Em 2022, a tradicional quermesse não será realizada, "pela falta de estrutura e tempo para garantir a segurança e a organização do festival"
Os canais nas redes sociais da Festa do Divino de Mogi das Cruzes, da Catedral e Santana e do site Igreja na Mídia vão transmitir os eventos da Festa do Divino, que começou na quinta-feira e é reconhecida por ser uma tradição mantida há 400 anos pelos mogianos. (Arquivo O Diário)
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Em 2022, a tradicional quermesse não será realizada, "pela falta de estrutura e tempo para garantir a segurança e a organização do festival"
Os canais nas redes sociais da Festa do Divino de Mogi das Cruzes, da Catedral e Santana e do site Igreja na Mídia vão transmitir os eventos da Festa do Divino, que começou na quinta-feira e é reconhecida por ser uma tradição mantida há 400 anos pelos mogianos. (Arquivo O Diário)
No ano passado, quando a live substituiu o beijo à bandeira , a Festa do Divino de Mogi das Cruzes cumpriu aquilo que a professora de Geografia e pesquisadora da cultura caipira e popular, Neusa de Fátima Mariano, defendeu, neste espaço: “A utopia do Espírito Santo, de um mundo melhor” se manteve como “um ato revolucionário”. Em 2022, terá live, mas a novena poderá receber mais pessoas, o café com pão e mortadela será servido nas manhãs da alvorada, o entra-e-sai no Império, em frente à Catedral de Santana, tende a ser maior, inclusive por causa de outro atrativo - uma feirinha de artesãos acontecerá bem próximo, em frente ao Centro Cultural, no Centro. Ainda com restrições, a festa que se firma com característica como espetacularização, como Neusa Mariano, autora da pesquisa “Divina Tradição ilumina Mogi das Cruzes - O Espírito Santo faz a festa”, identificou, mas é esperado um público maior, estimado em mais de 2 mil pessoas por dia, no programa resumido ao aspecto religioso porque perdeu partes como a quermesse, passeatas noturnas e a Entrada dos Palmitos.
Para o festeiro Ricardo Lima da Costa, as medidas que atenderam aos cuidados exigidos pela pandemia e à falta de recursos financeiros e tempo para a montagem da quermesse, ponto alto da tradição popular, não enfraquecem o conjunto e foram entendidas pelos devotos e responsáveis diretos pelas barracas de “comes e bebes” - as 34 entidades parcerias da Diocese de Mogi, responsável pela Festa, ao lado da Associação Pró-Divino.
(Arquivo O Diário)
Costa afirmou que a decisão de suspender a quermesse se deu pela falta de estrutura e tempo para garantir a segurança e a organização pelo festival que chegava a receber por noite, segundo alguns ex-festeiros, cerca de 20 mil pessoas.
Para ele, a Festa será mais dedicada à valorização do próximo, “a quem queremos bem”, e “a presença de Deus, do Espírito Santo”. Segundo ele, o formado é compatível com as transformações exigidas pela pandemia em todos os demais segmentos da vida. O aprendizado desse ano, arremata, irá potencializar a festa de 2023.
A respeito dos impactos que as entidades terão, o festeiro lembrou que a associação estimulou as associações a promoverem eventos em suas sedes, “inclusive, com o uso do nome da Festa do Divino” para a venda dos produtos típicos ofertados no recinto do evento. Além disso, ainda existe a possibilidade de, no decorrer desta semana, ser providenciada a venda de alguns dos produtos típicos, como o afogado, em esquema de delivery.
Essa alternativa chegou a ser planejada para ser feita na sede da Associação Pró-Festa, mas, em acordo com a Prefeitura, segundo diz, a ideia foi abortada por causa das condições sanitárias.
Outras adequações serão o cafézinho gratuito servido na alvorada, mas com diferencial: sem a aglomeração de fiéis porque as pessoas vão entrar no salão paroquial da Catedral de Santana pela rua José Bonifácio e sair pela rua Dr. Paulo Frontin.
Não haverá a Entrada dos Palmitos, substituída pela Caminhada pela Paz e o Bem, no sábado que antecede o último dia do festejo. A medida tenta reduzir o público que costumava vir as ruas de Mogi. Do mesmo modo, o afogadão para o povo foi suspenso: duas entidades, no entanto, vão receber o prato que simboliza a fartura, um dos dons do Divino. A procissão de Pentecostes voltará às ruas no dia do encerramento, 5 de junho.
Fiéis e bandeiras vão para as ruas
(Arquivo O Diário)
Provocado sobre as ausências na agenda deixadas de fora da Festa do Divino, o festeiro Ricardo Lima da Costa, afirmou que os devotos terão a oportunidade de continuar “fazendo o que sempre fizemos: pegar as nossas bandeiras, irmos para rua celebrar a fé em Deus, e de maneira indistinta, sem barreiras entre pobres e ricos. a festa será para todos”. O recado atende ao que a historiadora Neusa Mariano afirma sobre essa manifestação, em tempos instáveis: “Eu penso na Festa do Divino, e em outras, nesse movimento dialético de resistência, porque, quando eu perguntava para as pessoas se não tiver patrocínio, a resposta era: a gente que faz a festa, ou seja, enquanto ela for importante, ela vai acontecer. Não é a restrição, ou a falta do dinheiro que impedirá, ela vai acontecer conforme é possível, mesmo que símbolos mudem, não pode fazer o beijamento da bandeira, o importante é ter a bandeira, vale aquilo que se coloca no objeto, a intencionalidade da coisa”.
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