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Camilo Vannuchi lançará livros ligados ao direitos humanos neste sábado em Mogi

O jornalista e escritor Camilo Vannuchi, de 42 anos, desde muito cedo esteve no contexto dos direitos humanos – seu pai foi um preso políticos na época da ditadura -, motivos que o levaram, por meio da profissão, às produções das três obras que serão lançadas em Mogi das Cruzes neste sábado (28). “Marisa Letícia […]

27 de maio de 2022

Reportagem de: O Diário

O jornalista e escritor Camilo Vannuchi, de 42 anos, desde muito cedo esteve no contexto dos direitos humanos – seu pai foi um preso políticos na época da ditadura -, motivos que o levaram, por meio da profissão, às produções das três obras que serão lançadas em Mogi das Cruzes neste sábado (28).

“Marisa Letícia Lula da Silva” (2020), “Vala de Perus, uma biografia” (2020) e “Margarida, coragem e esperança” (2021) estão entre os livros biográficos e de reportagem que o autor escolheu para lançar na cidade em uma tarde de muita conversa e autógrafos.

“O que une esses três livros é querer mostrar um lado da história, uma parte da dela, que não era conhecida e que havia implicações de direitos que não estavam sendo observados. Por isso eu acho que eles se enquadram dentro de um guarda-chuva maior que tem a ver com a democracia e os direitos humanos”, ressalta o jornalista sobre as obras.

Mestre e doutor em Ciências da Comunicação pela USP, Vannuchi foi membro e relator da Comissão da Memória e Verdade da Prefeitura de São Paulo (2016) e mantém há três anos uma coluna no UOL com foco em direitos humanos, área de destaque nas suas produções.

“Apesar de desde muito cedo estar dentro do contexto dos direitos humanos, mas foi ao longo da vida, como jornalista, que eu fui me aproximando ainda mais desses temas: da denúncia, da violação de direitos”, revela Vannuchi sobre a atuação.

Sobre as obras

O livro “Marisa Letícia Lula da Silva” é uma biografia da ex-Primeira Dama do Brasil, com apresentação escrita pelo Luiz Inácio Lula da Silva. Foi publicado em 2020, mas que teve programação de lançamentos pelo país cancelada em março do mesmo ano com a chegada da pandemia.

“A história da dona Marisa eu comecei a escrever assim que ela faleceu (em 2017) e fiquei dois anos e pouco fazendo ele. Foram mais de cem entrevistas e eu tinha uma sensação, naquele momento, de que era uma história que não estava sendo contada e nem respeitada”, opina Vannuchi.

“Eu observava as redes sociais sendo invadidas por muitas fake-news e desinformações, então eu queria contar sobre essa história que as pessoas não conheciam”, acrescenta.

Do ponto de vista do jornalista, a biografia de Marisa Letícia se conecta com outra obra produzida, o livro “Vala de Perus, uma biografia”, por ser uma história pouco explorada e contada com profundidade.

“Acho que foi um dos crimes mais absurdos da ditadura. Lá foram escondidas mais de mil ossadas nos anos 1970 e parte dessas ossadas têm várias origens, mas tem mortos da Rota, da Polícia, do Esquadrão da Morte, mortos sob tortura no aparato repressivo da ditadura militar”, conta Vannuchi.

“Até hoje foram identificados cinco dessas ossadas que eram desaparecidos políticos, que participavam de organizações de resistência contra a ditadura”, complementa.

“Vala de Perus” é também um podcast em seis episódios produzido pelo Instituto Vladimir Herzog e pela Rádio Guarda-Chuva.

Vannuchi foi duas vezes finalista do Prêmio Jabuti de Literatura com essa obra, no ano passado, e com o paradidático “Jovem Guarda e Tropicália”, em 2017.

A biografia “Margarida, coragem e esperança” começou a ser produzida em 2020, durante a pandemia, com encontros realizados com muita cautela, presencialmente, devido a pandemia e a pouca intimidade que Margarida, na época com 97 anos, tem.

“Ela é considerada a dama dos direitos humanos no Brasil, mas que também não era tão conhecida no país fora desse contexto. A Margarida, com 99 anos, é presidenta de honra da Comissão Arns (de Direitos Humanos)”, explica Vannuchi.

Margarida Genevois teve uma atuação muito importante, conta o jornalista, que começou nos anos 1970 quando ela entrou em outra comissão, na época, criada pelo Dom Paulo Evaristo Arns chamada Comissão Justiça e Paz e que foi um braço da igreja católica de São Paulo, voltada ao enfrentamento da violação dos direitos praticado pelo Estado.

“Ela foi representante do Dom Paulo em eventos e congressos do mundo inteiro, no Japão, Nairobi, Havana, Cuba, e não tinha sua história contada. E dai quem é da área e acompanhou essa trajetória entendeu a importância de tem a vida dela contada”, conta o jornalista revelando que a iniciativa para a produção da obra foi motivada por ex-membros da Comissão Justiça e Paz.

Lançamento

A ONG Makaúba em parceria com o Café Severina, irá trazer escritor paulistanos Camilo Vannuchi neste sábado (28) para realizar em Mogi das Cruzes o lançamento dos três livros com direito a tarde de autógrafos.

“Estou com grandes expectativas para reencontrar as pessoas, confesso que já estou há um bom tempo sem fazer isso. Espero poder conversar muito sobre os temas dos livros e encontrar pessoas. Vai ser bom!” descreve o jornalista.

O lançamento acontecerá no Café Severina, localizada na rua Coronel Souza Franco, 953, no centro de Mogi, a partir das 17h30.

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