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Músico da safra de talentos dos anos 2000 de Mogi, Daniel Trettel morre aos 45 anos

Um dos músicos mogianos da safra de talentos dos anos 2000, Daniel Trettel faleceu nesta quinta-feira (25), aos 45 anos. Ele se recuperava do tratamento de um câncer descoberto em novembro do ano passado e sofreu uma embolia, segundo contou o músico e produtor cultural Paulo Betzler. Chegou a ser hospitalizado, mas não resistiu à […]

25 de agosto de 2022

Reportagem de: O Diário

Um dos músicos mogianos da safra de talentos dos anos 2000, Daniel Trettel faleceu nesta quinta-feira (25), aos 45 anos. Ele se recuperava do tratamento de um câncer descoberto em novembro do ano passado e sofreu uma embolia, segundo contou o músico e produtor cultural Paulo Betzler. Chegou a ser hospitalizado, mas não resistiu à gravidade de um quadro inesperado por familiares, amigos e músicos da cidade após os bons resultados dos primeiros meses de cuidados.

O velório será realizado a partir das 18 horas de hoje (25), no Velório Cristo Redentor, e o sepultamento amanhã, às 9 horas, no Cemitério São Salvador.

Compositor, arranjador e professor de violão e guitarra, ele lançou durante a pandemia o disco Final de Outono, pelo EMAM, e preparava uma nova obra, ao lado de Max Grácio e Gui Cardoso. Final de Outono está disponível em diversas plataformas e é assinada também por Rui Ponciano.

O violão de Daniel Trettel embala trabalhos de músicos diversos como Mateus Sartori, Carlos Melo, Meyson, e outros de gerações anteriores, como Rui Ponciano e Valdir Vera, que têm a música popular brasileira e a cultura como elo, missão e norte.

Trettel se aninhou em um cordão de talentos musicais lançados em bares tradicionais da noite mogiana, como o Patuska, onde o encontro de jovens em início de carreira alimentou a cultura musical contemporânea com a afirmação de uma classe profissional, que fez dessa arte uma profissão. Nesse caminho, contam as participações em gravações e apresentações de orquestras, bandas e músicos, além da criação de obras e o ensino da música em escolas ou de maneira particular.

Paulo Betzler afirmou que após a decoberta do câncer – inicialmente na bexiga e que avançou para outros pontos do corpo, como o fêmur, Trettel se manteve fiel a marcas próprias: “Foi otimista, tranquilo, assim como sempre foi em toda a sua vida. O que Daniel tinha de principal era o talento para aglutinar pessoas, tinha a empatia, a doçura, a leveza com que dava importância e peso às coisas, à vida. Ensinou a mim e a muitas pessoas, muita coisa”.

Nos últimos meses, após as fases de radio e quimioterapia, o músico voltou aos palcos da Casa do Jequitibá, no Largo Bom Jesus, para apresentações preparadas para acolher quem melhor interpretava e mais gostava do compositor Djavan. “Não tinha ninguém como ele para interpretar Djavan na cidade”, acrescentou.

Ao longo das duas últimas décadas, Daniel Trettel participou de incontáveis shows e gravações de discos mogianos e de artistas do Alto Tietê. Na trajetória, além da participação em orquestras, ele também colecionou trunfos pessoais como tocar em shows de Jorge Vercillo e do próprio Djavan.

Foi professor de música nas escolas Fama, que depois se transformou em Vox, Underground e Sound. Durante a pandemia, lançou um curso online para o ensino do violão.

Mogiano, ele estudou na escola “Washington Luís” e na Universidade de Mogi das Cruzes. 

Daniel Trettel deixa os pais, Osmar e Marisa, os irmãos André e Luana, a mulher e musicista Lívia, os filhos, Saul e Manoela, além de muitos amigos, frequentadores e apaixonados pela música e a noite mogiana.

 

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