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Vazão do rio Tietê provoca mudança no abastecimento de Mogi

DAEE afirma que operação das cinco represas do Sistema Produtor Alto Tietê é normal

O Diário
05/03/2023 às 14:00.
Atualizado em 05/03/2023 às 14:01

O DAEE ampliou a captação de água para a Barragem de Biritiba no final de semana passado (Foto: arquivo)

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Vazão do rio Tietê provoca mudança no abastecimento de Mogi

DAEE afirma que operação das cinco represas do Sistema Produtor Alto Tietê é normal

O Diário
05/03/2023 às 14:00.
Atualizado em 05/03/2023 às 14:01

O DAEE ampliou a captação de água para a Barragem de Biritiba no final de semana passado (Foto: arquivo)

Após uma brusca mudança na vazão de água do Rio Tietê, no último final de semana, quando o nível baixou de 2,6 metros para 1,65 metro, o abastecimento de água em algumas regiões de Mogi das Cruzes ficou comprometido entre a terça (28) e a quinta-feira (2), quando as condições para a captação e o atendimento aos moradores foi restabelecido, segundo informou o Serviço Municipal de Águas e Esgotos (Semae).

O registro, no entanto, lembrou situação já vivida em outras oportunidades, quando o aumento da captação da água no Tietê para a Represa de Biritiba afetou diretamente as operações do Semae, que retira a água na Estação Pedra de Afiar, logo abaixo. 

Esse tipo de situação é mais comum em períodos de escassez hídrica, o que não é o caso atual - ao contrário, os índices de chuva entre o final do ano passado e o início deste 2023 têm batido recorde, segundo atesta a divulgação diária dos volumes de pluviometria e de armazenamento no quinteto de barragens do Alto Tietê.

Mudanças no nível provocam o que a autarquia mogiana teve de controlar entre a terça e a quinta-feira. Com menos oferta hídrica, o sistema municipal teve de reduzir em 32% o volume de água tratada e distribuída, o que impacta o funcionamento do reservatório da Vila Natal, responsável por atender boa parte da área urbana entre César de Souza, Rodeio, Centro, Mogilar, Jardim Aracy, Socorro, Alto do Ipiranga, vilas Rubens, Brasileira e outras.

Entre a quarta e quinta-feira, o Semae chegou a registrar reclamações - embora, consumidores de áreas mais altas possam nem ter sentido mudanças no fornecimento.

O Diário tentou descobrir exatamente o que teria acontecido para, mesmo em um período de chuvas, o aumento da captação no Tietê ter levado à súbita descida no nível do rio.

Em resposta protocolar, o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) explicar que o monitoramento é permanente e que a operação das cinco barragens do Sistema Alto Tietê é normal.

A resposta não trouxe o que chamou a atenção após o alerta da Prefeitura sobre a operação que afetou o tratamento e a distribuição de água em parte do município.

O órgão indicou que “as vazões liberadas pelo descarregador de fundo (dispositivo de liberação de água da barragem) são as mínimas para garantir a vazão do rio Tietê e para atender usuários que têm outorga para captar água após a barragem”. Neste caso específico, se trata do Semae - um dos únicos serviços municipais para o fornecimento de água na região metropolitana e do Alto Tietê (veja nota na íntegra abaixo).

Questionada, por meio da Assessoria de Imprensa, a Sabesp foi ainda mais enxuta, e afirmou que “não realiza a gestão do rio Tietê. A Companhia reforça que todas as suas operações estão funcionando normalmente, atendendo plenamente as regras de outorga”.
Questões sobre a operação do sistema nesse ano, bem como o motivo para, no final de semana, ocorrer uma manobra tão brusca, a ponto de afetar o dia a dia do tratamento e distribuição de água feita pelo Semae, ficaram sem resposta.

Não se sabe se houve uma mudança pontual, ou se a manobra atendeu a alguma necessidade para a reserva de água no Sistema Produtor do Alto Tietê.

Veja a resposta do órgão que monitora as barragens do Alto Tietê e a vazão do rio Tietê, de onde Mogi das Cruzes retirar parte da água para consumir:

O DAEE monitora permanentemente as condições hidrológicas e meteorológicas e mantém contato constante com as defesas civis municipais e estadual sobre a situação das barragens, assim como seu armazenamento. Vale destacar que a operação das cinco represas do Sistema Produtor Alto Tietê é realizada conjuntamente com a Sabesp e no momento a situação é normal. As vazões liberadas pelo descarregador de fundo (dispositivo de liberação de água da barragem) são as mínimas para garantir a vazão do rio Tietê e para atender usuários que têm outorga para captar água após a barragem.
Jundiaí

O prefeito Caio Cunha (PODE) informou que não é verdadeira a informação de que haveria a abertura de comportas da Barragem de Jundiaí.

O prefeito fez uma visita à represa e foi informado pelos técnicos de que não existem sequer comportas na represa e que as inundações somente poderiam ocorrer se houvesse o transbordamento de água por sobre os limites territoriais do reservatório, fato que estaria, segundo Caio, ainda muito distante de acontecer.

Segundo o prefeito, “não há qualquer risco disso acontecer, a não ser que chova, num só dia, o correspondente ao dobro do que choveu nos últimos dois meses”.

Apesar de tudo isso, na condição de presidente do Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê (Condemat), o prefeito Caio Cunha encaminhou um ofício ao Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) solicitando que seja comunicado, com antecedência, “caso haja necessidade  de se aumentar a vazão da água, ou que a água ultrapasse os limites e venha a provocar o transbordo”. Esse tipo de alerta pode ser importante, sobretudo no manejo da vazão para a Barragem de Biritiba, como o episódio da última semana tão bem clarifica

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