1.038 dias após o início da pandemia de Covid-19, já se popularizaram as quatro doses da vacina e as máscaras já não são mais necessárias. “Acho que é hora de retomar as coisas”, pensou o compositor, sambista e gestor cultural de Mogi José Luiz da Silva, o Rabicho, quando se deu conta do cenário atual. Ele então agiu e criou o Festival ‘Juntô’, que reúne música, sustentabilidade, empreendedorismo e cultura. Será neste domingo (15), ao número 421 da rua Doutor Fernando Tancredi, no Alto do Ipiranga, em Mogi das Cruzes, com entrada gratuita.

“A ideia é juntar as pessoas, que na maioria participaram do Casarão do Mariquinha. Então são produtores independentes e muitas mulheres que estão na luta”. São 23 expositores, de Mogi das Cruzes e de Suzano e Poá, que trabalham com chás, bolsas, roupas, calçados, acessórios, cosméticos, tatuagens, óleos, licores, geleias e outros itens.

Esta feira acontece a partir das 9 horas, e o destaque do ‘Juntô’ vai para a roda de samba que começa às 13 horas, com Evandro dos Reis, Samuel da Silva, Guilherme Bandeira, Alex Constantino, Ruan Silva e o próprio Rabicho tocando e cantando sambas autorais e também de nomes consagrados como Paulinho da Viola, Cartola e Zé Keti.

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Durante a pandemia, Rabicho passou longa temporada no Rio de Janeiro, e depois das fases mais críticas, chegou a se apresentar em Mogi, mas sempre em formatos mais contidos, como em bares e/ou rodas de samba para poucos convidados. O ‘Juntô’ marca o fim desta época.

“Acho que todo mundo passou por essa fase complicada da pandemia. Muita gente perdeu, eu por exemplo, perdi trabalho, fiquei isolado um ano e meio no Rio. Produzir todo mundo produziu, música, arte, roupa. Mas não tinha como comercializar. Agora, com o pós-pandemia e com a mudança de governo, tudo fica mais democrático e podemos respirar um pouco mais. Estamos todos com muita saudade de reunir esse pessoal que se conheceu no Casarão”.

Rabicho até pede desculpas, mas para ele, é inevitável não falar do Casarão da Mariquinha. A classe artística local ainda lamenta o ano de 2019, quando foi fechado este espaço e também o Galpão Arthur Netto, onde havia pluralidade de ações teatrais e circenses. A ausência ainda é grande, e o ‘Juntô’ vem para tentar preencher essa lacuna. “Matar a saudade” é um dos objetivos, mas também “dar oportunidade de sobrevivência aos artesãos e empreendedores, que vão expor coisas muito originais e específicas”.

O sucesso desta primeira edição pode fazer com que a agenda se torne fixa no calendário mogiano. Um próximo evento já está “quase confirmado” para o dia 12 de fevereiro, com temática carnavalesca.

Para que o martelo seja batido, Rabicho aposta na lotação máxima da casa, “umas 120 pessoas”, que além de curtir boa música e conhecer produtos dos expositores, poderão desfrutar de “comida tradicional, como galinhada, e vegana, como moqueca de shitake”.

“Que neste ano, a gente retome caminho da normalidade com ministério da cultura funcionando, com editais. Que neste ano cada vez mais pessoas reconheçam que nós, artistas, somos trabalhadores, e que sejam retomadas as festas tradicionais e que seja celebrada a  efervescência cultural neste pós-pandemia”, deseja ele.

Na cozinha do ‘Juntô’, estarão Rabicho e Marcio Prado. Na produção visual e divulgação, está Mayra Leão; na estrutura, Natacha Galvão; e entre os participantes e organizadores está Bozer Cruz, que produziu um painel inédito para a ocasião.

No Instagram oficial do evento, @vemprojunto, estão disponíveis outros detalhes e informações sobre a agenda

 Serviço

O quê? Festival ‘Juntô’

Quando? Neste domingo, (15), a partir das 9 horas

Onde? Rua Doutor Fernando Tancredi, 421 - Alto do Ipiranga – Mogi das Cruzes

Quanto? Entrada gratuita