Velocidade, imprudências e mortes. O perigo viaja pela Mogi-Salesópolis

A ligação rodoviária Mogi das Cruzes-Salesópolis está se tornando uma das mais perigosas estradas da região do Alto Tietê, onde os acidentes de trânsito estão acontecendo cada vez com maior frequência, geralmente causados pelo excesso de velocidade dos veículos e abusos, como ultrapassagens em locais proibidos, entre outros.

O número de mortes em razão desses acidentes tem crescido nos últimos tempos, conforme os registros da imprensa regional.

A falta de policiamento ou de equipamentos de controle de velocidade tem colaborado para que os problemas só se agravem na rodovia.

Neste início de semana, a estrada causou mais uma vítima fatal: um motociclista morreu após colidir seu veículo com um carro, na tarde de segunda-feira (20), no trecho entre Mogi e Biritiba Mirim, na altura do acesso para o bairro Capixinga, na zona rural de Mogi. O condutor da motocicleta recebeu atendimento dos integrantes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Mogi das Cruzes, às 13h51, que encontraram a vítima com múltiplas fraturas, com um trauma na face e fratura exposta na perna.

A morte ocorreu – e foi confirmada pelos integrantes do Samu – no local do acidente, dada a gravidade do impacto da moto com o automóvel.

O motorista do carro também sofreu traumatismo crânio-encefálico leve, um trauma de tórax e reclamava de dores na coxa esquerda. Mesmo usando cinto de segurança, ele teve de ser conduzido a um hospital para receber atendimento médico.

Segundo o DER, outro acidente ocorreu, na última segunda-feira, na altura do Km 43 da mesma via, também no começo da tarde. Dois veículos colidiram e acabaram acertando um terceiro, sem informação de vítimas.

Os abusos na Mogi-Salesópolis acontecem no dia a dia e, principalmente, nos fins de semana, quando a estrada é muito utilizada por quem busca lazer em córregos e cachoeiras, assim como restaurantes e chácaras localizadas no extremo Leste da Grande São Paulo.

O excesso de velocidade já levou até mesmo vereador Mauro Mitsuro Yokoyama (PL) a denunciar tais fatos e pedir providências ao DER, durante o governo estadual passado. O pedido foi feito oficialmente, via Câmara Municipal, mas nem resposta o vereador recebeu.

Residente no bairro do Cocuera, Mauro tem um salão de cabeleireiro à margem da rodovia e, por isso, é testemunha ocular de casos que costumam acontecer com frequência naquele ponto da estrada, sem qualquer fiscalização. Ele já chegou até a filmar carros passando em velocidade incompatível com a permitida na rodovia, mas apesar das denúncias, nada foi feito.

Mauro do Salão, como é conhecido, cobra das autoridades a colocação de radares e outros equipamentos eletrônicos para tentar pôr fim aos abusos que vêm tornando a estrada cada vez mais perigosa.

Ainda neste mês, ele se encontrou com o deputado estadual Marcos Damásio (PL) e acertaram uma nova visita à Superintendência do DER, em São Paulo, para reforçar o pedido de providências aos novos integrantes do governo estadual.

Mauro reivindica, entre outras coisas, a implantação de uma rotatória junto ao acesso para o bairro Capixinga, onde é intenso o tráfego de caminhões que vão à zona rural para o transporte de verduras e legumes ali produzidos.

“O local é muito próximo de uma curva e os caminhões ficam no acostamento aguardando para acessar a estrada para o bairro. Quando vão atravessar a pista da Mogi-Salesópolis, eles ficam expostos ao trânsito que ultrapassa a curva, já em cima deles, sem a visibilidade necessária. O risco de acidentes é muito grande”, garante ele.

A reunião no DER está marcada para o próximo dia 1º de março e Mauro promete insistir no pedido da rotatória.

O vereador lembra que muitos pedestres, especialmente crianças, costumam utilizar a estrada, sujeitos sofrerem os efeitos dos excessos de velocidade e dos acidentes ocorridos por lá.

“É inimaginável o que acontece nesta estrada, sem que nenhuma providência seja tomada para coibir tanta ousadia e abusos de parte dos motoristas”, diz o vereador, que promete voltar a cobrar medidas de controle do trânsito ao DER, responsável pela fiscalização da rodovia (SP-88), e também à Prefeitura de Mogi das Cruzes.