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PEDÁGIO NÃO

Prevista para julho, a audiência pública sobre pedágio na Mogi-Dutra segue sem data

A cidade espera esse encontro para que lideranças políticas e a sociedade civil argumentem contra a cobrança da tarifa especialmente na rodovia Mogi-Dutra

Silvia Chimello
25/07/2023 às 16:46.
Atualizado em 25/07/2023 às 18:44

Pedágio na Mogi-Dutra pode impactar o desenvolvimento de Mogi das Cruzes (Arquivo)

A audiência pública que o governo do Governo do Estado pretende realizar em Mogi das Cruzes para discutir a implantação de pedágio na Mogi-Dutra e Mogi-Bertioga, muito dificilmente vai acontecer neste mês de julho, como estava prevista inicialmente. Até hoje, dia 25, ainda não há uma definição sobre a data.

A Secretaria de Parcerias em Investimentos do Estado (SPI), responsável pelo projeto de concessão das rodovias, que inclui a proposta de cobrança de pedágio pelo sistema free flow nas estradas paulistas, informou que o encontro aconteceria até o final deste mês. 

Porém, questionada pela reportagem de O Diário nesta terça-feira (25) sobre o dia, hora, local e o formato desse encontro, a pasta encaminhou a seguinte nota: “Ainda não há definição de data para a audiência pública”. 

Existe uma grande expectativa na cidade com relação a esse encontro, já que ele dará a oportunidade de fala a líderes, integrantes do movimento Pedágio Não, representantes da sociedade civil e de diversos segmentos da economia, como indústria, comércio, serviços, agricultura e educação. Esses setores têm se posicionado contra o pedágio; A audiência será o momento de se apresentar os argumentos contra a proposta de cobrança nas duas principais estradas que atendem Mogi das Cruzes e o Alto Tietê.

A Câmara Municipal também está mobilizada e espera a confirmação dessa data para esse embate. No início deste mês, antes de começar o recesso, os vereadores aprovaram uma moção de apelo ao governo contra a medida e já disseram que a "cidade não vai aceitar o pedágio". 

Os vereadores querem unir forças com deputados, prefeitos e lideranças da cidade e da região para impedir que o governador Tarcísio de Freitas (REP) siga em frente com esse plano de concessão das estradas. O principal argumento são os impactos negativos para a cidade. Além de isolar alguns bairros que ficam na região da Serra do Itapeti, a cobrança da tarifa mesmo que seja pelo quilômetro rodado, como prevê o governo do Estado, especialmente na Mogi-Dutra, vai prejudicar toda a cadeia produtiva e de serviços do município.

O plano do governo do Estado é adotar o sistema de cobrança free flow, no qual o motorista paga o valor correspondente à distância percorrida nas estradas. O projeto ainda está em fase de estudo pela SPI e envolve todas as rodovias paulistas, porém, em sua última visita à Ferraz de Vasconcelos, no início deste mês, o governador Tarcísio de Freitas demonstrou que não pretende cumprir a promessa que fez aos mogianos durante a campanha, quando disse que "é impossível não implantar" o sistema de cobrança nas estradas do Alto Tietê.

Mesmo assim, os vereadores têm esperança e acreditam que a força política e a pressão que poderia ser feita especialmente pelo deputado estadual André do Prado (PL), presidente da Assembleia Legislativa ser do Alto Tietê, possam fazer o governador mudar de ideia.   

Para conseguir mais adesão ao movimento, o presidente do Legislativo de Mogi, Marcos Furlan (PODE), disse que vai entrar em contato com outras câmaras das demais cidades do Alto Tietê para pedir que também encaminhem moções de apelo ao Estado contra esse plano que vai prejudicar a economia de toda a região.

Deputados

O deputado André do Prado reafirmou a sua sua posição é contrária à instalação de praças de pedágios nas rodovias Mogi-Dutra (SP-088) e Mogi-Bertioga (SP-098), de qualquer forma. “Por isso, vou trabalhar junto ao Governo do Estado e conversar com o governador Tarcísio de Freitas e o secretário de Estado de Parcerias e Investimentos, Rafael Benini, sobre essa questão, uma vez que a cobrança de pedágios no Alto Tietê acarretará prejuízos à população e aos investimentos na região, como por exemplo, deixar de atrair novas empresas”, disse ele.

O presidente da Alesp lembra do recente movimento que uniu os deputados estaduais, federais, prefeitos, vice-prefeitos e vereadores, e a sociedade civil para sensibilizar o Governo do Estado sobre a inviabilidade deste projeto. “Através desta mobilização, conseguimos evitar a instalação do pedágio na rodovia Mogi-Dutra (SP-088) com a união de forças e diálogo com o Governo do Estado”, reforçou.

O deputado estadual Marcos Damasio (PL) confirma que esteve com o governador Tarcísio de Freitas na quinta-feira (20), para tratar de diversas demandas de interesse dos mogianos, entre elas: o pedágio na Rodovia Mogi-Dutra.

O parlamentar alerga que aproveitou a ocasião para se posicionar contrário ao tema e explicou o impacto negativo que a cobrança vai gerar na economia do Alto Tietê e no orçamento de inúmeras famílias que moram em bairros ao longo da estrada.
Tarcísio se comprometeu a discutir amplamente o tema com autoridades da região antes de realizar uma audiência pública.

“O governador disse que vai estudar esta e outras demandas com muita atenção, uma vez que a meta é não prejudicar a população. Vamos continuar defendendo nossa posição contrária ao pedágio”, disse Damasio.

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