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PEDÁGIO NÃO

Vereadores de Mogi querem unir forças com deputados e sociedade contra o pedágio

Os parlamentares estão fazendo apelo ao Estado contra a medida, pedindo ajuda dos deputados e lideranças da região para pressionar o governador.

Silvia Chimello
12/07/2023 às 08:37.
Atualizado em 12/07/2023 às 08:42

Durante sessão, Câmara de Mogi fez apelo ao Estado para que não instale pedágio na Mogi-Dutra (Divulgação/Diego Barbieri)

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PEDÁGIO NÃO

Vereadores de Mogi querem unir forças com deputados e sociedade contra o pedágio

Os parlamentares estão fazendo apelo ao Estado contra a medida, pedindo ajuda dos deputados e lideranças da região para pressionar o governador.

Silvia Chimello
12/07/2023 às 08:37.
Atualizado em 12/07/2023 às 08:42

Durante sessão, Câmara de Mogi fez apelo ao Estado para que não instale pedágio na Mogi-Dutra (Divulgação/Diego Barbieri)

Os vereadores da Câmara de Mogi das Cruzes decretaram guerra contra a proposta do Governo do Estado de cobrar taxas na rodovia Mogi-Dutra. Eles disseram que a "cidade não vai aceitar o pedágio" e defenderam a união de forças com deputados e lideranças da cidade e da região para impedir que o governador Tarcísio de Freitas (REP) siga em frente com o projeto, que vai dividir a cidade e impactar em toda a cadeia produtiva e de serviços do município.

A discussão sobre o assunto aconteceu durante a votação de uma moção de autoria da totalidade da Casa, que faz um apelo ao Estado para que desista da proposta de cobrança pelo sistema free flow - cobrança por quilômetro rodado -, na principal estrada de acesso à Mogi.  

O projeto para a implantação do novo sistema de cobrança taxas ainda está em fase de estudo pelo governo e envolve todas as rodovias paulistas, porém, em sua última visita à Ferraz de Vasconcelos, na semana passada, o governador alegou que "é impossível não implantar" o free flow nas estradas do Alto Tietê, o que demonstra que é preciso voltar a mobilizar a cidade antes que a proposta seja concretizada.

Na avaliação dos parlamentares, o deputado estadual André do Prado (PL), presidente da Assembleia Legislativa ser do Alto Tietê, poderia ajudar a fazer pressão junto ao governador contra a medida.  

“Todos nós iremos sofrer com isso, principalmente aquelas pessoas que transitam todos os dias para trabalhar em São Paulo e em outras regiões, por isso estamos apelando aos nossos deputados que se unam contra isso. O governador Tarcísio de Freitas tem que ter este olhar para nossa cidade de quase 500 mil habitantes. Nós não poderemos aceitar de forma alguma esse pedágio, e temos que juntar forças com Alesp contra essa medida”, disse o presidente da Comissão de Transportes da Casa, vereador Maurino José da Silva (PODE).

O vereador Gustavo Siqueira (PSDB) declara que tem “certeza de que se todos os deputados da região se reunissem com o governador para explicar todos os problemas que esse pedágio vai trazer para Mogi, ele iria desistir da ideia”. 

Ele fez alguns questionamentos: “Será que nenhum dos deputados que a gente vê sempre ao governador, tomando café da manhã, almoçando, o acompanhando em eventos, não falam nada sobre essa questão do pedágio e dos prejuízos para a cidade? Será que ninguém fala para o governador que é um absurdo colocar o pedágio em Mogi, que vai quebrar a rede hoteleira, que vai transformar Mogi uma em cidade de passagem e que os moradores de cidades, como Arujá, não virão mais consumir na cidade Mogi?”.

Na opinião da vereadora Fernanda Moreno (MDB) para chamar atençao do Estado para o repúdio da população a essa ideia, é preciso voltar a fazer os protestos na rodovia, reunir políticos e sociedade civil e se for necessário, ela sugere manifestações em frente ao Palácio dos Bandeirantes.

Audiência Pública

A Secretaria Estadual de Parceria em Investimentos (SPI). que está realizando os estudos, informa que antes de qualquer decisão, será feita uma audiência pública em Mogi. A pasta diz que “até o momento, não há definição de data para a audiência pública. A previsão é que ocorra até o final desse mês”.

De acordo com o vereador José Luiz Furtado (Sem Partido), esse é o momento certo para que a população compareça e demonstre que é contra essa ideia. Esse projeto vem sendo discutudo desde o governo anterior, de João Doria, que, na ocasião, em outubro 2019, conseguiu aprovar a proposta em uma audiência pública realizada em Mogi, com poucos representantes da cidade.

Furtado alega que dessa vez tem que ser diferente, já que as pessoas estão conscientes do problema e atentas à divulgação do evento pelo Estado. ‘É preciso sair do discurso e mobilizar as pessoas para que a população de Mogi das Cruzes vá até a audiência pública e diga não ao pedágio e que ninguém vão aprovar a instalação do pedágio aqui na nossa cidade”, reforçou.

A discussão envolveu outros vereadores, que também lembram que essa foi uma promessa feita pelo próprio Tarcísio em as visitas feitas à Mogi durante a campanha, e se manifestaram para criticar o governo e destacar os problemas que a cidade vai enfrentar com a cobrança de taxas na estrada, começando pelos moradores de bairros que estão localizados na região da Serra do Itapeti, que teriam que pagar para vir ao centro para estudar, trabalhar, fazer compras, ir ao médico, enfim.

A vereadora Malu Fernandes (SD) lembra que este é um debate que vem acontecendo  desde as eleições de 2020. "A comunidade mogiana não tem interesse nisso. Tanto as demais Câmaras Municipais, como os comerciantes e os moradores são contra a instalação desse pedágio. Além disso, nos bairros da divisa, as pessoas já falam de Mogi como se não pertencessem ao Município. Com o pedágio, esse isolamento só vai piorar”.

Mauro Yokoyama (PL), que representa o distrito de Cocuera, chamou atenção para o aumento dos custos para os produtores rurais, alegando que seriam muito prejudicados com a medida. 

No final do debate, o presidente da Casa, Marcos Furlan (PODE), também contrário a medida, informou que vai entrar em contato com as câmaras municipais de todas as cidades do Alto Tietê para pedir que também se manifestem com moções contra a medida.

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