Ana Dantas que atuava no Centro de Detenção Provisória, no bairro do Taboão, além de empresário e professora de Mogi estão detidos no DF
Bloqueio de bens de participantes nos atos antidemocráticos será usado na reparação dos danos deixados nos prédios públicos (Marcelo Camargo - Agência Brasil)
(Erramos - Na primeira versão dessa matéria, no primeiro parágrafo, por um erro de grafia, foi publicado Ana Pontes e não Ana Dantas, como sendo o nome da profissional do CDP de Mogi das Cruzes, investigada pela Polícia Federal. O erro foi corrigido e pedimos desculpas à psicóloga Ana Pontes).
A terceira pessoa da região de Mogi das Cruzes identificada entre os 942 presos provisoriamente por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) após os atos golpistas e violentos registrados na Esplanada dos Ministérios no dia 8 de janeiro, em Brasília, é a psicóloga Ana Dantas, que, segundo apurou O Diário, atua no Centro de Detenção Provisória, o CDP de Mogi das Cruzes, localizado no bairro do Taboão. Após procedimento administrativo, ela poderá ser afastada do cargo com a suspensão da remuneração.
As demais pessoas investigadas de Mogi das Cruzes são a professora Sheila Mantovanni e o empresário Hedio Minoru Hiratuka, ambos estão presos e são alvo de pedidos feitos pela Polícia Federal para o bloqueios de bens. Além deles, um eletricista, José Romilson Magalhães Faria, também está entre os que respondem pelos atos antidemocrátivos, porém, ele, foi solto em decisão anunciada na sexta-feira, mas responderá pelos crimes.
Sheila e Hedio também são investigados por suspeita de financiamento dos atos antidemocráticos que tiveram a participação de um grupo de mogianos que partiu em um ônibus e em três carros com destino ao Distrito Federal no final de semana do dia 8 de janeiro. Alguns retornaram para a cidade, outros foram liberados.
A Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal não divulga, até o momento, a cidade de origem dos investigados, apenas o estado.
A psicóloga Ana Dantas estava na lista dos detidos e, posteriormente, após as audiências de custódia, consta entre os manifestantes que tiveram a prisão em flagrante convertida a preventiva (veja reportagem aqui).
A Secretaria da Administração Penitenciária de São Paulo confirmou que a psicóloga atuava, até então, no CDP mogiano. Ali, ela começou a trabalhar no dia 14 de janeiro do ano passado.
Diante da ausência ao trabalho, o CDP de Mogi instaurou um procedimento administrativo para apurar a situação da profissional, que está recebendo faltas injustificadas por não comparecer à unidade.
A pasta informou, ainda, que do CDP de Mogi, ela é a única colaboradora que figura entre os participantes dos atos em Brasília (veja nota abaixo).
Há poucos registros da psicóloga em redes sociais, mas em uma plataforma de contatos profissionais aparece o nome da profissional que estudou na Universidade Braz Cubas (hoje, Centro Universitário), com especialização no Instituto de Psiquiatria da UPS.
Ela atua no Governo do Estado, segundo a publicação, há 9 anos.
O Diário não conseguiu um contato com um advogado (a) que esteja representando a psicóloga no processo conduzido pelo STF.
Solto
Um outro integrante do grupo que partiu de Mogi das Cruzes e que foi detido é o eletricista José Romilson Magalhães Faria. Ele foi solto pelo ministro Alexandre de Moraes, mas terá de cumprir medidas cautelares, como o uso da tornezeleira eletrônica e apresentação semanal ao fórum da Comarca de Mogi das Cruzes, segundo afirmou o advogado Delmiro Goveia, que deverá representá-lo na defesa das acusações.
Segundo apurou O Diário, no ônibus, que foi para Brasília naquela oportunidade, havia moradores de cidades como Suzano, Guararema, Salesópolis, Biritiba Mirim, além de Mogi, onde funcionou um dos acampamentos mantidos por manifestantes que não reconheciam a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno das eleições.
Veja a íntegra da nota do governo do Estado:
"A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) informa que a servidora em questão trabalha no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Mogi das Cruzes desde 14/01/2022. A unidade instaurou procedimento para apurar o caso. No momento, a servidora está recebendo faltas injustificadas por não comparecer ao trabalho e, assim que a unidade receber a documentação necessária, será afastada do exercício do cargo com prejuízo da remuneração, conforme o artigo do 70 do Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo. Na unidade citada, não há outros funcionários que respondam a procedimento apuratório por participação nos atos do dia 8 de janeiro em Brasília".
(Matéria atualizada em 24 de janeiro)
Nós usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao utilizar nossos serviços, você concorda com isso. Para mais informações leia a nossa termos de uso e política de privacidade .