. Dois jovens morreram, em circunstância que ainda será apurada pela Polícia.
Reportagem feita pelo jornalista Fábio Palodette, de O Diário, reforça as preocupações pinçadas dos comentários feitos em nossas redes sociais sobre essa tragédia e revelam problemas que vão da falta de iluminação e a alta velocidade desenvolvida por alguns motoristas, à manutenção do estacionamento irregular de veículos. A insegurança piora à noite ou em dias de chuva intensa.
Além de reforçar a fiscalização, sinalização e a manutenção da via, está na hora de a Prefeitura rever as condições de segurança e atentar, ainda, para as necessidades desse polo industrial, com potencial de ser ainda mais influente na economia e no desenvolvimento social de Mogi.
As empresas geram emprego aos mogianos e receita aos cofres públicos. Há de se atender a indústria. Porém, a prioridade deve ser a proteção à vida, ao pedestre, ao usuário da via.
A Tenente Onofre Rodrigues dos Anjos foi um fator impeditivo durante muito tempo para impulsionar o interesse de empreendedores pelo lugar. Conter as falhas e zelar pela via é obrigação da Prefeitura.
A nota dissonante está fato de as deficiências terem vindo ao debate público após esse gravíssimo acidente. Esse é um lamentável sintoma da falta de cobrança da sociedade e do poder legislativo sobre algo que poderia ter sido evitado.