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Conheça a trajetória de Kacá Novais, mogiano que está no ‘The Voice’

A música acompanha Kacá Novais onde quer que ele vá. A história do mogiano mostra que essa frase é verdade, já tendo ele passado e tocado por Mogi das Cruzes, Salvador, São Paulo e Mato Grosso do Sul. O destino mais recente é o palco do ‘The Voice Brasil’, reality show exibido pela TV Diário. […]

16 de dezembro de 2022

Reportagem de: O Diário

A música acompanha Kacá Novais onde quer que ele vá. A história do mogiano mostra que essa frase é verdade, já tendo ele passado e tocado por Mogi das Cruzes, Salvador, São Paulo e Mato Grosso do Sul. O destino mais recente é o palco do ‘The Voice Brasil’, reality show exibido pela TV Diário. E faz sucesso por lá: inicialmente virou as quatro cadeiras e escolheu entrar para o time de Lulu Santos, mas agora foi escolhido por Michel Teló e segue na competição.

Kacá, ou Carlos Novais da Silva, nasceu há 35 anos. E ainda muito novo, aos 3 ou 4 anos, já gostava de arte. Na verdade, até mesmo antes disso. “Eu era um nenê que escutava música para ficar calmo”, conta ele, que guarda, ainda hoje, um pianinho que tocava na infância. 

Aliás, o piano foi o primeiro instrumento que aprendeu a tocar, aos 11 anos, com a professora Telma Cristina, da Allegro Escola de Música e Estúdio. Já o primeiro cachê como artista foi por um trabalho de ator, com a empresa Tearts Produções Artísticas, de Jamili Bensivenga Miguel, que o viu crescer. Aos 13 anos veio a paixão pelo violão, e aos 14, a primeira apresentação na noite, em um bar.

De lá para cá, mudam-se os endereços e os palcos, mas a rotina de Kacá é sempre envolvida com a música. Tocou na noite mogiana até 2005, quando, aos 18 anos, foi para Salvador, e encontrou “uma galera que não estava acostumada” a vê-lo. Resultado dessa experiência foi o incremento de nomes como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Chico Buarque ao repertório do músico. 

Em uma temporada de cerca de quatro anos na Bahia, tocou em muitos hotéis. Quando decidiu voltar a tocar em São Paulo, procurou espaço no Bar Brahma, na esquina das avenidas São João e Ipiranga. Inicialmente pensou que seria impossível tocar no mesmo espaço em que se apresentavam Elza Soares e Guilherme Arantes, mas conseguiu. E por lá – e também em outros endereços da capital – tocou até 2017, sempre às quintas, sextas, sábados e domingos.

Nessa época, Kacá conta ter “saturado” desta rotina. Ele já tinha aberto uma produtora e tentou se lançar no mercado de eventos, mas ainda não era o que queria. Quando deixou São Paulo, passou por um hiato criativo e artístico. “Cheguei a ficar uns nove meses sem pegar no violão, nem dentro de casa. Mas comecei a sentir falta”, diz ele. 

É aí que entra uma amiga do mogiano, Catarina de Castro. Ela fez a pergunta que iria mudar a vida de Kacá: “já pensou em tocar na rua?”.
O primeiro impulso dele foi encarar a ideia com estranheza. Mas Catarina “botou tanta pilha” que ele decidiu levar a proposta a sério. Afinal de contas, ela tinha uma empresa que trabalhava justamente com artistas que se apresentavam em espaços públicos, a céu aberto, e portanto, sabia do que estava falando.

Kacá pesquisou, procurou referências, bolou um plano e decidiu agir. A primeira medida era criar um jeito de não deixar nada jogado no chão ou visível ao público. Ele precisava esconder caixas de som, cabos, baterias e tudo o mais. A saída foi mais simples do que ele poderia imaginar. Uma mesa de cabeceira foi adaptada para se tornar um simpático rack de equipamentos. E no chão, um tapete da mãe, Lenice Novais, serviu de cenário. 

O primeiro palco público foi o parque Buenos Aires, na avenida Angélica, em São Paulo, mas ali uma tomada ainda era necessária. Graças a um amigo, dos tempos de Salvador, Kacá conseguiu comprar os equipamentos que possibilitavam um show totalmente livre de fiação elétrica, então agora era a hora de ir, a convite de Catarina, para a Avenida Paulista. 

“Foi um fiasco, no começo. Cheguei tarde, e depois de uma hora tocando, começaram a vir os carros”, lembra Kacá, que não desistiu. Nesse dia, recolheu os equipamentos e foi para perto de uma barraca de comida. Gentil, mas também muito esperto, o vendedor sugeriu que ele montasse ali o palco para o show. Era a receita perfeita para que o músico tivesse lucro, mas também para que mais quitutes quentinhos saíssem.

Deu certo, e Kacá viu que precisaria ser assim, na cara e na coragem, para fazer dar certo. “Como ainda morava em Mogi, ia a cada dois ou três domingos para tocar, até que de repente fui morar em São Paulo e ia todo domingo, comprei caixa de som e instrumento melhor, mais baterias, e cheguei a tocar das 13 às 23 horas”. 

Ao artista, a rua conferiu muita visibilidade. Tanto que a participação no ‘The Voice Brasil’ é coisa antiga. Convidado por um olheiro que passou na Avenida Paulista e o ouvir cantar, era para ele ter participado em 2018. Mas não rolou. Depois em 2020. Mas veio a pandemia, e de novo, não rolou.

Diz o clichê que “há males que vem para o bem”, e apesar de ter músicas autorais, inclusive parcerias com nomes como Gui Cardoso, Léo Zerrah e Guilherme Bandeira, naquela época Kacá não tinha pretensão de lançar um disco. Isso mudou agora, quando um novo convite foi feito e dessa vez o mogiano entrou para o programa, ao mesmo tempo em que está, via edital do Estúdio Municipal de Áudio e Música (Emam) prestes a lançar ‘De Repente’, com direito a um single sendo disponibilizado ainda em 2022. 

Kacá mora em São Paulo, mas tem ido ao Rio de Janeiro para as gravações do ‘The Voice Brasil’ (leia mais ao lado sobre a participação dele no programa). Além disso, está com morada também no Mato Grosso do Sul, onde o pai vivia, e após falecer, deixou uma terra de aproximadamente 40 hectares, onde o músico tem encontrado inspiração para compor e onde pretende, em um futuro muito próximo, cultivar uma agrofloresta.

 

KACÁ NOVAIS: da Avenida Paulista para o Brasil

“Zerei a vida”, resume Kacá Novais sobre a participação no ‘The Voice Brasil’. Ele ainda está na competição, mas o que mais importa, diz ele, é estar lá. Exemplo disso é o fato de Zé Renato, que assina a canção ‘Anima’ com Milton Nascimento, composição que fez com que o mogiano virasse as quatro cadeiras nas Audições às Cegas, tenha compartilhado a apresentação na íntegra nas redes sociais.

Este reconhecimento significa muito. “As versões que eu canto de várias músicas são as versões do grupo Boca Livre, com o Zé Renato cantando. A que eu escolhi me representa e fiz o arranjo. Por isso consegui entrar com o violão”, conta Kacá, que continua.

“Sei do meu talento, mas também sei que muitas vezes rola a questão do perfil. Às cegas ninguém sabe como é a pessoa, mas percebem o potencial vocal. Virar as quatro cadeiras é uma prova de que meu trabalho é muito bom. Missão cumprida”, avalia ele, não faltando com modéstia, mas sim reconhecendo a própria trajetória.

O mogiano escolheu o time de Lulu Santos, mas na próxima fase, quando cantou ‘Amor de Índio’, não foi escolhido pelo cantor, e sim por Michel Teló. “Não foi ao ar, mas ele (Teló) me disse que estava muito emocionado e esperançoso com minha performance”. 

Este elogio pode não ter sido exibido, mas muitos outros foram. Apresentadora do programa, Fátima Bernardes disse que “pararia na Avenida Paulista” para vê-lo tocar; Lulu Santos afirmou que o considera “uma riqueza a explorar, uma mina de alguma coisa boa, preciosa, que nos alimenta a todos”.

Mais do que isso: o dono de sucessos como ‘Apenas mais uma de amor’ e ‘Tempos Modernos’ disse que se enxerga em Kacá. “Quando você começou a esmerilhar o violão, eu me ouvi em você. A preocupação que a gente tem de colocar a nossa verdade que fazemos. Isso está nessa corda de aço e estou arrepiado o tempo todo. Você é como eu preciso e como todo mundo vai ver”.

E mais momentos assim devem vir. Isso porque já começou a próxima fase, de batalhas, quando os técnicos dividem os times em duplas para batalharem cantando a mesma música. 

Para acompanhar, é só ficar de olho na tela da TV Diário. O reality show é exibido às terças e quintas-feiras.

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