O musico vai interpretar mix de composições de seus três álbuns neste domingo (19), às 16, no centro de cultura que terá outra atração: uma oficina de chá verde e doce artesanal, às 14h.
MESCLA - Ricardo de Deus mostra repertório que abraça seus três álbuns-solo para a apresentação de piano (Imagem: Divulgação)
O pianista suzanense Ricardo de Deus é o convidado do Casarão do Chá, localizado no Cocuera, para uma apresentação de piano neste domingo (19), às 16h. A entrada é gratuita. Será a segunda vez que o músico autor de três álbuns autorais - Fragmentos, Vem de Lá e Piano e Sentimento - toca no espaço cultural conhecido por ocupar um prédio único e remanescente do período da Imigração Japonesa no Brasil. Ali, uma antiga fábrica de chá (Tokyo) que se transformou em um patrimônio tombado como histórico nacional após haver sido restaurado pelo artista plástica Akinori Nakatani (1923-2023), e é aberto ao público.
Desta vez, no entanto, serão apenas Ricardo e o piano digital, que por ter teclas mais pesadas do que a de um teclado, oferece um som de qualidade semelhante ao de um piano de cauda, e dá a condição de circular por outros palcos e oferecer a boa e cada vez mais ouvida música instrumental.
Mais conhecido do cenário musical regional desde 2017, quando retornou de uma temporada de 18 anos vivida em Cabo Verde, na África, Ricardo de Deus tem acompanhado músicos e grupos do Alto Tietê, São Paulo e outros lugares, enquanto acumula fazeres como a composição de músicas que acomodam a sua formação erudita e popular e aulas de música.
Nestes últimos anos, a história do compositor e suas criações é atravessada por viagens entre países da África, Europa e Ásia. No final dos anos 1990, após um convite surgido por força de sua participação na Banda Cora Olfá (Kora ou Cora, o nome de um instrumento musical; Olfá, uma tribo africana), semelhante a outros coletivos como o Olodum, o suzanense foi se apresentar em Cabo Verde.
Foi, gostou, se apaixonou por uma pessoa que lá vivia, voltou, pegou um dinheiro que possuía e retornou para viver em outro país e solidificar a carreira como músico em um país com grande proximidade e conexão musical com destinos europeus, como Portugal.
O pianista nascido no periférico Jardim Monte Cristo, que despertou um talento nunca antes experimentado por seus ancestrais mais próximos graças a um vizinho, que tocava violão e tinha um “tecladinho”, permaneceu duas décadas no Exterior, até decidir voltar.
“Assim como Cabo Verde que é um país novo (conquistou a soberania e independência nos anos 1940), as discussões que eu acompanhava lá, sobre nação, identidade, também me afetaram. No meu cotidiano, eu me via, em uma hora, como um músico de fora, um brasileiro, e não um cabo-verdiano no acesso ao mercado de trabalho ou projetos musicais. Uma hora decidi voltar para viver a minha própria identidade”. Ele possui dupla nacionalidade.
No retorno, foi logo surpreendido pela pandemia (2019), que duramente afetou a cultura nacional, e também pelas diferenças entre o reconhecimento do músico no Brasil e no exterior.
O músico segue bem. É colaborador no Projeto Guri, em unidades da Fundação Casa, e celebra os 46 anos com a conclusão de três CDs autorais, com gravações no Brasil e Exterior. Serão faixas entrelaçadas destes três trabalhos que ele apresentará ao público em um dia diferenciado: Ricardo de Deus faz aniversário neste domingo.
Informações sobre músico estão em suas redes sociais por meio do @ricardodedeus, onde posts de apresentações e experimentações artísticas são compartilhadas.
O Casarão do Chá (@casarãodocha) fica na Estrada do Chá, com acesso pela Estrada do Nagao, no Cocuera.
Instrumental em alta e mais perto do público
Formado pela EMESP, Ricardo de Deus acredita que mudanças tornaram o piano mais próximo do público. No passado, o instrumento era um produto musical da elite, importado, custava caro.
O surgimento de uma mescla de autores que saíram do círculo da música erudita, europeia, com nomes como Chiquinha Gonzaga Zimbo Trio, e outros, e a produção de pianos no Brasil como o Schartzmann (que tinha uma fábrica, em Mogi), mudaram essa toada. O surgimento de opções como o piano digital alicerça ainda mais esse sentido.
Vamos aprender a fazer chá artesanal
O Casarão do Chá abre aos domingos com atrações como a oficina que acontecerá neste dia 19, uma oficina de degustação de chá verde e doce artesanal, a partir das 14h, com vagas limitadas e inscrições pelo WhatsApp (11) 97251-5229.
Haverá a apresentação de instrumentos usados na preparação do chá, seguida de uma monitoria guiada, quando o visitante poderá conhecer o espaço desse centro cultural mantido pela Associação do Casarão do Chá, em parceria com a Prefeitura de Mogi das Cruzes, por meio da Secretaria Municipal de Cultura.
Bazar
Em dezembro, o local realiza o Bazar de Cerâmica, nos dias 3 e 10, das 9h às 17h, com a exposição e venda de cerâmicas, artesanato e as opções gastronômicas oferecidas sempre aos domingos, quando o espaço abre.
O evento costuma acontecer antes do Natal e se torna uma alternativa para a aquisição de produtos diferenciados.
Ao longo do ano, no local, são realizadas exposições e o Festival de Cerâmica, além da oferta de oficinas para ceramistas.
Outras informações podem ser obtidas nos telefones 4610-6861 e 4792-2164, ou ainda no WhatsApp: 95443-8241.
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