Mogiano Claudio Gatti vai mostrar 50 fotos em shopping de São Paulo
O fotógrafo mogiano Claudio Gatti, conhecido pelas fotografias que mostram grandes empresários e outros conhecidos personagens do setor de negócios em situações inusitadas, inaugura, nesta segunda-feira (7), a partir das 19 horas, no D&D Shopping, em São Paulo, a exposição “Retratos do Isolamento”. A mostra terá 50 fotografias em que o fotógrafo registrou o momento […]
Reportagem de: O Diário
O fotógrafo mogiano Claudio Gatti, conhecido pelas fotografias que mostram grandes empresários e outros conhecidos personagens do setor de negócios em situações inusitadas, inaugura, nesta segunda-feira (7), a partir das 19 horas, no D&D Shopping, em São Paulo, a exposição “Retratos do Isolamento”.
A mostra terá 50 fotografias em que o fotógrafo registrou o momento de empresários, executivos e líderes sociais protagonizando situações nada triviais, durante a fase mais aguda da pandemia, quando a maioria deles foi buscar o isolamento em pontos muito distantes de seus respectivos locais de trabalho.
As imagens que já foram exibidas por seis meses, no prédio da Fiesp, na avenida Paulista, em São Paulo, ficarão espalhadas pelo interior do D&D Shopping até o dia 3 de abril.
A ideia de registrar o comportamento dos homens de negócios durante o período mais agudo da pandemia de Covid -19 veio por meio de um desafio do amigo e jornalista João Faria, da Rádio Estadão. Gatti topou e, logo em seguida, com ajuda de Fernanda de Carvalho, do Instituto Lado a Lado pela Vida, foram definidos os 50 nomes que passariam a ser buscados por eles para a marcação das sessões de fotografias.
Durante um período de seis meses, entre agosto do ano passado e fevereiro deste ano, Gatti conseguiu registrar a rotina de pesos pesados de diferentes setores, como Carlos Murilo, presidente latino-americano da Pfizes; Cláudio Luiz Lottemberg, presidente do Hospital Albert Einstein; Luiza Helena Trajano, do Magazine Luiza; Paulo Camargo, presidente do McDonald’s; Renata Moraes Vichi, da Kopenhagen; Sonia Hess, ex-Dudalina; Edu Lira, da ONG Geraldo Falcões, entre outros.
A verdadeira maratona do fotógrafo para encontrar e registrar o novo estilo de vida dos empresários rendeu boas histórias que Gatti costuma contar e que foram reunidas para integrarem um livro que deve fazer parte do projeto, ainda em fase de negociação.
‘Operário da Fotografia’
Conhecido como ‘Operário da Fotografia’, pelo trabalho que costuma realizar para preparar o cenário de suas fotos, o mogiano Claudio Gatti é um dos discípulos de outro mogiano que faz sucesso com esta arte, o conceituado fotógrafo Laílson Santos.
Gatti descobriu o gosto pelas câmeras e fotos quando, ainda estudante, foi trabalhar no laboratório fotográfico da Faculdade de Jornalismo da antiga Universidade Braz Cubas, em Mogi.
“Trabalhava com audiovisual e aprendi a mexer no laboratório. Fiz um curso de fotografia no Senac, em São Paulo, com muita dificuldade, pois eram tempos de ‘durango kid’, ou seja, dureza total, na início dos anos 90”, conta Gatti, lembrando que foi seu irmão quem financiou suas idas para a Capital, de onde voltava, de trem, no final da tarde, para trabalhar à noite, na UBC. “O diretor Saul Grinberg me autorizou”, lembra ele.
Já formado e após dez anos de UBC, ele fez um acordo com a instituição de ensino e aplicou todo o dinheiro da indenização na compra de um moderno equipamento fotográfico “de muita qualidade”. E decidiu se aventurar pela Bolívia registrando o país para uma revista paulista de turismo.
Ao final de 20 dias de viagem, decidiu procurar o velho amigo mogiano, Laílson Santos, que seria decisivo em sua profissão. Depois de algum tempo como assistente do fotógrafo que já era conhecido em São Paulo, trabalhando para as principais revistas da época, Gatti resolveu que era hora de voar sozinho e foi bater à porta da IstoÉ Dinheiro, revista que tratava de temas econômicos e onde ganhou projeção, com as fotos muito especiais que conseguia fazer e que logo ganharam a simpatia e o apoio do editor Carlos Marques, que o incentivou a continuar avançando o sinal em relação às imagens tradicionais de empresários sisudos, atrás de sua mesa de trabalho, ou de braços cruzados em lugares mais sóbrios possíveis.
Depois que conseguiu fotografar o empresário Leonardo Senna, irmão do piloto Ayrton Senna, de terno, no interior de uma banheira – que ele fabricava – cheia d’água, ele foi em frente e nunca mais parou. Logo vieram Edson Bueno, com o helicóptero da Amil, empresa por ele dirigida, voando baixo sobre a sua cabeça; Décio da Silva, da Weg Motores, no interior de uma enorme bobina; Stelleo Tolda, do Mercado Livre, dentro de uma caixa pronta para entrega; o dono da Parmalat bebendo, numa caixinha, o leite que vazava da boca para seu peito, entre tantas outras.
Fotos ousadas, que lhe valeram uma exposição no Museu do Louvre, em Paris, no ano de 2017. Entre essas fotos, expostas também em Veneza, estava a do governador de São Paulo, João Doria, descalço sobre um dos galhos de uma gigantesca figueira.
Atualmente, enquanto sua exposição relativa à fase mais dura da pandemia continua atraindo milhares de pessoas – foram 25 mil nos seis meses da Fiesp –, Gatti continua atuando junto a grandes publicações da Capital, em especial a IstoÉ Dinheiro, onde, recentemente, ele registrou a imagem do novo presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, filho do ex-vice-presidente da República, José Alencar.