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Giovanna Balogh e Fabiana Araújo compartilham uma paixão: criar os filhos

Ser mãe vai “além do cuidado básico, como alimentar ou vestir”. Ser mãe significa “criar seres humanos para o futuro, criar pessoas”. Em outras palavras, criar “indivíduos que nasceram para viver, para voar”. E a “gaiola fica aberta para que voem”, porque ser mãe é criar os filhos para o mundo, para que sejam “cidadãos […]

8 de maio de 2022

Reportagem de: O Diário

Ser mãe vai “além do cuidado básico, como alimentar ou vestir”. Ser mãe significa “criar seres humanos para o futuro, criar pessoas”. Em outras palavras, criar “indivíduos que nasceram para viver, para voar”. E a “gaiola fica aberta para que voem”, porque ser mãe é criar os filhos para o mundo, para que sejam “cidadãos melhores”, e se lembrem que “foram amados”.

Todas essas frases se conectam, se completam, mesmo que tenham sido ditas por duas mulheres completamente diferentes, mas que têm muito em comum. Afinal, ambas são mães, com três filhos cada. E tanto Fabiana Araújo, 43, como Giovanna Balogh, 40, são mães que usam a internet para compartilhar os desafios da maternidade, atingindo outras mães, em uma enorme rede de apoio. 

Fabiana, mãe de Maria Luiza (13), Maria Alice (9) e Dante (6)  usa o Instagram para divulgar os serviços de consultoria em amamentação do pré-natal ao desmame e também conscientizar as seguidoras sobre questões diversas da “saúde materno infantil”. Giovanna, mãe de Bento (11), Vicente (9) e Teresa (1), está na mesma plataforma e também no blog ‘Mães de Peito’ publicando informações sobre temas variados, como “amamentação, parto respeitoso e pós-parto, maternidade ativa, criação com apego e direitos das mulheres”.

As semelhanças não param aí. As duas moram em Mogi das Cruzes, e durante a entrevista, por telefone, precisaram fazer uma pausa para dirigir, provando que mãe é um desafio em tempo integral. E as duas começaram os trabalhos na internet pelo mesmo motivo: falta de informações.

“Sou jornalista, e depois que fui mãe, vi que estava super desinformada no quesito parto, amamentação, esse universo. Faltava informação de qualidade para mulheres. Eu quase fiz uma cesárea sem necessidade”, lembra Giovanna, que foi aprendendo e amadurecendo junto do ‘Mães de Peito’, que celebra 11 anos de vida, a mesma idade de seu filho mais velho.

Já Fabiana teve dificuldade de amamentar a primeira filha. “Partindo disso conheci um grupo de apoio solidário em amamentação. Foi por causa dele que consegui amamentar, e, na época, este trabalho não era tão difundido. Acabei coordenando esse grupo, e desse meu trabalho com as mães senti necessidade de começar a me especializar, fazendo diversos cursos. Hoje sou especialista pós-graduada em aleitamento”.

Mas o que faz uma consultora de amamentação? “Orienta do pré-natal ao desmame”, explica ela. “Quando a mulher está grávida, a preparo para o que vai acontecer, quais as possíveis intercorrências. Depois que o bebê nasce, auxilio no manejo, resolvo problemas como mamilo machucado, baixa produção. Também faz parte do trabalho o desmame respeitoso”, continua a especialista, que trabalha tanto em um consultório particular como também faz atendimentos gratuitos, inclusive para “casais homoafetivos e mães trans”. 

Hoje, tanto Fabiana quanto Giovanna têm acesso à informação e à artigos científicos, pesquisas e estudos. Esse material, somado à bagagem prática, as permite comunicar e conectar com uma rede de apoio formada por muitas mulheres. Juntas, elas têm quase 50 mil seguidoras.

“Quando comecei não tinha Instagram, quase não tinha canais no YouTube. E nem é tão antigamente. Agora há muita informação, mas ao mesmo tempo, estamos na era das fake news, por isso é importante levar informação de qualidade”, conta Giovanna, que, no início, procurou aprender com amigas doulas, e mais tarde se tornou uma.

Enquanto aprendiam a ser mães, as duas também foram ensinando outras mulheres. Giovanna, por exemplo, já chegou a receber feedback de uma mulher africana. Fazem a diferença os conteúdos que esclarecem “mistérios”, como este dado, fornecido por Fabiana: “toda mãe pode amamentar. Menos de 2% das mães vão ter algum problema de produção. O maior índice de desmame é por conta da dor. Existem doenças pré-existentes, mas é bem raro. E a gente acha que o sucesso na amamentação vem pela exclusividade, mas às vezes a complementação com outro de leite se faz necessária”. 

Além de ajudar mães de diferentes idades, cores e origens, o trabalho das duas traz outro benefício: estar perto dos filhos. “Eles estão sempre comigo. É bem desafiador conciliar o home office com os filhos, mas ninguém quer colo até os 18 anos. Tudo é uma fase, e com certeza vou sentir falta desses momentos, pontua Giovanna. Fabiana não é diferente: os três filhos estão por perto, inclusive nas consultas feitas em casa.

Há algo mais em comum entre Giovanna e Fabiana: elas estão, pela primeira vez, experimentando a adolescência dos filhos. E os mistérios dessa fase da vida estão começando a surgir nas redes sociais de ambas.

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