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PERIGO NA ESTRADA

Usuários pedem mais fiscalização na Mogi-Salesópolis

Quem utiliza a estrada com frequência defende a instalação de radares para tornar a rodovia mais segura

Silvia Chimello
01/07/2023 às 08:04.
Atualizado em 02/07/2023 às 17:23

Mogi-Salesópolis é alvo de reclamações (Arquivo/Diário)

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PERIGO NA ESTRADA

Usuários pedem mais fiscalização na Mogi-Salesópolis

Quem utiliza a estrada com frequência defende a instalação de radares para tornar a rodovia mais segura

Silvia Chimello
01/07/2023 às 08:04.
Atualizado em 02/07/2023 às 17:23

Mogi-Salesópolis é alvo de reclamações (Arquivo/Diário)

A rodovia Alfredo Rolim de Moura (SP-88), conhecida como Mogi-Salesópolis (SP-88), registra uma média de cinco acidentes por semana; o que resulta em praticamente uma vítima fatal por mês. A estrada, considerada uma das mais perigosas da região pelos usuários, tem um histórico de mortes, que vem aumentando a cada ano. 

De acordo com informações do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), dos acidentes que resultaram em vítimas fatais na rodovia, seis aconteceram nos cinco primeiros meses de 2023. Nos dois últimos anos, a situação foi ainda mais complicada, com uma média de duas mortes por mês no período. Em 2022 aconteceram nove óbitos, e outros 10 em 2021, entre janeiro e maio. 

O registro de mortes na estrada durante todo o ano, divulgado pelo Detran, com base no levantamento Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito do Estado de São Paulo (Infosiga), constatou 18 vítimas fatais em 2022, contra 21 em todo o ano de 2021. Isso representa mais de um caso por mês.

Entre janeiro e maio deste ano, ocorreram 106 acidentes sem vítimas fatais na rodovia, de acordo com o Infosiga. No mesmo período de 2022, foram 107. Em 2021, 87 ocorrências foram verificadas nos primeiros cinco meses do ano. Em todo o ano de 2022, o sistema identificou 241 casos que não envolveram vítimas fatais. Já em 2021, foram 219. 

INSEGURANÇA - A falta de policiamento rodoviário e a inexistência de radares eletrônicos funcionam como incentivo para que muitos motoristas transformem a estrada em pista de corrida, causando acidentes e vítimas fatais (Imagem: Arquivo O Diário)

A estrada se inicia em Mogi das Cruzes, no km 57, passa por Biritiba Mirim, Salesópolis e Paraibuna, e termina no Km 135, no entroncamento com a Rodovia dos Tamoios, na Serra do Mar. De acordo com o Departamento de Estradas de Rodagens (DER), circulam em média pelo local, diariamente, cerca de 20.178 veículos de passeio e comerciais. Nos fins de semana e feriados, o tráfego aumenta em direção a cidades do litoral como Caraguatatuba e Ubatuba. 

Durante a semana, o tráfego também é intenso, pelo fato de o acesso servir a indústrias existentes no distrito de Cocuera, em Mogi, além de ser acesso para escoamento da produção agrícola de Salesópolis e Biritiba Mirim, que distribuem os produtos a toda região metropolitana. É muito utilizada também por madeireiros

Apesar desses números alarmantes de acidentes e mortes, há mais de dois anos a via não conta com os radares de fiscalização para evitar abusos por parte dos motoristas, que passam por ela com velocidade excessiva.  

Na avaliação do agricultor Luiz Yano, que utiliza o trajeto com muita frequência para escoamento de sua produção, a instalação de radares poderia melhorar as condições de segurança da via para evitar abusos. 

Ele contou que nesta última semana, por exemplo, houve um acidente próximo a Cocuera que parou a estrada e ele teve que cortar caminho para conseguir chegar mais cedo ao seu destino.  “O problema são os motoristas que não têm consciência, não respeitam os limites de velocidade e acabam provocando acidentes”, comenta.

O estudante de Educação Física, André Augusto de Miranda Pires, que mora em Salesópolis e há uma década faz diariamente o caminho ida e volta até Mogi, alega que após a duplicação em seus primeiros sete quilômetros, entre Mogi e Biritiba, a estrada se tornou ainda mais perigosa, por permitir que muitos motoristas pisem mais forte no acelerador, apesar do traçado da rodovia, cheio de curvas, aclives e declives.

A melhor forma de garantir mais segurança na via, de acordo com ele, seriam as barreiras eletrônicas, especialmente em pontos críticos, como em frente à escola estadual Sentaro Takaoka, no Cocuera. O trecho contava com três barreiras eletrônica, que foram desativadas há mais de um ano.

Além disso, sugere também que seja providenciada iluminação em toda extensão da rodovia. “Em uma situação de perigo, se o motorista desvia pelo acostamento e tem um ciclista trafegando, ele não vai ver. Com a pista mais visível, a segurança é maior”, comenta, acrescentando ainda que é preciso estender a colocação dos chamados “olhos de gatos”.  Também acha que deve ter radares no trecho do bairro dos Remédios, em Salesópolis, que ele considera perigoso.

O autônomo Lucas Antônio Souza, que também utiliza o acesso com frequência para trabalhar,  é outro que acredita que para tonar a estrada mais segura é necessária mais vigilância, com a instalação dos radares, porque, na opinião dele, “só mexendo no bolso é que a pessoas sentem que precisam respeitar os limites”. 

Ele alega, no entanto, que é preciso calcular um limite compatível, entre 60 e 80 km por hora, dependendo do trecho. 
Na opinião dos entrevistados, ajudaria o governo, em alguma parte da estrada orientar, com placas e mensagens de alerta para chamar atenção dos motoristas.

 Radares

A falta de barreiras eletrônicas é uma reclamação de usuários e moradores de bairros rurais, que aguardam a reinstalação dos equipamentos, pelos menos em trechos mais críticos, como nas proximidades da escola rural, Sentaro Takaoka, localizada no início da via, no Cocuera.   

Políticos, lideranças da região já enviaram inúmeros pedidos ao governo do Estado para cobrar a volta dos equipamentos, desativados há mais de um ano, mas nenhuma providência foi tomada pelo DER até o momento. O vereador Mauro Yokoyama (PL), morador do bairro do Cocuera, é um dos que vêm pedindo não só para a reinstalação dos três radares, desativados há mais de dois anos, como também a construção de uma rotatória em um dos pontos críticos da via, no acesso à estrada rural da Capixinga. 

 DER promete fiscalização

O Departamento de Estradas e Rodagens (DER), após ser questionado sobre problemas do alto índice de acidentes na Mogi-Salesópolis, informa que “a SP-88 está devidamente sinalizada, com condições adequadas de tráfego” e ressalta que, o respeito às leis, como dirigir dentro da velocidade determinada na via, é vital para um trânsito mais seguro.

De acordo com o DER, os radares da estrada foram desligados quando houve encerramento do contrato com a empresa fornecedora e informa que um novo edital de licitação está sendo finalizado. 

A publicação, prevista para o fim do mês, no entanto, terá seu prazo ampliado para ajustes adicionais no termo. 
“A instalação deverá obedecer a estudos técnicos que o departamento fará. O departamento ressalta que a fiscalização com radares móveis é feita pela Polícia Militar Rodoviária e será intensificada na região”, diz o órgão, acrescentando ainda que a responsabilidade sobre a iluminação pública nas rodovias é dos municípios.

TRÁFEGO PESADO - Além dos carros de passeio, é grande o número de caminhões que transportam verduras, legumes e eucaliptos (Imagem: Arquivo O Diário)

Já o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) destaca que o estado de São Paulo conta com um dos maiores programas de redução aos sinistros de trânsito do Brasil, o “Respeito à Vida”. 

Somente neste ano, diz o Detran, mais de R$ 200 milhões, oriundos das multas de trânsito, foram investidos em iniciativas voltadas à “prevenção de sinistros e à sinalização em municípios paulistas”. (S.C.)

 Rotatória para o Capixinga

Para tentar reduzir os acidentes que são cada vez mais frequentes na rodovia Mogi-Salesópolis (SP-88), políticos da cidade pedem ao governo do Estado a volta dos radares e que seja providenciada a instalação de uma rotatória na estrada SP-88, nas proximidades da estrada de acesso ao bairro Capixinga, na divisa de Mogi com Biritiba Mirim.

Políticos da cidade pedem ao governo do Estado a volta dos radares e que seja providenciada a instalação de uma rotatória na estrada SP-88, nas proximidades da estrada de acesso ao bairro Capixinga, na divisa de Mogi com Biritiba Mirim. (Imagem: Reprodução/ Google Maps)

Já foram feitas audiências com representantes do Governo, encaminhado ofícios e moções. A Câmara também está envolvida nessa discussão, em apoio ao pedido feito pelo vereador Mauro Yokoyama, morador do bairro do Cocuera. O pedido é feito por meio de uma moção de aprovada em março.

Já há algum tempo o vereador, morador da região vem chamando atenção para os desastres que acontecem quase todas as semanas na estrada, muitos deles no Km 12, que é o ponto de acesso ao Capixinga. 

Segundo ele, a instalação de uma rotatória poderia garantir uma circulação segura dos veículos entre a rodovia e a estrada, já que evitaria as manobras ilegais de conversão para a pista de acesso ao bairro, que atualmente são realizadas por condutores, utilizando o estacionamento, o que acaba causando os acidentes. 

A estrada tem grande circulação, principalmente, de caminhões de produtores rurais que fazem o transporte dos produtos  agrícolas e que precisam cruzar a rodovia para acessar ou sair do Capixinga. 

“O fato de o trecho ser uma reta, as pessoas trafegam em alta velocidade e, muitas vezes, não conseguem frear o carro quando se deparam com caminhões de verdureiros que estão saindo ou entrando na estrada para pegar os produtos e que têm que entrar no acostamento para cruzar a rodovia”, comenta Yokoyama.

Sobre os altos índices de acidentes na via, o vereador, que usa o acesso diariamente, reforça a necessidade de instalar lombadas na via, especialmente em frente à escola estadual Sentaro Takaoka, localizada em Cocuera. 

Ele observa que há mais de dois anos, os equipamentos foram desligados e diante da demora para resolver a licitação, acredita que uma barreira física ajudaria. “Há muitos riscos para os alunos. Já vi carros freando em cima das crianças que estão atravessando. Isso é um perigo”, alerta.

Yokoyama aponta ainda a necessidade de realizar estudos para que seja instaladas lombadas eletrônicas também na região do bairro dos Remédios, em Salesópolis. (S.C.)
 

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